No documento que embasou a 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na última sexta, o MPF (Ministério Público Federal) afirma que três altos executivos da OAS não se lembram de palestras dadas pelo ex-presidente Lula.
Entre 2011 e 2014, a empresa L.I.L.S palestras e o Instituto Lula receberam juntos mais de R$ 55 milhões, dos quais R$ 30 milhões partiram de empreiteiras alvos da Lava Jato. A origem de todo o dinheiro é investigada, já que, segundo o MPF, havia “confusão estrutural” entre as duas entidades.
Além da palavra dos ex-diretores da OAS, a força-tarefa apreendeu com a empreiteira contratos por serviços de Lula em Trinidad e Tobago, Costa Rica e Chile, cada um ao preço de US$ 200 mil. Em todos os documentos, segundo o MPF, não há detalhes sobre as supostas palestras.
O órgão também destaca o alto valor de seis repasses de outra empreiteira, a Odebrecht, por atuações de Lula em Angola, Cuba, Peru, Portugal, República Dominicana e Venezuela, todos acima de R$ 300 mil.
No despacho que autorizou a PF (Polícia Federal) a obrigar Lula a depor, o juiz Sérgio Moro esclareceu que os indícios materiais mais fortes contra o petista são relativos ao tríplex do Guarujá (SP) e o sítio de Atibaia (SP), mas a “generosidade” das construtoras com relação às palestras deve ser investigada.
“Embora o ex-presidente seja pessoa de elevado prestígio político, inclusive internacional (…) esses valores, assim tão expressivos, não deixam de chamar a atenção”, escreveu Moro.
O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula na Lava Jato, diz que o ex-presidente já deu todas as explicações sobre as palestras ao MPF em Brasília.
“A atividade de palestras do ex-presidente Lula é legítima e segue o modelo adotado por outros ex-presidentes da República”, diz Martins.
Fonte: Metro Jornal
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