Andrea Tornielli, publicada no jornal La Stampa
Secretário de Estado do vaticano assinou uma circular enviada a todos os escritórios da Cúria Romana para reiterar que sacerdotes e religiosos devem se apresentar ao trabalho com o hábito próprio, isto é, o clergyman ou a batina preta.
O Código de Direito Canônico estabelece que “os clérigos devem portar um hábito eclesiástico decoroso”, segundo as normas estabelecidas pelas várias conferências episcopais. A CEI [Conferência Episcopal Italiana] estabeleceu que “o clero em público deve vestir o hábito talar ou o clergyman”, isto é, o vestido preto ou cinza com o colarinho branco. O nome inglês revela a sua origem na área protestante anglo-saxônica: entrou em uso também para os eclesiásticos católicos, no início como concessão para aqueles que deviam viajar.
A Congregação vaticana para o Clero, em 1994, explicava as motivações até mesmo sociológicas do hábito dos sacerdotes: “Em uma sociedade secularizada e tendencialmente materialista” é “particularmente sentida a necessidade de que o presbítero – homem de Deus, dispensador dos seus mistérios – seja reconhecível aos olhos da comunidade”.
A circular de Bertone pede que os monsenhores vistam “o hábito plano”, isto é, a veste com os botões vermelhos, nos “atos onde esteja presente o Santo Padre”, assim como nas outras ocasiões oficiais. Um convite dirigido também aos bispos recebidos em audiência pelo papa.
O uso das roupas civis para o clero foi relacionado, no passado, com situações particulares, como no caso da Turquia, nos anos 1940, ou do México até anos muito mais recentes, com os bispos habituados a sair de casa vestidos como empresários.
Mas foi sobretudo depois do Vaticano II que a veste talar acabou no sótão, e o padre tentou se distinguir cada vez menos. Há anos já, especialmente entre os jovens sacerdotes, registra-se, no entanto, uma forte tendência contrária. Uma reviravolta “clerical” posta agora preto no branco também na circular do secretário de Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário