Paróquia de São Francisco de Assis - Alagoinhas-BA: Procissão dos ramos bentos e missa
Na manhã do Domingo de Ramos, o pároco Frei Sebastião, diante da igreja de Santo Antônio de Alagoinhas Velha, inicia a celebração, o diácono proclama o evangelho que narra a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém; os ramos que os fiéis trazem em mãos são abençoados; o celebrante convida a todos para a grande caminhada até a igreja de São Francisco. A multidão põe-se em movimento e cânticos são entoados do alto do carro-de-som; as pessoas, em marcha, acompanham cantando. Manhã de sol claro e escaldante, mas o Povo de Deus prossegue na caminhada. Ao longo do percurso, mais pessoas vão se juntando à multidão. Um grupo de jovens carrega uma enorme Cruz, tendo já em vista a Jornada Mundial da Juventude de 2013. É a Semana Santa iniciando; mais um passo na preparação da Páscoa do Senhor.
A procissão chega a seu destino. A igreja fica repleta e o ato litúrgico iniciado em Alagoinhas Velha prossegue com a oração da coleta, seguida pela liturgia da palavra; final da leitura da Paixão, Frei Sebastião começa a reflexão sobre o sentido do Domingo de Ramos da Paixão e faz memória da Campanha da Fraternidade deste ano: Fraternidade e Saúde Pública, para que a saúde se difunda sobre a paróquia e se estenda sobre a terra. Hoje, Jesus, já ressuscitado, não sofre, mas o seu sofrimento continua expresso na face de seus irmãos que necessitam do atendimento de saúde em frente aos hospitais, postos e casas de saúde.
O sofrimento de Jesus ainda permanece no corpo, na alma e na vida do sertanejo que passa fome pelas agruras da seca e depende de um carro-pipa para aliviar a sede. “Tenho sede”, foi o grito de Jesus na cruz.
Cristo ressuscitou, mas seu sofrimento está presente em seu Corpo Místico em cada um crente ou descrente que geme debaixo do peso da cruz imposta pelo pecado social, pela injustiça, pela desonestidade, pela corrupção dos políticos e pelo descaso para com o pobre sem saúde, sem comida, sem instrução, sem respeito pelos seus direitos.
A Semana Santa vem nos lembrar o que disse o Mestre: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo. 10, 10). Jesus fez a sua parte, deixou-nos seu exemplo, confiou-nos uma missão, enviou-nos o Espírito Santo para nos fortalecer e iluminar. É a nossa vez. Cabe a nós a tarefa de fazer com que “todos tenham vida e a tenham em abundância”; cabe a nós fazer com que a saúde se difunda sobre a terra. Sem isso, não celebraremos a Páscoa Verdadeira. Ficaremos na páscoa do comércio e da indústria, dos shoppings, com seus ovos de chocolate ocos e coelhinhos de pelúcia, sem entendermos o seu significado.
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