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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Qué isso, companheira Zika Rousseff, tá de sacanagem, é?

Adelson Elias Vasconcellos
Nas comemorações do Primeiro de Maio, a senhora Dilma resolveu bancar a “bondosa”, e anunciou aumento nos benefícios do Bolsa Família (na média, 9%), como também um reajuste de 5% na tabela do imposto de renda, pessoa física. Tudo isso embalado pelo mesmo discurso terrorista que seu partido adotou nas campanhas eleitorais de 2006, 2010 e 2014 e, mais recentemente, com o encaminhamento do pedido de impeachment. O governo acusa a oposição de que, se ela conquistar o poder, acabará com os programas sociais e cortará benefícios trabalhistas. Pois é, assim seria, se assim  fosse...

Reportagem do jornal O Globo, deste domingo, informa que pelo menos dez iniciativas importantes em diversos setores — como reforma agrária, creches, combate às drogas e até o Bolsa Família — perderam recursos neste ano em comparação com o Orçamento de 2015. Levantamento da assessoria técnica do DEM, que corrigiu os números de 2015 pelo IPCA (inflação) de 10,67%, mostra quedas reais de até 87%. É o caso da construção de creches. Se, em 2015, o valor foi de R$ 4,2 bilhões para esse fim, neste ano caiu para R$ 502 milhões. O programa Minha Casa Minha Vida perdeu 74% das verbas. No Pronatec, a diminuição foi de 59%. Programas importantes de segurança e Saúde, como Crack, é possível vencer e Rede Cegonha, tiveram redução superior a 20%.

O programa Minha Casa Minha Vida foi o mais atingido pelos cortes: teve sua previsão inicial reduzida de R$ 15,6 bilhões para R$ 7 bilhões.

Em 2015, o governo suspendeu o Minha Casa Melhor, que oferecia crédito para compra de móveis e eletrodomésticos aos beneficiários do Minha Casa Minha Vida. A iniciativa, criada em 2013 como desdobramento do programa habitacional para baixa renda, acabou em menos de dois anos.

Portanto, como se vê, o governo acusa a oposição de praticar aquilo que ele mesmo tem se encarregado de fazer. 

Mas há também outra safadeza embutida nos anúncios da senhora Rousseff. Trata-se da tal correção da tabela do imposto de renda na fonte, pessoas físicas. E aqui a sacanagem tem se prolongado por todos os anos dos governos petistas, iniciado em 2003. Trata-se do mais vergonhoso confisco salarial via tributação na fonte. 

Vários foram os textos em que demonstramos que os governos petistas avançam sobre a renda dos trabalhadores de menor renda. Ao assumir, Lula encontrou uma isenção de até 5 salários mínimos. Lentamente, ano após ano, esta isenção vem sendo reduzida, aumentando a legião de trabalhadores que paga imposto antes de receber seus minguados salários. Considerando-se que o salário mínimo previsto para janeiro de 2017 seja mantido em R$ 946,00, com  os 5% de reajuste anunciados por Dilma, chegaremos à incrível marca da isenção abraçar salários até 2,11 salários mínimos! Bota sacanagem nisto!

Vale lembrar, ainda, que a defasagem, antes do reajuste,  já superava os 60%, marca que  será ainda maior pois os 5% anunciados sequer cobrem uma inflação em 2015, que foi de 10,67%, além do fato de que o último reajuste do Bolsa Família se deu em 2014, e não por outra razão, em pleno ano eleitoral.. 

Deste modo, como se constata, é o próprio governo Dilma, a despeito de suas acusações levianas contra os adversários, quem tem podado programas sociais, benefícios trabalhistas e confiscado salários, sem contar a brutal fabricação de uma massa de mais de 11 milhões de desempregados. 

Vergonhoso é constatar que, justamente, aqueles que deveriam defender com maior ardor os trabalhadores e a população mais pobre destes golpes, desta safadeza toda, como centrais sindicais, movimentos sociais, UNE,  são os primeiros a se alinharem com o governo da senhora Rousseff. Claro que sabemos que estes cúmplices todos só o fazem pelo mais baixo e imoral interesse de continuarem mamando à custa do empobrecimento da população e para deleite de sua ociosidade e vadiagem. 

Não é apenas vergonha na cara que falta a esta gente!  Antes de taxar  alguém como  “golpista”, deveria rever suas próprias ações e os efeitos nefastos que elas produzem sobre as pessoas. E ainda tem a cara de pau de "comemorarem" o Dia do Trabalho! 

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