O presidente do Senado, Renan Calheiros, errou o alvo ao se referir ao Judiciário ou, exatamente, a um juiz que determinou a prisão de quatro integrantes da Polícia Legislativa. Ao chamar de “métodos fascistas”, ao se referir ao juiz, Calheiros derrapou feio. Na próxima semana, dia 3 de novembro, ficará nas mãos do Supremo Tribunal Federal que se reunirá para dar uma decisão que, se aceita, poderá tirá-lo do cargo de presidente do Senado.
Não é um fato novo. O problema maior é que ele é réu no Supremo.
A decisão que na próxima semana será tomada definirá se estará em condições de ocupar a presidência da República na linha sucessória direta. Calheiros é a segunda autoridade sequenciada, depois do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Se for entendido que, na condição de réu que de fato é, não poderá vir a ser sucessor do presidente Michel Temer, provavelmente será afastado do cargo de presidente do Senado, para que não haja vacância na Presidência da República. Nesse caso, elege-se outro senador para o posto.
Renan, após a prisão dos quatro integrantes da Polícia Legislativa do Senado, já libertados, foi além do que deveria. Comprou uma briga e abriu espaço para divergências, o que levou a presidente do STF, ministra Carmem Lúcia, fazer uma defesa do judiciário como um todo. Sobretudo defendeu o juiz atacado como “juizeco” por Calheiros, criando uma crise (era o que faltava) entre os três poderes.
Ele pediu um encontro entre os presidentes dos três poderes, mas a ministra Carmem Lúcia recusou o encontro.
Mais ainda: a postura de Renan foi considerada por parlamentares com um acinte ao processo democrático e à Constituição, deixando-o na retaguarda. São muitas as complicações geradas por Calheiros e, esta última, além de atingir a Lava Jato, tocou também na Polícia Federal. É o que dá quem se imagina manda-chuva da República.
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