Dilma precisa do apoio do PSB de Eduardo Campos, no Congresso e sabe que não pode perder de vista as alianças para as eleições deste ano.
Foto: Reuters
Dilma recua evitando confronto direto com PSB
Após acusações de uso político de verbas antienchente e troca de farpas entre PT e PSB, Planalto manda caciques petistas saírem em defesa de Fernando Bezerra. Presidente não quer perder apoio da legenda no Congresso.
Luciana Marques
Fontes:Veja
Em uma operação abafa, o Palácio do Planalto ordenou parlamentares e ministros a saírem em defesa do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e do PSB. Bezerra ficou na berlinda após virem à tona acusações de uso político de verbas de prevenção a enchentes. Embora não esteja na lista de regiões com maior risco de inundações, o estado de Pernambuco, berço eleitoral do ministro, recebeu 90% da verba antienchente da pasta.
O caso fez o clima entre PT e PSB esquentar. No Twitter, o secretário de comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), chegou a afirmar que Bezerra “virou as costas para o país para privilegiar o seu quintal”, explicitando uma disputa – até então velada – entre as duas legendas aliadas, que tem como pano de fundo disputas eleitorais.
Os integrantes do PSB dizem que o objetivo das críticas é desestabilizar Bezerra, que tem pretensões políticas em sua terra natal, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, figura em ascensão no cenário político nacional (alvo de cobiça, inclusive, por parte do PSDB).
"Criar uma crise nacional por causa de um município só prejudica a unidade em torno da presidente Dilma Rousseff", afirma Valadares. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) também critica a postura de petistas: "É uma posição primária e pouco inteligente".
Depois das críticas, Campos, que acumula o cargo de presidente do PSB e é padrinho político de Bezerra, comandou a ação de blindagem. O método: dividir com Dilma a responsabilidade – e o desgaste político – pela distribuição dos recursos.
O Planalto, então, fez um recuo. Depois de passar por desentendimentos com aliados em 2011, com a queda de ministros do PMDB, do PR, do PDT e do PCdoB, Dilma não quer comprar briga com o PSB. Precisa do apoio do partido para as votações no Congresso Nacional e não pode perder de vista as alianças para as eleições deste ano.
Assim, o presidente do PT, Rui Falcão, divulgou nota nesta sexta-feira dizendo que as relações com o PSB são "as melhores possíveis" e que o assunto já foi devidamente esclarecido pelo ministro junto ao governo. "Para o PT, o episódio está encerrado e não abala nem um pouco as relações políticas com o seu aliado, o PSB."
Outro que entrou em ação foi o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Durante evento no Recife, na quinta-feira, com a presença de Campos, ele saiu em defesa do ministro. “Investimentos em Pernambuco são indispensáveis e têm apoio do governo federal e da presidente Dilma Rousseff”, disse Mercadante. “Foi uma defesa digna de aplausos”, comemorou um assessor próximo a Campos.
Até mesmo o deputado André Vargas (PR) achou melhor mudar o tom. "Nunca declarei nada contra o PSB", afirmou. "O problema não é o Bezerra, mas o modelo do Ministério da Integração e da Defesa Civil."
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), é outro que tem atuado para amenizar o clima entre petistas e integrantes do PSB. Ele, aliás, é tido, tanto pelo PT quanto pelo PSB, como um nome conciliador para disputar a prefeitura do Recife. Costa não nega a possibilidade de se candidatar, mas diz que prefere continuar no Senado.
Eduardo Campos – que, nos bastidores, afirma que não apoiará o atual prefeito, João da Costa – também tem apreço por um terceiro nome: o ex-prefeito petista João Paulo Lima. O PT decidirá em fevereiro o nome que disputará a prefeitura do Recife. Se a escolha não agradar o PSB, Fernando Bezerra é a carta na manga do governador de Pernambuco... (Veja matéria na íntegra, clicando aqui).
Foto: Reuters
Dilma recua evitando confronto direto com PSB
Após acusações de uso político de verbas antienchente e troca de farpas entre PT e PSB, Planalto manda caciques petistas saírem em defesa de Fernando Bezerra. Presidente não quer perder apoio da legenda no Congresso.
Luciana Marques
Fontes:Veja
Em uma operação abafa, o Palácio do Planalto ordenou parlamentares e ministros a saírem em defesa do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e do PSB. Bezerra ficou na berlinda após virem à tona acusações de uso político de verbas de prevenção a enchentes. Embora não esteja na lista de regiões com maior risco de inundações, o estado de Pernambuco, berço eleitoral do ministro, recebeu 90% da verba antienchente da pasta.
O caso fez o clima entre PT e PSB esquentar. No Twitter, o secretário de comunicação do PT, deputado André Vargas (PR), chegou a afirmar que Bezerra “virou as costas para o país para privilegiar o seu quintal”, explicitando uma disputa – até então velada – entre as duas legendas aliadas, que tem como pano de fundo disputas eleitorais.
Os integrantes do PSB dizem que o objetivo das críticas é desestabilizar Bezerra, que tem pretensões políticas em sua terra natal, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, figura em ascensão no cenário político nacional (alvo de cobiça, inclusive, por parte do PSDB).
"Criar uma crise nacional por causa de um município só prejudica a unidade em torno da presidente Dilma Rousseff", afirma Valadares. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) também critica a postura de petistas: "É uma posição primária e pouco inteligente".
Depois das críticas, Campos, que acumula o cargo de presidente do PSB e é padrinho político de Bezerra, comandou a ação de blindagem. O método: dividir com Dilma a responsabilidade – e o desgaste político – pela distribuição dos recursos.
O Planalto, então, fez um recuo. Depois de passar por desentendimentos com aliados em 2011, com a queda de ministros do PMDB, do PR, do PDT e do PCdoB, Dilma não quer comprar briga com o PSB. Precisa do apoio do partido para as votações no Congresso Nacional e não pode perder de vista as alianças para as eleições deste ano.
Assim, o presidente do PT, Rui Falcão, divulgou nota nesta sexta-feira dizendo que as relações com o PSB são "as melhores possíveis" e que o assunto já foi devidamente esclarecido pelo ministro junto ao governo. "Para o PT, o episódio está encerrado e não abala nem um pouco as relações políticas com o seu aliado, o PSB."
Outro que entrou em ação foi o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Durante evento no Recife, na quinta-feira, com a presença de Campos, ele saiu em defesa do ministro. “Investimentos em Pernambuco são indispensáveis e têm apoio do governo federal e da presidente Dilma Rousseff”, disse Mercadante. “Foi uma defesa digna de aplausos”, comemorou um assessor próximo a Campos.
Até mesmo o deputado André Vargas (PR) achou melhor mudar o tom. "Nunca declarei nada contra o PSB", afirmou. "O problema não é o Bezerra, mas o modelo do Ministério da Integração e da Defesa Civil."
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), é outro que tem atuado para amenizar o clima entre petistas e integrantes do PSB. Ele, aliás, é tido, tanto pelo PT quanto pelo PSB, como um nome conciliador para disputar a prefeitura do Recife. Costa não nega a possibilidade de se candidatar, mas diz que prefere continuar no Senado.
Eduardo Campos – que, nos bastidores, afirma que não apoiará o atual prefeito, João da Costa – também tem apreço por um terceiro nome: o ex-prefeito petista João Paulo Lima. O PT decidirá em fevereiro o nome que disputará a prefeitura do Recife. Se a escolha não agradar o PSB, Fernando Bezerra é a carta na manga do governador de Pernambuco... (Veja matéria na íntegra, clicando aqui).
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