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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Dilma não tem mais direito a desculpas, diz Aécio

O senador Aécio Neves (PSDB-MG)
faz discurso no Congresso Nacional
Ítalo Nogueira - do Rio
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse nesta segunda-feira (22) que a presidente Dilma Rousseff não tem mais o "direito a desculpas" pelos escândalos na Petrobras. Para ele, a permanência da presidente da estatal, Maria das Graças Foster, é "totalmente inviável".

Aécio afirmou haver uma "crise de governança" dentro da estatal, por não ter identificado desvios após as denúncias feitas pela ex-gerente Venina Velosa.

"Não há uma clareza em relação à participação da presidente da Petrobras e demais diretores. E há um agravante: quando indagada na CPMI do Congresso Nacional se tinha conhecimento sobre as denúncias, a atual presidente Graça Foster disse que não sabia nada disso. Estamos vendo que a presidente Graça Foster mentiu ao Congresso Nacional. Considero sua sustentação totalmente inviável", disse o tucano, em visita à Casa das Garças, no Rio.

O senador disse que Dilma deve substituir toda a diretoria da Petrobras por uma "equipe profissional".

"Talvez seja o instinto da presidente tentar manter até o último minuto aquilo que é impossível de ser mantido. Hoje não há a capacidade da diretoria da Petrobras, e me refiro a toda ela, de garantir a credibilidade para que a Petrobras estabeleça um novo portifólio de investimentos."

Ele afirmou, contudo, que os desvios na estatal não permitem mais que a presidente peça desculpas pelos prejuízos causados.

"Quando candidato, dei a oportunidade de se desculpar com os brasileiros pela ausência de governança na empresa e pelos prejuízos causados. Os escândalos depois da eleição foram tão maiores que sequer direito a desculpas a presidente tenha mais."

Aécio afirmou que a ausência de uma política de governança abre a suspeita de casos de corrupção em outras estatais.

"A Petrobras não teve quaisquer controles mínimos que empresas muito menos complexas do que ela determinavam ter. Se na Petrobras era assim, será que nas outras empresas [públicas] a governança também era assim? Esse é o pior legado que o PT nos deixa. Uma enorme desconfiança."

Ele defendeu a instalação de uma nova CPI no Congresso que tenha como base as delações premiadas autorizadas pela Justiça. Elas foram ingnoradas pela comissão da atual legislatura.

"Não é possível que após tantas confissões, e até retorno de dinheiro ao Brasil, o Congresso Nacional se mantenha blindado em relação a esse gravíssimo escândalo. O Congresso tem a responsabilidade de contribuir com as investigações, inclusive punindo todos aqueles, independente de partido político que tiverem responsabilidade. A nova CPMI não poderá desconhecer a realidade."

Aécio criticou também a nova política de ajuste econômico anunciada pelo novo ministro Joaquim Levy (Fazenda).

"Para esse governo, sem credibilidade, o custo do ajuste será muito mais alto. Existe uma esquizofrenia na condução da politica econômica hoje. De um lado a nova equipe anuncia um ajuste fiscal duro. Ao mesmo tempo a mesma equipe insiste em fragilizar a lei de responsabilidade fiscal."

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