A estação de Aramari-BA, em 20/06/2008. Foto Roosevelt Reis
ESTAÇÃO DE ARAMARI- BA
http://www.estacoesferroviarias.com.br/ba_paulistana/aramari.htm
A ESTAÇÃO: A estação de Aramari foi inaugurada em 1880. Em seu pátio ficam, ou ficavam, as oficinas da Viação F. F. Leste Brasileiro. Durante algum tempo, nos anos 1940, a estação foi renomeada como Graciliano Freitas, mas voltou a ter seu nome original pouco tempo depois (em 1948 tinha o nome alterado). Segundo alguns, ali em seu pátio ainda existe (em 2010) um cemitério de locomotivas e Prolongamento da E. F. Bahia ao São Francisco (1880-1896)
E. F. do São Francisco (1896-1911)
Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien (1911-1935)
V. F. F. Leste Brasileiro (1935-1975)
RFFSA (1975-1996)
ARAMARI Município de Alagoinhas (1880-1961) Aramari, BA (1961-) Linha tronco - km 136,284 (1960) BA-3057 Inauguração: 18.11.1880
HISTORICO DA LINHA: A linha que ligou efetivamente a estação de São Francisco, em Alagoinhas, ao rio São Francisco, em Juazeiro, foi aberta entre 1880 e 1896 pelo Governo brasileiro, que deu a concessão a, segundo algumas fontes, Miguel Argolo. Em bitola métrica, seus trens partiam da estação de São Francisco, onde chegava uma linha em bitola larga (1m60), a E. F. Bahia ao São Francisco. Em 1911, essa linha teve a bitola reduzida e as duas linhas foram unidas sob a concessão dos franceses da Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien. Em 1935, tudo virou parte da VFFLB, estatal, e a linha passou a se chamar Linha Centro. Em 1957, foi uma das formadoras da RFFSA. Em 1975, deixou de existir o nome VFFLB. Ainda circulavam trens de passageiros entre Alagoinhas e Senhor do Bonfim até 1989. Em 1996, passou a ser concessão da Ferrovia Centro-Atlântica. Tem tráfego de cargueiros até hoje.
A ESTAÇÃO: A estação de Aramari foi inaugurada em 1880. Em seu pátio ficam, ou ficavam, as oficinas da Viação F. F. Leste Brasileiro. Durante algum tempo, nos anos 1940, a estação foi renomeada como Graciliano Freitas, mas voltou a ter seu nome original pouco tempo depois (em 1948 tinha o nome alterado). Segundo alguns, ali em seu pátio ainda existe (em 2010) um cemitério de locomotivas e vagões que não são utilizados há anos pela RFFSA ou suas concessionárias. Em 2004, quando a RFFSA ainda existia (em liquidação, mas existia)... "O cenário é desolador. Nos trilhos por onde antes escoava o progresso do oeste baiano hoje a história é retratada sob o ângulo do abandono. E não são apenas os galpões seculares da antiga oficina modelo de Aramari, a 135 km de Salvador, que estão se esvaindo com o vandalismo que vem arrancando um a um seus tijolos. Está na mesma situação boa parte do patrimônio público, incluindo 70 locomotivas e 20 vagões que foram destruídos e tiveram as peças roubadas, e centenas de trilhos de ferro retirados do chão com pás e picaretas e vendidos a atravessadores. A ousadia dos bandidos revolta os antigos cooperativa para assumir o controle da linha, privatizada há oito anos e hoje sob o comando da Ferrovia Centro Atlântica (FCA).
ACIMA: A velha oficina em ruínas, em junho de 2008. ABAIXO: Dentro da oficina em ruínas, uma locomotiva diesel da RFFSA número 2160 só tem parte de seu esqueleto em meio ao mato (Fotos Roosevelt Reis)
ACIMA: A velha oficina em ruínas, em junho de 2008. ABAIXO: Dentro da oficina em ruínas, uma locomotiva diesel da RFFSA número 2160 só tem parte de seu esqueleto em meio ao mato (Fotos Roosevelt Reis)
As denúncias de descaso são muitas e mostram que, para alguns, oque é público não é de ninguém e por isso mesmo pode ser destruído sem piedade. 'Os caminhões ficam na entrada da cidade para comprar os trilhos roubados. As peças de bronze que nós só conseguíamos retirar com maçarico, hoje são arrancadas na mão e vendidas pelo preço do metal. A FCA também fica tirando peças de uma locomotiva para colocar em outra e diz que está fazendo investimento', denuncia o ex-supervisor de manutenção da ferrovia, Nilson José Gomes de Jesus, de 45 anos, que trabalhou funcionários da rede ferroviária, que tentam montar uma por 24 anos no local. A FCA afirma que os vagões, locomotivas e galpões da oficina de Aramari não foram incluídos nos ativos arrendados em 1996, durante o processo de desestatização da RFFSA. Sem revelar a quantidade, a RFFSA afirma que os equipamentos que a concessionária possui atualmente foram arrendados no contrato. A FCA também não divulga o número de vagões e locomotivas adquiridos, mas responde negativamente à denúncia de que estaria utilizado peças das máquinas abandonadas para repor as suas. A companhia alega que há até seis meses guardou algumas locomotivas no pátio da oficina, 'o que deve ter gerado algum tipo de confusão'. Por e-mail, a empresa respondeu que está com um plano de investimento em aquisição e recuperação de locomotivas, melhorias tecnológicas, meio ambiente e qualificação profissional, que totalizará R$2.159.324 este ano, só na Bahia. A empresa também confirmou que acaba de bater um recorde de lucro na linha de Aramari chamado de TKU, e que relaciona o volume de toneladas transportadas por quilômetro. A empresa não divulgou o quanto lucrou com tal façanha (...)
ACIMA: A velha oficina em ruínas, em junho de 2008. ABAIXO: Dentro da oficina em ruínas, uma locomotiva diesel da RFFSA número 2160 só tem parte de seu esqueleto em meio ao mato (Fotos Roosevelt Reis)
A RFFSA, que seria a responsável pela proteção do patrimônio público que não foi privatizado, está passando por um processo de execução e nenhuma decisão vai ser tomada antes que isso aconteça. (...) A previsão é de que o fim dos trâmites judiciais possibilite que a Caixa Econômica Federal (CEF) coloque o patrimônio existente em venda direta para organismos estatais ou através de concorrência pública. A carcaça dos vagões e das locomotivas, hoje sem o cobre e o bronze que compunham suas peças, deve ser vendida através de leilão como sucata. Quanto ao antigo clube dos funcionários da Rede Ferroviária, os quatro galpões e toda a história de três gerações que sustentaram suas famílias através da Rede Ferroviária devem ficar apenas na memória de cada um, pois não existe nenhuma previsão de retomada das atividades da estação ou da oficina da cidade. A RFFSA também informa que o IPHAN não pretende tombar o local" (Paloma Jacobina, Correio da Bahia, 13/9/2004). "Desde menina, dona Adalgisa tinha o costume de esperar, ansiosa, em Aramari, no interior baiano, onde mora, pelo apito do trem. Filha de ferroviário, depois de moça, como não podia ser diferente, casou-se com um maquinista. Toda vez que o marido saía de casa envergando o uniforme da VFFLB, ela já sabia que ficaria acordada durante toda a madrugada, até presentir a aproximação do trem pilotado por Carlos Máximo dos Santos, pai de seus treze filhos. De pé, na porta de casa, lampião a querosene aceso na mão, dona Adalgiza, a sogra e os filhos esperavam o trem passar pela linha bem em frente à sua janela, e o marido, então, acionar o inconfundível apito, motivo de festa para a meninada. 'Eu levantava de madrugada e ficava esperando a hora de Carlos passar. Até hoje ainda acordo à noite como se fosse esperar o trem', depõe dona Adalgiza" (Correio da Bahia, 27/6/2005). A estação está mal conservada, mas abriga alguns setores da Prefeitura, como o de transporte escolar, em 2008.
(Fontes: Roosevelt Reis; Fabio Teixeira, 2007; Daniel Gentili; Correio da Bahia, 27/6/2005; Etelvina Rebouças Fernandes: Do Mar da Bahia ao Rio do Sertão, Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador, 2005; Cyro Deocleciano R. Pessoa Jr: Estradas de Ferro do Brazil, 1886; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, edições de 1932 a 1984; Mapa: acervo R. M. Giesbrecht).
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