Desconfiança contra "governo" Dilma espanta investidores. Leilão do pré-sal pode ter um só concorrente.
O governo... teme que apenas um consórcio participe do leilão do campo de Libra. Apesar de quatro empresas terem depositado as garantias integrais, o que tecnicamente permite a criação de quatro grupos concorrentes, o Planalto tem garantido apenas a presença do consórcio montado pela Petrobras. A formação dos grupos pode ocorrer até segunda-feira, data do leilão no Rio. Apesar do temor, assessores da presidente Dilma Rousseff ainda acreditam que pelo menos dois consórcios vão disputar o campo que tem reservas estimadas entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo.
O risco de um só consórcio entrar no leilão passou a ser avaliado como uma possibilidade por assessores do governo e da ANP (Agência Nacional do Petróleo) nos últimos dias. Eles chegam a dizer que, se dois consórcios disputarem, "estará ótimo". A participação de um único consórcio seria negativo para a presidente Dilma. A falta de disputa efetiva poderia ser entendida como um sinal de desaprovação ao novo modelo de exploração de petróleo no país, que determina a partilha da produção futura do campo licitado.
Dilma tem sido informada de todos os passos e lances das negociações de formação de consórcios pela presidente da Petrobras, Graça Foster --que detém informações seguras, porém, apenas do consórcio que está montando. A Folha apurou que, além dos protestos programados para segunda, Dilma desistiu de ir ao Rio também pelo grau de indefinição que envolve o leilão do campo de Libra. Um cenário totalmente diverso do inicialmente imaginado pelo governo, no qual estariam na disputa grandes petroleiras privadas, como as americanas Exxon e Chevron, que não vão participar.
Politicamente, visando a eleição de 2014, o governo torce para que o campo de Libra fique sob controle da Petrobras, fugindo de ataques na eleição de que teria internacionalizado a maior reserva de petróleo do pré-sal. Daí o temor de um eventual consórcio liderado pelas empresas privadas, como Shell e Total, ganharem o leilão. No mercado, contudo, analistas apostam que a Shell, na última hora, pode não entrar na disputa de segunda. (Folha de São Paulo)
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