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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Arcebispo de Miami aos funcionários: vocês podem perder seu emprego se apoiarem o “casamento” gay

Foto: EL NUEVO HERALD
À luz da recente decisão de um juiz da Florida segundo a qual se redefine o matrimônio para incluir duplas formadas por pessoas do mesmo sexo, o Arcebispo de Miami, Thomas Wenski, não perdeu tempo em lembrar os funcionários de sua arquidiocese de que são chamados a serem fiéis à Igreja.

O arcebispo escreveu uma carta aos funcionários da arquidiocese explicando que o apoio público a um comportamento que esteja em conflito com o ensinamento da Igreja, inclusive em redes sociais, poderia lhes custar o trabalho.

“Todos os funcionários devem saber que, em razão da função específica da Igreja na sociedade, determinada conduta, incompatível com os ensinamentos da Igreja Católica, poderia levar a uma ação disciplinar, incluindo a demissão”, afirma o exemplo citado na carta. “Ainda que ocorra fora do dia normal de trabalho e fora dos limites estritos do trabalho realizado para a arquidiocese pelo funcionário.”

A política de conduta também afirma que os funcionários devem ser discretos quando realizarem postagens em redes sociais e devem ter consciência de que atividades online contrárias aos ensinamentos da Igreja também poderia resultar em ação disciplinar ou demissão.

O Arcebispo Wenski enviou a carta junto com uma declaração da Conferência Católica da Flórida no dia 5 de janeiro a respeito da legalização do “casamento” homossexual na Florida, e iniciou sua mensagem dizendo aos funcionários que as decisões das cortes da Florida “impuseram a redefinição do matrimônio.”

Nesta semana, o estado tornou-se o 36º nos Estados Unidos a legalizar o “casamento” gay, depois de ter expirado, por falta de intervenção de uma corte superior, o bloqueio a uma determinação de um juiz de um Distrito norte-americano que considerava inconstitucional a lei de defesa do matrimônio na Florida. O estado tem apelos em processo com o 11º Circuito e a Suprema Corte. No dia 9 de janeiro, espera-se que a Suprema Corte decidirá se ouvirá o caso.

“Qualquer que seja o serviço que vocês prestam à arquidiocese, vocês representam publicamente a Igreja Católica e arquidiocese em tudo o que fazem e falam”, escreveu o Arcebispo Wenski para os funcionários. “Portanto, é importante que vocês compreendam o posicionamento da Igreja e estejam bem informados.”

A política arquidiocesana de trabalho é clara ao determinar que os empregados devem comportar-se a todo momento e em todos os lugares de maneira ética e moral, conforme os princípios católicos.

O esclarecimento do arcebispo aos funcionários veio depois de vários exemplos recentes de funcionários que foram demitidos por terem violado o ensinamento da Igreja e a política de trabalho, algumas vezes resultando em reação da mídia e em ação legal.

Após ter sido demitida por ter se “casado” com sua parceira, uma mulher de Missouri processou a Diocese de Kansas City-St. Joseph no ano passado. Uma escola católica de Seattle sofreu um ataque midiático no ano passado por pedir que um vice-diretor renunciasse depois de ter contraído “matrimônio” sexual. Posteriormente, o vice-diretor processou a escola. Um homem de Ohio foi demitido do seu emprego em uma escola católica no ano passado depois de ter feito um compromisso de se “casar” com outro homem. Em Chicago, no ano passado, um diretor de coral foi removido de seu emprego depois de ficar noivo de outro homem. Ele processou a paróquia e o pároco em Dezembro. Um liturgista de uma paróquia em Minnesota foi removido em setembro do ano passado depois se “casar” com outro homem.

O Arcebispo Wenski também manifestou sua oposição à redefinição do casamento na Florida na imprensa, declarando ao afiliado da NBC South Florida que, “ao impor uma nova definição de matrimônio às pessoas da Florida, as cortes estão mudando o significado do matrimônio para todos.”

A mesma reportagem também disse que o debate sobre a “inclusão de casais formados por pessoas do mesmo sexo” estava continuando dentro da Igreja e do Vaticano, e que “um comentário do Papa Francisco sobre indivíduos homossexuais, que, segundo as notícias, disse ‘quem sou eu para julgar?’, foi visto como um provável sinal de que a posição da Igreja poderia evoluir.”

Porém, reiteradas declarações dos papas, bem como da Congregação para a Doutrina da Fé, deixaram claro que o ensinamento da Igreja sobre o tema não mudará (e nem pode mudar).


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