Petista começará a cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda, no DF, ao lado dos colegas de partido Delúbio Soares e José Dirceu
Laryssa Borges, de Brasília
O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) se entregou na noite desta terça-feira no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, cerca de quatro horas depois de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ter expedido sua ordem de prisão. João Paulo é o último petista a ser preso pelo julgamento do mensalão. Ele cumprirá pena em regime semiaberto ao lado dos companheiros de partido José Dirceu e Delúbio Soares.
Ex-presidente da Câmara dos Deputados na época do mensalão, João Paulo foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão em regime fechado, mas ainda recorre da condenação de lavagem de dinheiro – por isso começará a cumprir seis anos e quatro meses de detenção, o que lhe assegura o regime inicial semiaberto.
Ao longo dos últimos trinta dias, o mensaleiro aguardou a expedição de sua ordem de prisão. Embora a determinação para execução da sentença tenha sido decretada no dia 2 de janeiro e divulgada no dia 6, o ministro Joaquim Barbosa saiu em férias sem concluir a documentação necessária para a prisão.
Nesta terça-feira, depois de o mandado de prisão já ter sido expedido, familiares de João Paulo e dezenas de militantes do PT fizeram um “ato de solidariedade” ao condenado em frente ao STF. Familiares do deputado, entre eles a filha Juliana e a irmã Cida, participaram do ato. Nesta segunda-feira, o parlamentar almoçou com apoiadores no estacionamento do Supremo e informou que pretende apresentar uma revisão criminal, além de recorrer a organismos internacionais contra a condenação definida pelo Supremo.
Condenação – João Paulo Cunha foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva. Conforme denúncia do Ministério Público, ele recebeu 50.000 reais do publicitário Marcos Valério para favorecer a agência de publicidade SMP&B em um contrato na Câmara. Para a acusação, o dinheiro era propina, o que o deputado nega. Inicialmente, ele afirmou que o PT enviou recursos para que fosse paga uma fatura de TV a cabo. Em seguida, mudou a versão e disse que o dinheiro foi usado para realizar pesquisas pré-eleitorais na região de Osasco (SP).
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