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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Brasil paga R$ 285 milhões por energia eólica que não é produzida

São 48 parques de energia a partir do vento que não funcionam por falta de linhas de transmissão. Por contrato, governo paga mesmo sem receber.

O Bom Dia Brasil mostrou, em julho do ano passado, os parques eólicos que não funcionavam por falta de linhas de transmissão. A equipe de reportagem foi ver se eles já foram ligados – e nada: quase 50 parques que produzem energia a partir do vento estão prontos – e parados.

Na Bahia e no Rio Grande do Norte, 48 parques eólicos até agora não ajudaram a iluminar uma única casa. O problema é que faltam linhas de transmissão para levar a energia produzida pelo vento até os consumidores.

Juntos, os parques teriam capacidade de produzir 1.286 megawatts de energia, o suficiente para abastecer 2,3 milhões de residências.

Na Bahia, o parque eólico da Renova Energia, fica espalhado por três municípios: Caetité, Guanambi e Igaporã.  

O maior complexo eólico da América Latina ficou pronto em julho de 2012 e até hoje todas as torres estão paradas. A energia do local poderia abastecer uma cidade com quase 3 milhões de habitantes.  

De acordo com o contrato firmado durante o leilão, o governo federal paga pela energia, mesmo sem recebê-la. Só a Renova Energia, na Bahia, recebeu – desde a inauguração – R$ 285 milhões. São R$ 15 milhões todo mês.  

Segundo a Chesf, que é responsável pelas linhas de transmissão, a ligação dos parques com o sistema de energia será concluída em um mês.

“Até o mês de março, nós teremos a possiblidade de estar conectando esse conjunto de parques eólicos no Nordeste”, afirma o presidente da Chesf, Marcos Aurélio Madureira.

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