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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Tesoureiro do PT citado no petrolão é delegado da campanha de Dilma

João Vaccari Neto, bancário, tesoureiro do PT,
ex-presidente da Bancoop, em 2010
(Sergio Dutti/AE/VEJA)
Documento obtido pelo site de VEJA mostra que João Vaccari Neto tem a função-chave de representar a candidata no Tribunal Superior Eleitoral (TSE.
Marcela Mattos, de Brasília 
Desde que o depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa veio a público, a campanha da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) entrou em pânico: criou uma força-tarefa para evitar que as novas revelações causassem estrago no projeto de reeleição da petista, redobrou os ataques ao adversário Aécio Neves (PSDB) e barrou o depoimento do tesoureiro João Vaccari Neto à CPI da Petrobras. Não à toa: nove anos após o estouro do escândalo do mensalão, outro homem-forte responsável por cuidar das contas do partido aparece às voltas em um caso de corrupção, agora como o pivô de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Paulo Roberto Costa afirmou que parte da propina desviada da estatal chegou às mãos de Vaccari.  “Dentro do PT, a ligação que o diretor de serviços tinha era com o tesoureiro na época do PT, o senhor João Vaccari. A ligação era diretamente com ele”. Ainda segundo o delator, dois terços da propina ficavam para o PT quando a diretoria era comandada pelo PP. Já nos setores diretamente controlados por petistas, a propina seguia diretamente para o caixa do partido.
A função de Vaccari, no entanto, vai além de cuidar do financeiro do PT: ele tem posto privilegiado no projeto eleitoral da presidente Dilma. Documento obtido pelo site de VEJA mostra que o tesoureiro foi nomeado delegado da campanha de Dilma e tem a função-chave de representar a candidata no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tamanha é a autonomia que Vaccari, tem, inclusive, a prerrogativa de fazer petições e assinar as credenciais dos fiscais da coligação.

Ao lado dele estão outros quatro delegados – todos ocupam posições no projeto de reeleição de Dilma: o secretário-geral do PT, Geraldo Magela, deputado federal derrotado na única vaga ao Senado pelo Distrito Federal; o ex-presidente do diretório paulista do PT e tesoureiro da campanha, Edinho Silva; o ex-ministro do TSE, Arnaldo Versiani, e Luis Gustavo Severo, ambos responsáveis pela área jurídica da campanha.

Embora tenha sido apontado como a ponte para o recebimento da propina, o PT tem se mostrando reticente em afastar o tesoureiro. Ao contrário: saiu em defesa dele e processou Paulo Roberto Costa por difamação.

Durante debate entre os candidatos à Presidência realizado no último domingo, Dilma evitou se voltar contra Vaccari. Questionada por Aécio se confia no tesoureiro, a presidente tergiversou: “Da última vez que um delator denunciou pessoas do seu partido, no caso do metrô e da compra dos trens, o senhor disse que não ia confiar na palavra de um delator. Eu sou diferente. Eu sei que há indícios de desvio de dinheiro. O que ninguém sabe é quanto foi e quem foi. Isso é muito importante”, disse. 

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil 


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