Elas se veem obrigadas a reduzirem o consumo, fecharem empreendimentos e se sacrificarem para pagar compromissos assumidos nos anos de fartura
Da compra do carro em até 72 vezes sem entrada, sobraram apenas os carnês atrasados. Em muitos lares, os bancos já arrancaram os veículos da garagem. Investimentos de microempresários, animados com a onda de um Brasil que estava dando certo, viraram pó. Ou dívidas. Sonhos de reformar a casa ou viajar para o exterior pela primeira vez tiveram de ser adiados. Endividadas e desorientadas pela inflação, as famílias mais pobres e, sobretudo, as da nova classe média levaram um balde de água fria no último ano. É hora, dizem os especialistas, de colocar o pé no chão e ajustar de vez as finanças.
O cenário de crédito farto, juros baixos e consumidores afoitos se desmanchou. Desde o fim de 2010, a expectativa de crescimento da economia perdeu força. A boa onda que levou os brasileiros a comprarem como nunca não se sustentou. “As famílias estão menos empolgadas. Houve uma mudança drástica de perspectiva”, comenta Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular, responsável por uma pesquisa divulgada na última semana que mostrou como os brasileiros estão pesquisando e se sacrificando mais para pagar as contas.
Alheios aos números e à interpretação deles, os mais pobres perceberam, muito a contragosto, que a vida não seguiu melhorando no ritmo que se esperava. “Afundamos porque acreditamos demais que as coisas continuariam bem. Foi uma ilusão”, desabafa Luzia Maria Araújo Landim, 61 anos. Em três anos, a loja de cortinas dela, em parceria com a irmã, Maria Luiza, 59, foi do sucesso ao que ela mesma chama de fracasso, embora não deixe de acreditar em uma reviravolta. “Tenho esperança, não posso deixar de ter”, comenta a microempresária.
Juntos há dois anos, quase a idade do filho do casal, os jovens Matheus Alves Cardoso, 18, e Alessandra de Sousa, 16, sofrem as consequências de um entusiasmo não concretizado. “Parece que da noite para o dia, tudo mudou”, diz o provedor da casa, que conseguiu um emprego no dia em que conversou com o Correio. Sem transporte público fácil onde mora, no Condomínio Sol Nascente, a segunda maior favela do Brasil, ele vai encarar 30 minutos de pedalada, durante a madrugada, até o novo local de trabalho, uma fábrica de embalagens.
O cenário de crédito farto, juros baixos e consumidores afoitos se desmanchou. Desde o fim de 2010, a expectativa de crescimento da economia perdeu força. A boa onda que levou os brasileiros a comprarem como nunca não se sustentou. “As famílias estão menos empolgadas. Houve uma mudança drástica de perspectiva”, comenta Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular, responsável por uma pesquisa divulgada na última semana que mostrou como os brasileiros estão pesquisando e se sacrificando mais para pagar as contas.
Alheios aos números e à interpretação deles, os mais pobres perceberam, muito a contragosto, que a vida não seguiu melhorando no ritmo que se esperava. “Afundamos porque acreditamos demais que as coisas continuariam bem. Foi uma ilusão”, desabafa Luzia Maria Araújo Landim, 61 anos. Em três anos, a loja de cortinas dela, em parceria com a irmã, Maria Luiza, 59, foi do sucesso ao que ela mesma chama de fracasso, embora não deixe de acreditar em uma reviravolta. “Tenho esperança, não posso deixar de ter”, comenta a microempresária.
Juntos há dois anos, quase a idade do filho do casal, os jovens Matheus Alves Cardoso, 18, e Alessandra de Sousa, 16, sofrem as consequências de um entusiasmo não concretizado. “Parece que da noite para o dia, tudo mudou”, diz o provedor da casa, que conseguiu um emprego no dia em que conversou com o Correio. Sem transporte público fácil onde mora, no Condomínio Sol Nascente, a segunda maior favela do Brasil, ele vai encarar 30 minutos de pedalada, durante a madrugada, até o novo local de trabalho, uma fábrica de embalagens.
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