O líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), anunciou hoje que ingressará com ações no Ministério Público Federal pedindo a abertura de inquérito pela incitação ao crime contra o presidente nacional da CUT. A assessoria jurídica de Caiado diz que o episódio se caracteriza como crime que se enquadra na Lei de Segurança Nacional.
O senador também encaminha hoje três ofícios ao Ministério da Justiça pedindo segurança para garantir a integridade das manifestações de domingo, dia 16 de agosto. Para Caiado, essa segurança é necessária depois das declarações do presidente da CUT. O líder do DEM disse que os mesmos ofícios serão encaminhados a Procuradoria Geral da República (PGR) e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) como forma de garantir a proteção ao Estado Democrático de Direito.
O líder do DEM disse que Dilma tinha que ter reagido pedindo a prisão do sindicalista imediatamente.
— Esta declaração do presidente da CUT é um atentado grave contra o Estado. O que mais impressiona é a presidente da República permitir isso dentro do Palácio do Planalto, sede do Executivo brasileiro. Dilma, no mínimo, deveria ter repreendido esse sujeito que ameaça a população e ter dado voz de prisão — afirmou Caiado, acrescentando:
— Não é possível que a presidente não tenha se dado conta da gravidade dessa declaração a poucos dias de um protesto que promete parar o país. Estou agindo em todas as frentes para que a população não tenha motivos para se amedrontar diante dessas ameaças. Cabe ao Estado garantir o direito de manifestações e a segurança dos brasileiros que irão às ruas.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que o fato da declaração do presidente da CUT ter sido feita dentro do Planalto, sem uma reação de Dilma, mostra que há um aval de quem preside o país a esse tipo de manifestação.
— Quem incita a violência, como foi feito, não está preparado para o exercício da democracia. As manifestações de rua, quando pacíficas, são essenciais em um regime democrático. O presidente da CUT é um ponto fora da curva do sistema democrático — reagiu Álvaro Dias.
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O presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado Domingos Sávio, divulgou um vídeo com a fala de Wagner Freitas no ato oficial no Planalto, e se disse assustado com o fato. E lembrou que não é a primeira vez que isso ocorre, já que antes o ex-presidente Lula “ameaçou” colocar um exército ilegal nas ruas, citando o MST e outros movimentos sociais.
— Agora o presidente da CUT e a senhora Dilma no Palácio do Planalto ameaçando os brasileiros, dizendo que vão para as ruas com armas contra o povo que não aceita mais e quer decência na vida pública, ameaçando a democracia. Não vão nos intimidar — reagiu Domingos Sávio.
Após a repercussão negativa da declaração no evento no Planalto, o presidente nacional da CUT disse que houve um mal-entendido. Ele afirmou que não teve a intenção de incitar a violência, e que, no discurso, ao falar em armas, “usou uma figura de linguagem”.
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