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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Polícia Federal entra em greve nesta quarta-feira (22) em todo o Brasil

Foto: Divulgação

Paralisação de 72 horas será seguida de atos públicos de protesto em frente às unidades da PF.
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)                 
Os agentes da Polícia Federal (PF) de todo o país entrarão em greve de 72 horas a partir desta quarta-feira (22). A paralisação das atividades será seguida de atos públicos de protesto em frente às unidades da PF. Na Bahia, a mobilização acontece a partir das 16h30 de quarta, em frente à Superintendência Regional da Polícia Federal localizada na Avenida Oscar Pontes, no bairro de Água de Meninos.

Os agentes protestam contra a alteração na lei 9.266, assinada pela presidente Dilma Rousseff no último dia 13, que inclui a definição de que a Polícia Federal é parte da "estrutura básica" do Ministério da Justiça.

A greve é realizada, ainda, por conta do não cumprimento do acordo assinado com o governo federal, no final da greve de 2012, onde havia sido prometida a modernização da carreira na PF e o reconhecimento das atividades realizadas por todos servidores, ainda regidos por leis da época da ditadura militar.

“A Polícia Federal está sendo destruída, enquanto a população brasileira precisa do combate ao crime organizado e corrupção. Estamos sendo engolidos pela burocracia. O servidor deve ser reconhecido pelo que faz, e não pelo que está no papel. Queremos critérios de eficiência para as chefias, independente do cargo, e o fim da politicagem dentro da PF”, explica Jones Borges Leal, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).

Jones Borges, disse à Coluna Esplanada que a recente Medida Provisória (MP) 657 seria um afago estranho aos delegados em meio à eleição e às investigações de corrupção no governo, sendo uma ação decisiva para a realização da greve.

A MP beneficiou apenas o cargo de delegado, criando uma espécie de concurso para chefe no serviço público federal.

Confira na íntegra a nota:

A MP foi editada na calada da noite e em período eleitoral, contrariando o artigo 73, inc. V da LEI 9.504/97, e através dela, Dilma tenta enquadrar os Agentes da Polícia Federal e sua insistência em investigar casos de corrupção.

Para os Agentes Federais a edição da MP 657 centraliza a direção e o poder de todas as atividades da Polícia Federal em um só cargo, dentro de uma carreira única constitucional composta por cinco cargos policiais federais, o que une 90% dos servidores do DPF contra esse grave atentado à democracia que retira a autonomia de investigação dos Agentes Federais e dos Peritos Criminais que são responsáveis pela produção de provas técnico-cientificas.

Essa MP foi editada às vésperas das eleições presidenciais, coincidentemente quando veio à tona várias investigações onde membros do mais alto escalão do governo federal aparecem como, supostamente, envolvidos em escândalos de corrupção, o que certamente pode influenciar no pleito eleitoral.

A estratégia de concentrar todo o poder do órgão em um só cargo e assim controlar todas as investigações é semelhante a um golpe de Estado que atinge a sociedade sorrateiramente bem como foi a PEC 37 (PEC DA IMPUNIDADE) que era defendida pelos delegados de polícia como instrumento de "autonomia e poder", mas que colocava a sociedade e o Ministério Público como vítimas de um golpe antidemocrático que foi combatido pelos Agentes Federais desde o nascedouro, e que a sociedade acordou a tempo de ir às ruas em junho de 2013 para impedir tamanho retrocesso defendido com "unhas e dentes" por delegados de polícia contra a sociedade, e que hoje têm a MP 657 (MP DA IMPUNIDADE) como espelho da PEC 37, em âmbito interno às investigações da Polícia Federal, mas que atinge a sociedade tal qual a PEC 37.

Se a PEC 37 colocava como algozes da sociedade os delegados de polícia na ânsia por poder, a MP 657 (MP DA IMPUNIDADE) retoma mais um capitulo dessa história onde de um lado estão a sociedade e todas as instituições democráticas, e de outro estão delegados de policia defendendo prerrogativas, e concentração de poder, em detrimento da autonomia de investigação de todos os outros cargos da PF, o que retrocede a instituição atualmente mais bem avaliada pela sociedade aos tempos de controle político de todas as atividades do órgão.

E para tentar demover o governo Dilma de tamanho retrocesso, os AGENTES FEDERAIS da Bahia informam a população de que a partir da meia noite do dia 22/10/2014 estarão entrando em greve geral como forma de protesto, acreditando que a luta por uma Policia cidadã, moderna, e eficiente que entregue uma prestação de segurança publica da forma como a população almeja e merece, de forma rápida e consistente.

Essa é uma luta de toda a sociedade.

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