Frei Betto e Fidel Castro (que trocou a Adidas pela Puma), em fevereiro de 2014. O encontro de terça-feira não foi registrado em imagem |
Amigo do ex-presidente Lula, de quem foi assessor entre 2003 e 2004, e eleitor de Dilma Rousseff, o dito frade dominicano Carlos Alberto Libânio Christo, vulgo Frei Betto, teve um “afetuoso” encontro na tarde de terça-feira com o ditador cubano Fidel Castro, segundo matéria desta quarta do jornal oficial de Cuba, “Granma”, que obviamente usou outras palavras para descrevê-los: “o companheiro” Fidel e – imagine – o “destacado intelectual brasileiro” Frei Betto.
Quem o “destacou”, na verdade, foi o nº 2 das FARC, Raul Reyes, quando informou à Folha em agosto de 2003 que presidiu assembleias do Foro de São Paulo com Lula e que o principal contato do grupo narcoterrorista no Brasil é o PT e, dentro dele, Lula, Emir Sader e… Frei Betto.
Agora que Leamsy Salazar, o chefe de segurança do nº 2 da Venezuela, Diosdado Cabello, fugiu para os Estados Unidos, acusou-o de ser o líder do grupo narcotraficante Cartel dos Sóis e vinculou Cuba à proteção e ao fornecimento de rotas da droga produzida pelas FARC, imagino que havia mesmo muitos “temas nacionais e internacionais” sobre os quais Fidel e Betto precisavam conversar. Só não sei se eles lembraram o escândalo dos cinco milhões de dólares das FARC que um agente do grupo, o falso padre Olivério Medina, cuja esposa foi empregada na Secretaria da Pesca por Dilma Rousseff, afirmava ter trazido para a campanha eleitoral de Lula.
Quem sabe não sai uma nova remessa para 2018?
Ao Globo, no entanto, Betto se limitou a declarar que Fidel “está totalmente lúcido”, o que é sempre um perigo, e “é um entusiasta do Obama e acha muito positivo o que vem fazendo”, é claro, afinal Raúl precisa de dinheiro para eternizar a ditadura (e convém afagar Obama, para evitar que os EUA se metam na cobertura cubana ao tráfico, não é mesmo?). “Mas ao mesmo tempo diz que o processo de reaproximação é muito longo, que os EUA precisam tomar medidas concretas, pondo fim ao embargo e retirando Cuba da lista de países terroristas”. Segundo Betto, Fidel ressaltou: “Mesmo sendo inimigos, temos que dialogar” – uma frase hilariante para um ditador que mandou fuzilar 17.000 pessoas, a maioria pelo “crime” de pensar diferente dele.
Em 2003, quando Frei Betto era assessor oficial do então presidente Lula, o embaixador brasileiro em Havana e seu “irmão de caminhada”, Tilden Santiago, chegou ao cúmulo de justificar a decisão de Fidel de fuzilar três acusados de “sequestrar” um barco para fugir da ilha para os EUA, levando mais 40 passageiros oprimidos: “O regime cubano tinha o direito de se defender da tentativa de desestabilização estimulada pelos Estados Unidos”, disse Santiago, marcando para sempre a diplomacia de dois pesos, duas medidas dos governos petistas, sempre prontos a defender os crimes dos companheiros e acusar os inimigos de cometê-los.
O G1 ainda destaca Frei Betto como “um expoente da Teologia da Libertação na América Latina”. Disseminada no Brasil há mais de 40 anos, a Teologia da Libertação é a politização total, integral e sistemática da Igreja, que consiste em dar a cada frase do Evangelho um sentido político de “luta de classes” para favorecer a revolução comunista. A melhor coisa que teólogos da libertação como Frei Betto podem fazer nesta vida é dar a extrema-unção a ditadores companheiros como Fidel Castro. Só espero que ele tenha aproveitado a oportunidade.
Parceiros de longa data. Segundo o Granma, “amplas e fraternais relações” |
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/
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Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil
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