Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O escândalo do mensalão afetou perigosamente o sistema usado pelo Partido dos Trabalhadores para arrecadar milhões para suas campanhas eleitorais. O diretório municipal do PT corre o risco de fechar a contabilidade eleitoral no vermelho, caso não obtenha um total de R$ 25 milhões. Nem os empreiteiros amigos querem ajudar a fechar a conta.
O PT paulistano só teria arranjado R$ 10 milhões até agora. Como é improvável que se consiga o resto da grana, a fatura negativa terá de ser paga pela Direção Nacional petista. Só com marketing, o time de Fernando Haddad gastou R$ 3 milhões com a Polis, do publicitário João Santana. Produção de programas de televisão e impressos gráficos comem muito dinheiro na campanha.
O curioso é que 90% da campanha petista seria bancada pelas chamadas “doações ocultas”. O esquema, em que o doador não aparece, é mascarado por repasses do partido para o caixa de campanha. Em geral, a origem dos recursos fica providencialmente escondida para não revelar que as empreiteiras (que prestam serviços à Prefeitura) respondem por mais de 70% do dinheiro doado. Tecnicamente, é uma espécie de “Mensalão Antecipado”. Um cínico “financiamento com dinheiro público para campanha”.
Na prestação de contas ainda não finalizada, Fernando Haddad já demonstrava que fez a campanha mais cara do Brasil: torrou R$ 16,5 milhões. Mas o valor final, que precisa ser declarado até o dia 30 de novembro do Tribunal Superior Eleitoral, aponta despesas de R$ 25 milhões. Quem vai pagar a fatura?
Fica difícil arranjar tanto dinheiro para fechar as contas porque empresários temem “ficar na roça” se adotarem procedimentos idênticos aos do Banco Rural – revelados e condenados no julgamento da Ação Penal 470, no Supremo Tribunal Federal. Azar, ao menos momentâneo, daqueles que têm comissões a receber pelo serviço prestado.
Fonte: alertatotal.net
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