Após serem alvo de manifestação, senadores decidem deixar Venezuela
Renan e Cunha cobram de Dilma reação à hostilidade contra senadores
Oito parlamentares desembarcaram na Venezuela nesta quinta-feira.
Membros da comitiva foram cercados depois de chegar a Caracas.
Lucas Salomão, Fernanda Calgaro, Nathalia Passarinho e Filipe Matoso
Do G1, em Brasília
Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmaram na tarde desta quinta-feira (18) que vão cobrar do governo brasileiro reação ao episódio de hostilidade relatado por senadores que foram à Venezuela.
Renan disse que irá telefonar para a presidente Dilma Rousseff para cobrar uma reação “altiva” do governo brasileiro contra o episódio relatado pela delegação brasileira na Venezuela.
Em visita à Venezuela, senadores brasileiros foram cercados por manifestantes em Caracas, segundo relato do repórter Rodrigo Carvalho, da GloboNews. Por meio das redes sociais, os parlamentares relataram ter tido dificuldades para deixar o aeroporto da capital do país vizinho.
“Qualquer agressão aos nossos senadores, à nossa delegação, é uma agressão ao Legislativo. Estou telefonando para a presidente e vou cobrar do governo brasileiro uma reação altiva”, afirmou Renan.
Renan disse, ainda, que já conversou com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que, segundo o senador, o relatou que no mesmo momento em que os senadores chegaram ao país, a polícia venezuelana estava transferindo um preso político o que teria inviabilizado o trajeto tranquilo dos parlamentares.
“Mas nada disso importa muito. O que importa é o clima de tensão, de intimidação, de ofensa, de agressão. E eu vou cobrar do governo brasileiro. A democracia hoje não tem mais como conviver com essas coisas medievais”, concluiu Renan.
O G1 entrou em contato com as assessorias do Palácio do Planalto e da Embaixada da Venezuela e não teve resposta até a última atualização desta reportagem. O Itamaraty informou que os senadores foram recebidos na base área pelo embaixador Ruy Carlos Pereira. Em seguida, os parlamentares seguiram em um micro-ônibus e o diplomata, em seu próprio carro. Conforme o Ministério das Relações Exteriores, havia um engarrafamento quando a comissão decidiu retornar ao aeroporto após o incidente. O Itamaraty não tem detalhes sobre o que ocorreu.
De acordo com a assessoria da pasta, o governo brasileiro "presta apoio" aos senadores, mas não há informações sobre o que será feito.
O Itamaraty informou, ainda, que aguarda decisão dos parlamentares para dizer o que fará sobre a viagem deles ao país.
Câmara
Diante das discussões sobre o episódio dos senadores na Venezuela, a sessão da Câmara foi encerrada e votação das desonerações foi adiada para a próxima terça-feira.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que a Casa “não concorda com nenhum tipo de agressão ou retaliação” contra quem quer que seja e que irá se “associar a qualquer tipo de reação”.
“Eu mesmo fiz gestões diretas para que recebesse os brasileiros da forma adequada”, disse, acrescentando que já falou com o presidente do Senado, Renan Calheiros. “Ele já está tomando as providências, não só emitindo nota, mas já procurou a presidente Dilma”, disse.
Cunha informou que vai criar uma comissão de deputados para conversar com ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, sobre os relatos de agressão envolvendo senadores brasileiros que estão em viagem na Venezuela. Após falar por telefone com o ministro, Cunha confirmou que foram jogadas pedras na van que levava os parlamentares a Caracas.
“Quero relatar a conversa que tive com o chanceler. No engarrafamento, houve militantes de qualquer natureza, que não dá para fazer prejulgamento, que tentaram agredir o ônibus e a proteção policial conseguiu evitar qualquer agressão de natureza mais grave. Claro que episódio dessa natureza provoca uma tensão e a delegação está voltando ao aeroporto com proteção policial aumentada”, contou o presidente da Câmara.
Cunha também informou que pedirá que o governo brasileiro emita uma nota oficial sobre as agressões ocorridas na Venezuela. “O que solicitamos é que queremos uma posição do governo oficial, emitido em nota e garantia da integridade dos brasileiros que estão na delegação.”
Moção de repúdio
Parlamentares da oposição defenderam uma posição mais enfática da Câmara, com a aprovação de uma moção de repúdio e a convocação do ministro de Relações Exteriores. Eduardo Cunha, porém, disse que não convocaria Mauro Vieira, já que a comissão de parlamentares já poderia esclarecer os fatos junto ao ministro.
O peemedebista disse ainda que aceitaria votar um texto de repúdio à agressão, mas não que trouxesse críticas às autoridades diplomáticas brasileiras. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) pediu aos colegas que aguardassem a volta da comitiva de deputados com mais informações do Ministério das Relações Exteriores antes de votar a moção de repúdio.
Em visita à Venezuela, senadores brasileiros foram cercados por manifestantes em Caracas, segundo relato do repórter Rodrigo Carvalho, da GloboNews. Por meio das redes sociais, os parlamentares relataram ter tido dificuldades para deixar o aeroporto da capital do país vizinho.
“Qualquer agressão aos nossos senadores, à nossa delegação, é uma agressão ao Legislativo. Estou telefonando para a presidente e vou cobrar do governo brasileiro uma reação altiva”, afirmou Renan.
Renan disse, ainda, que já conversou com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que, segundo o senador, o relatou que no mesmo momento em que os senadores chegaram ao país, a polícia venezuelana estava transferindo um preso político o que teria inviabilizado o trajeto tranquilo dos parlamentares.
“Mas nada disso importa muito. O que importa é o clima de tensão, de intimidação, de ofensa, de agressão. E eu vou cobrar do governo brasileiro. A democracia hoje não tem mais como conviver com essas coisas medievais”, concluiu Renan.
O G1 entrou em contato com as assessorias do Palácio do Planalto e da Embaixada da Venezuela e não teve resposta até a última atualização desta reportagem. O Itamaraty informou que os senadores foram recebidos na base área pelo embaixador Ruy Carlos Pereira. Em seguida, os parlamentares seguiram em um micro-ônibus e o diplomata, em seu próprio carro. Conforme o Ministério das Relações Exteriores, havia um engarrafamento quando a comissão decidiu retornar ao aeroporto após o incidente. O Itamaraty não tem detalhes sobre o que ocorreu.
De acordo com a assessoria da pasta, o governo brasileiro "presta apoio" aos senadores, mas não há informações sobre o que será feito.
O Itamaraty informou, ainda, que aguarda decisão dos parlamentares para dizer o que fará sobre a viagem deles ao país.
Câmara
Diante das discussões sobre o episódio dos senadores na Venezuela, a sessão da Câmara foi encerrada e votação das desonerações foi adiada para a próxima terça-feira.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que a Casa “não concorda com nenhum tipo de agressão ou retaliação” contra quem quer que seja e que irá se “associar a qualquer tipo de reação”.
“Eu mesmo fiz gestões diretas para que recebesse os brasileiros da forma adequada”, disse, acrescentando que já falou com o presidente do Senado, Renan Calheiros. “Ele já está tomando as providências, não só emitindo nota, mas já procurou a presidente Dilma”, disse.
Cunha informou que vai criar uma comissão de deputados para conversar com ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, sobre os relatos de agressão envolvendo senadores brasileiros que estão em viagem na Venezuela. Após falar por telefone com o ministro, Cunha confirmou que foram jogadas pedras na van que levava os parlamentares a Caracas.
“Quero relatar a conversa que tive com o chanceler. No engarrafamento, houve militantes de qualquer natureza, que não dá para fazer prejulgamento, que tentaram agredir o ônibus e a proteção policial conseguiu evitar qualquer agressão de natureza mais grave. Claro que episódio dessa natureza provoca uma tensão e a delegação está voltando ao aeroporto com proteção policial aumentada”, contou o presidente da Câmara.
Cunha também informou que pedirá que o governo brasileiro emita uma nota oficial sobre as agressões ocorridas na Venezuela. “O que solicitamos é que queremos uma posição do governo oficial, emitido em nota e garantia da integridade dos brasileiros que estão na delegação.”
Moção de repúdio
Parlamentares da oposição defenderam uma posição mais enfática da Câmara, com a aprovação de uma moção de repúdio e a convocação do ministro de Relações Exteriores. Eduardo Cunha, porém, disse que não convocaria Mauro Vieira, já que a comissão de parlamentares já poderia esclarecer os fatos junto ao ministro.
O peemedebista disse ainda que aceitaria votar um texto de repúdio à agressão, mas não que trouxesse críticas às autoridades diplomáticas brasileiras. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) pediu aos colegas que aguardassem a volta da comitiva de deputados com mais informações do Ministério das Relações Exteriores antes de votar a moção de repúdio.
Cunha, no entanto, disse que o fato de ter havido a agressão independe da apuração de culpados. “O fato da agressão é independente da apuração de culpados, tem que ter uma posição do parlamento. Ninguém precisa se associar. O que vou pedir é que seja um texto que reflita a posição do parlamento, que é contra agressão”, afirmou.
Segundo Cunha, os partidos concordaram em não “partidarizar” o texto da moção, mas apenas registrar o fato.
No Congresso Nacional, parlamentares repercutiram o episódio. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), informou ao plenário que “é fato o episódio” e relatou as providências tomadas pelo governo brasileiro.
“O Itamaraty já está acionado, o governo brasileiro está tomando todas as providências para garantir a integridade física da delegação brasileira, até porque o governo brasileiro respeita vossas excelências”, disse.
Guimarães disse, ainda, que a Embaixada da Venezuela já foi acionada e que o governo não aceitará qualquer ação que comprometa o direito de ir e vir dos parlamentares brasileiros.
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/
Nenhum comentário:
Postar um comentário