Chefe do Executivo tem o desafio de reconquistar a confiança e estimular investimentos |
Baixo crescimento, inflação elevada, contas públicas estranguladas e deficit externo recorde será obstáculos.
Reeleita, a presidente Dilma Rousseff terá pela frente uma difícil transição para o segundo mandato, sobretudo na economia. “O país que ela herdará de si mesma é, sem dúvida, mais desafiador do que encontrou em 2010, deixado por Lula”, diz o economista-chefe da Boa Vista Serviços, Flávio Calife. Os números dão razão ao analista. O primeiro mandato de Dilma foi marcado pela piora generalizada dos principais indicadores econômicos. O Produto Interno Bruto (PIB) desabou, a inflação está mais alta e o consumo das famílias desacelerou. Para piorar, não poderá mais utilizar os gastos do governo para estimular o crescimento, já que as contas públicas estão estranguladas.
O Correio ouviu fontes do governo, da academia e do mercado financeiro para identificar o maior desafio de Dilma nos próximos quatro anos. Os entrevistados foram unânimes em alertar para a debilidade das contas públicas e o risco de o país perder o grau de investimento, conquistado a duras penas em 2008. “O Brasil não pode, em hipótese alguma, sofrer um downgrade (rebaixamento da nota de crédito)”, diz uma alta fonte do Banco Central, reforçando que o corte do rating soberano seria “devastador” para a imagem do novo governo.
Um ex-diretor do BC, que recentemente teve o nome cogitado para comandar a instituição num eventual governo Aécio Neves (PSDB), chamou a atenção para a queda dos resultados fiscais em anos de eleição. “Não é só no Brasil que o governo gasta mais em período eleitoral. Mas, neste ano, houve uma piora forte em um quadro que já era de muita dificuldade para as contas públicas”, emenda.
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