Há mais de seis décadas uma família mantém a tradição do artesanato no pequeno município de Barrocas.
Em meio à
tecnologia avançada as conhecidas esteiras de pindoba fabricadas
artesanalmente resistem ao tempo através das mãos da Senhora Maria
Carmelita de 71 anos (foto).
Morando
atualmente no Bairro do Society, Dona Maria Pinga Fogo, como prefere ser
chamada, segue um costume que herdou da sua mãe, e que lhe foi passado
por seu pai conhecido como Luiz Gonzaga, e que hoje ela juntamente com
duas irmãs seguem com muita dedicação; “Comecei a aprender com seis
anos de idade, já se foram 65 anos e nunca parei de fazer as esteiras”
relata com satisfação Dona Maria.
Simpática Dona
Maria recebeu em sua casa a equipe do JNV, e contou a sua história com
as esteiras; “Antigamente saímos para Salgadália montados no jegue atrás
da pindoba do ariri, os donos das roças deixavam eu e minhas irmãs
Terezinha e Zefira entrar nas propriedades e pegar as pindobas,
voltávamos em cima da carga para Barrocas” conta orgulhosa.
Mas naqueles tempo era também comum percorrer vários quilômetros a
pé; “Eu saia com um molho de pindoda na cabeça, quando chegava aqui
sentava na antiga praça pra vender e ajudar painho e mainha, com o lucro
da venda comprávamos farinha e osso para fazer pirão, tudo era difícil
naquele tempo”, lembra Dona Maria.
A barroquense
explicou ainda como é o processo para iniciar a confecção das esteiras;
“Primeiro retira a pindoba da ariri, deixa no sol para secar, corta
pedaços e começa a fazer as tiras, são um total de cinco tiras que
consigo fazer, cada uma em 30 minutos, com as tiras prontas eu corto e
coloco uma ao lado da outra, depois colocamos a cabeceira das esteiras e
com mais alguns ajustes está pronta, levo cerca de um dia para fazer
cada, já teve época que consegui produzir duas por dia” explicou.
Sorridente,
feliz e orgulhosa, Dona Maria gosta de andar bem arrumada e cheirosa,
caprichosa sempre está usando anéis, brinco e colares.
Pelo visto a tradição das esteiras seguira por muitos anos na região, pois Dana Maria já está ensinando o ofício a sua netinha Josiane Bispo Oliveira de apenas seis anos, e garotinha já ajuda despenando a pindoba seca e arrumando as cabeceiras para sua vó diariamente, coisa rara hoje em dia.
Pelo visto a tradição das esteiras seguira por muitos anos na região, pois Dana Maria já está ensinando o ofício a sua netinha Josiane Bispo Oliveira de apenas seis anos, e garotinha já ajuda despenando a pindoba seca e arrumando as cabeceiras para sua vó diariamente, coisa rara hoje em dia.
Perguntado como
encontra a matéria prima atualmente ela respondeu; “Hoje compro tudo em
Coité, em Barrocas já não se encontra mais para vender, isso vem desde
meu tempo de juventude quando as roças foram tomadas pelo sisal”.
Para encomendar
uma esteira ou adquirir, Dona Maria dá uma dica e diz que o artesanato
pode ser usado para separar embrulho de fumo, como tapete, encosto para
sentar e deitar e, principalmente colocar debaixo do coxão de dormir.
Segundo ela, o preço varia entre R$ 8,00, 6,00 e até 5,00 reais a depender do
tamanho da esteira e quem gosta e se interessa basta fazer uma visita em
sua residência na rua do Society.
@ Nossa Voz - Da Redação
Texto original foi publicando na edição de Nº88
do Jornal @ Nossa Voz Impresso na Pág. 03.
Texto original foi publicando na edição de Nº88
do Jornal @ Nossa Voz Impresso na Pág. 03.
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