A conceituada revista semanal “Der Spiegel” traz na sua edição deste domingo, matérias devastadoras sobre o Brasil e a Copa do Mundo da FIFA 2014. Faltam apenas quatro semanas para a Copa, mas para o semanário quanto mais se aproxima a data do ponta-pé inicial, menor é o entusiasmo popular pela competição e mais intensos são os preparativos para a realização de protestos contra a corrupção dos políticos, contra o desperdício do dinheiro público, contra a privatização do Maracanã, contra a Copa do Mundo da FIFA.
Para a revista, o mundo inteiro aguarda com alegria a realização do torneio, menos os próprios anfitriões brasileiros. Há ameaças de greves, demonstrações e distúrbios. O repórter Jens Güsling relata que o atual noticiário da imprensa brasileira é dominado pela violência. No Rio, por exemplo, populares revoltados destruíram 400 ônibus, em São Paulo, os sem-teto bloquearam ruas e avenidas, além de haver demonstrações em Belém, Fortaleza, Florianópolis e Belo Horizonte.
A população vive um clima de descontentamento geral por conta da estagnação econômica, da corrupção reinante tanto no setor público como no setor privado, da insegurança, da falta de investimentos em transporte público, em escolas e em hospitais.
Esta insatisfação popular se volta agora também contra a FIFA: 12 novos estádios foram construídos a um custo estimado de R$ 10 bilhões (!), sendo que algumas dessas arenas não terão mais nenhuma utilidade uma vez terminada a Copa do Mundo. De outro lado, calcula-se que a FIFA vai lucrar aproximadamente o mesmo valor de R$ 10 bilhões, sendo R$ 6,5 bilhões com direitos de TV e R$ 3,5 bilhões com comercialização, licenças, etc.
Entrevistado pela revista, o escritor mineiro Luiz Ruffato, não tem dúvidas de que o futebol é utilizado politicamente no Brasil: “Assim como foi na ditadura em 1970, assim é agora. No começo se dizia que a Copa do Mundo da FIFA traria muitos benefícios para o povo e para as cidades-sede porque haveria grandes investimentos na infraestrutura. Agora vemos que praticamente não houve investimentos em infraestrutura, mas em compensação foram construídos estádios que ninguém precisa, que o dinheiro público foi desperdiçado e que houve oportunidade para mais corrupção”.
Os repórteres da “Spiegel” foram até a favela do Jacarezinho para falar com o teólogo protestante Antonio Carlos Costa, fundador da ONG Rio de Paz. Ele já sabe o que vai fazer durante a Copa do Mundo: “Vou participar das demonstrações. É obsceno que o nosso país organize uma Copa nos padrões europeus, no padrão FIFA. Nosso governo errou ao aceitar essas exigências. Nós não vamos ganhar nada com esta Copa. Nada vai mudar para nós.”
De outro lado, a esperança do governo brasileiro e da FIFA é que a seleção brasileira conquiste primeiramente o coração dos brasileiros e depois o “hexa” porque assim, acreditam eles, o povo brasileiro em vez de protestar, vai dançar e que tudo, mais uma vez, acabe num grande carnaval.
Fonte: http://www.bundesliga.com.br
Para a revista, o mundo inteiro aguarda com alegria a realização do torneio, menos os próprios anfitriões brasileiros. Há ameaças de greves, demonstrações e distúrbios. O repórter Jens Güsling relata que o atual noticiário da imprensa brasileira é dominado pela violência. No Rio, por exemplo, populares revoltados destruíram 400 ônibus, em São Paulo, os sem-teto bloquearam ruas e avenidas, além de haver demonstrações em Belém, Fortaleza, Florianópolis e Belo Horizonte.
A população vive um clima de descontentamento geral por conta da estagnação econômica, da corrupção reinante tanto no setor público como no setor privado, da insegurança, da falta de investimentos em transporte público, em escolas e em hospitais.
Esta insatisfação popular se volta agora também contra a FIFA: 12 novos estádios foram construídos a um custo estimado de R$ 10 bilhões (!), sendo que algumas dessas arenas não terão mais nenhuma utilidade uma vez terminada a Copa do Mundo. De outro lado, calcula-se que a FIFA vai lucrar aproximadamente o mesmo valor de R$ 10 bilhões, sendo R$ 6,5 bilhões com direitos de TV e R$ 3,5 bilhões com comercialização, licenças, etc.
Entrevistado pela revista, o escritor mineiro Luiz Ruffato, não tem dúvidas de que o futebol é utilizado politicamente no Brasil: “Assim como foi na ditadura em 1970, assim é agora. No começo se dizia que a Copa do Mundo da FIFA traria muitos benefícios para o povo e para as cidades-sede porque haveria grandes investimentos na infraestrutura. Agora vemos que praticamente não houve investimentos em infraestrutura, mas em compensação foram construídos estádios que ninguém precisa, que o dinheiro público foi desperdiçado e que houve oportunidade para mais corrupção”.
Os repórteres da “Spiegel” foram até a favela do Jacarezinho para falar com o teólogo protestante Antonio Carlos Costa, fundador da ONG Rio de Paz. Ele já sabe o que vai fazer durante a Copa do Mundo: “Vou participar das demonstrações. É obsceno que o nosso país organize uma Copa nos padrões europeus, no padrão FIFA. Nosso governo errou ao aceitar essas exigências. Nós não vamos ganhar nada com esta Copa. Nada vai mudar para nós.”
De outro lado, a esperança do governo brasileiro e da FIFA é que a seleção brasileira conquiste primeiramente o coração dos brasileiros e depois o “hexa” porque assim, acreditam eles, o povo brasileiro em vez de protestar, vai dançar e que tudo, mais uma vez, acabe num grande carnaval.
Fonte: http://www.bundesliga.com.br
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