Por enquanto ainda é impossível prever quais serão as consequências da paralisação decretada pela Associação dos Polícias e Bombeiros Militares e seus Familiares da Bahia (Aspra-BA), liderada por Marco Prisco, que apesar de não ser bem visto por boa parte da corporação, pode ser o catalisador de um movimento extremamente desorganizado e de grandes proporções. O Política Hoje ouviu diversas fontes – incluindo pessoas ligadas a Polícia Militar e a Prisco – que revelaram que a paralisação é “precipitada e perigosa”, pois com a insatisfação da tropa com o governo do Estado, outras unidades podem entrar em greve.“Prisco não representa a tropa, mas apenas a Aspra, sendo que existem outras associações com muito mais integrantes e representatividade. Mas, como grande parte dos PMs estão insatisfeitos com o governador pela falta de diálogo, eles podem aproveitar a decisão como um tipo de estopim para entrarem em greve”, afirmou uma das fontes, que preferiu o anonimato. Prisco inclusive teria interesses políticos com o movimento, mas ele também pode ser usado como uma espécie de bode expiatório.
“Ele é olhado torto pela corporação e tomou uma decisão errada, mas agora é grande o risco de que o movimento cresça demais e perca o controle, sendo que ele seria responsabilizado”, pontuou outra fonte, que caracteriza o grupo da Aspra como radical. A paralisação foi decretada com base em reivindicações como a anistia aos PMs que integraram a greve de 2001, pagamento de periculosidade e insalubridade, incorporação da URV ao salário e criação do código de ética.
Apesar da PM manter que não existe paralisação, grande parte dos integrantes da 14º CIPM (Lobato) e da Rondesp já aderiram ao movimento. No entanto, outras fontes também avaliam que com uma ação rápida e enérgica é possível encerrar a greve, que deve ser discutida em uma reunião entre o alto comando da PM e o secretário de Seguraça Pública, Maurício Barbosa, ainda nesta terça-feira (31).
Sandro Badaró
Fonte: politicahoje.com.br
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