Presidente Dilma se encontra com o recém-eleito papa Francisco, no Vaticano
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) quer explicações à Presidência da República sobre os gastos da comitiva da presidente Dilma Rousseff em viagem à Itália, realizada na semana passada, para a missa inaugural do papa Francisco. O tucano quer saber o valor detalhado dos gastos, assim como os nomes de todos os membros da comitiva --e suas respectivas "funções" durante a viagem.
O governo gastou R$ 324 mil somente com a hospedagem de Dilma, ministros e assessores durante a viagem a Roma. Foram alugados 51 quartos de hotel, 29 deles no Westin Excelsior, na Via Veneto, um dos endereços mais sofisticados de Roma. Outros 22 quatros foram alugados no hotel Parco dei Principi para o restante da equipe de apoio.
A Presidência não informou, contudo, o valor gasto com transporte tampouco o número de carros alugados. Também não esclareceu os custos com diárias nem o número total de integrantes da equipe que viajou com Dilma para a missa inaugural do papa Francisco.
O tucano disse que a divulgação das informações é importante para que a população brasileira saiba detalhes dos gastos do governo em viagens. "A opulência e o alto custo para os cofres públicos de viagem tão curta e sintética chamou a atenção inclusive da imprensa internacional", disse o senador.
O pedido de informações será encaminhado ao ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) se o requerimento de Álvaro Dias for aprovado pela Mesa Diretora do Senado. O tucano cita, no documento, que os Estados Unidos foram representados na posse de Francisco pelo vice-presidente, Joe Biden, acompanhado de "reduzidíssima comitiva".
Segundo a Presidência, nem os gastos nem a estrutura mobilizada fogem da rotina de viagens internacionais de Dilma. "As questões logísticas da visita presidencial a Roma realizada entre 16 e 20 de março corrente não representam qualquer inovação em relação às visitas internacionais anteriores dos presidentes da República Federativa do Brasil", informou a Secretaria de Imprensa da Presidência dizendo que, "como de praxe", os fastos foram bancados pelo Ministério das Relações Exteriores conforme prevê a legislação.
Apesar de não ter informado o número exato da comitiva, a Presidência esclareceu que a composição foi "padrão", com profissionais de segurança, comunicação, cerimonial, apoio à imprensa, saúde, interpretação e tripulação.
Ainda segundo a Presidência, o Gabinete de Segurança Institucional lista o nome de todos os funcionários e convidados e encaminha a relação, junto com uma exposição de motivos, ao MRE. A lista completa da comitiva, contudo, não é tornada pública, ficando "aos cuidados do GSI, à disposição dos órgãos de controle".
As diárias pagas a cada servidor são, de acordo com a Presidência, publicadas no Portal da Transparência de forma individualizada. No entanto, sem alista de quem viajou com Dilma Rousseff, é praticamente impossível identificar o valor exato pago aos funcionários.
Roberto Stuckert Filho-20.mar.13/Divulgação/PR
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