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sábado, 6 de setembro de 2014

Denúncias de Paulo Roberto atingem em cheio candidaturas de Dilma e Marina

Reinaldo, o engenheiro Paulo Roberto Costa, que está preso, deu a lista dos políticos envolvidos com esquema de propinas que vigorava na Petrobras; é o "Petrolão". Quem está lá e o que vem por aí?

... A Revista VEJA teve acesso a parte do depoimento de Paulo Roberto e traz reportagens exclusivas na edição desta semana, que já está nas bancas, com a lista dos nomes citados por Paulo Roberto. Entre eles, estão cabeças coroadas da política brasileira, como o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que morreu numa acidente aéreo no dia 13 de agosto, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e Sérgio Cabral, ex-governador do Rio (PMDB). Paulo Roberto acusa ainda Edison Lobão, atual ministro das Minas e Energia, e atinge o coração do Congresso: estão em sua lista os presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, Rio Grande do Norte, e do Senado, Renan Calheiros, de Alagoas. Ambos são peemedebistas.

PT, PMDB e PP seriam os três beneficiários do esquema, que teria também como contemplados os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR), e os deputados petistas João Pizzolatti (SC) e Candido Vaccarezza (SP), que já havia aparecido como um dos políticos envolvidos com o doleiro Alberto Youssef, que era quem viabilizava as operações de distribuição da propina. Mas há muitos outros, como vocês poderão constatar nas reportagens de VEJA, a exemplo de Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades, do PP da Bahia.

Lula e Dilma não quiseram se pronunciar a respeito. Os demais negam envolvimento com Paulo Roberto. Alves, o presidente da Câmara, chega a dizer ao repudiar a acusação: “A Petrobras é petista”. Que o PT estivesse no centro do esquema, isso parece inegável. Um dos nomes da lista feita pelo engenheiro é João Vaccari Neto, o homem que cuida do dinheiro do PT. É secretário de Finanças do partido. Ele é, vejam a ironia da coisa, o substituto de Delúbio Soares. Não é a primeira fez que seu nome frequenta o rol de envolvidos em escândalos.

Paulo Roberto tem noção da gravidade de suas acusações. Tanto é que, quando ainda hesitava em fazer a delação premiada, cravou a frase: “Se eu falar, não vai ter eleição”.

E por que falou? A interlocutores, ele diz que não quer acabar como Marcos Valério, que ficará por muitos anos na cadeia, enquanto os chefões políticos do mensalão já se preparam para viver dias felizes fora do xadrez. O homem também está muito magoado com a presidente Dilma. Até agora, ele não fez nenhuma acusação direta à candidata do PT à reeleição — Lula não escapou —, mas deixa claro que ela foi, sim, politicamente beneficiada pelo propinoduto, que mantinha feliz a base aliada no Congresso.

...

Qual vai ser o desdobramento político disso? Vamos ver. Uma coisa é certa: as revelações de Paulo Roberto atingem em cheio as duas candidatas que lideram a disputa pela Presidência da República: Dilma, por razões óbvias, e Marina, por razões menos óbvias, mas ainda assim evidentes. Ela é a atual candidata do PSB à Presidência. Confirmadas as acusações de Paulo Roberto, é de se supor que o esquema ajudou a financiar as ambições políticas de Campos, de quem ela se tornou a herdeira.

A situação de Dilma, obviamente, é mais grave: afinal, ela era a czarina do setor energético, ao qual pertence a Petrobras. Presidia também o seu conselho. Deu um empregão para Nestor Cerveró, o homem que ajudou a viabilizar a compra de Pasadena, que Paulo Roberto agora diz ter sido fraudulenta. O chefão das finanças de seu partido é um dos implicados no esquema.

Paulo Roberto ainda está preso. Ele se comprometeu a abrir mão dos bens que acumulou em razão do esquema fraudulento e a pagar uma multa. As pessoas encarregadas da investigação têm agora de confrontar suas informações com outras provas colhidas no curso do processo, com o objetivo de verificar se suas informações são procedentes. Se forem e se ele realmente ajudar a desbaratar um esquema de falcatruas bilionárias, pode ser até ganhar a liberdade. (Leia na íntegra).

A República treme.

Por Reinaldo Azevedo

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/petrolao-a-lista-de-paulo-roberto-esquema-corrupto-lotado-na-petrobras-distribuiu-propina-durante-os-governos-lula-e-dilma-compra-de-pasadena-foi-fraudulenta-lula-sabia-de-tudo-eduardo-c/

http://jovempan.uol.com.br/opiniao-jovem-pan/comentaristas/reinaldo-azevedo/denuncias-de-paulo-roberto-atingem-em-cheio-candidaturas-de-dilma-e-marina.html

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