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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Denúncia de que de Dilma foi alvo de monitoramento por parte dos EUA deve ser considerada com cautela

Armação ilimitada – O poder é podre, apesar do jogo de palavras. O índice de putrefação sobe à medida em que que cresce o apego do governante ao poder. E quanto o assunto é a esquerda, a putrefação pode ser considerada como um vale tudo. A exemplo do que ocorre na esquerda planetária, na porção latino-americana dessa corrente ideológica a ordem é manter intacta a tese trotskista da revolução permanente.

Esse introdutório serve para explicar a forma como surgiu a notícia de que Dilma Rousseff e alguns assessores teriam sido espionados pelo governo dos Estados Unidos. A denúncia, que deveria ser uma das primeiras no cipoal de informações , só veio à tona depois que o ex-metalúrgico Luiz Inácio da Silva, agora lobista de empreiteiras, reuniu-se com o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, cuja pauta do encontro continua sendo um mistério.

Assim como ocorre na esquerda planetária, na porção latino-americana da corrente ideológica a ordem é manter em voga a tese trotskista da revolução permanente, o que pode ser conferido em alguns países da América Latina. Por causa desse detalhe, que a grande e amestrada imprensa prefere ignorar, qualquer evento absurdo pode ser costurado nos bastidores do poder e ganhar viés de veracidade.

Beira a irresponsabilidade imaginar que um governo de esquerda, como o do PT, é vulnerável a esse tipo de ataque e que aceitaria ser vigiado. O núcleo duro do Palácio do Planalto finge inocência, mas não é bem assim que a coisa funciona. Os palacianos utilizam um sistema de comunicação através de um satélite da Venezuela, que por enquanto não foi alvo de notícias de que tenha sido espionada por Washington. E o governo de Caracas é sem dúvida o que mais preocupa a Casa Branca. A comunicação por esse sistema bolivariano se dá por meio de senhas e é considerado extremamente seguro.

Nesse cenário é preciso considerar alguns detalhes. A denúncia de que Dilma e assessores teriam sido monitorados surge dias antes do encontro do G20, em Moscou, e da comemoração do 7 de Setembro. Criar uma factóide para desviar a atenção da opinião pública é tudo o que o Palácio do Planalto deseja de forma constante, até porque é enorme o estoque de escândalos com a chancela do PT.

Não se deve desconsiderar o fato de que Dilma não poderia chegar à reunião do G20 na condição de atropelada pela Casa Branca e que um entrevero dessa ordem é ideal para recuperar a imagem de um governante que tem sido dragado pela própria incompetência, sem contar a paralisia do governo. Tanto é assim, que nas altas esferas do poder, e também da esquerda, fala-se na possibilidade de o governo brasileiro solicitar a Washington a substituição do embaixador dos EUA em Brasília.

Ademais, não se deve esquecer que o PT tem um projeto totalitarista de poder e uma eventual derrota na eleição presidencial de 2014 significaria o desmonte do partido, uma vez que muitos são os escândalos em toda a máquina federal, que sob o comando de um adversário político passaria por uma devassa.

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