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“O Papa quer ressaltar que a misericórdia de Deus é maior do que o pecado, não quer dizer que o aborto não seja um pecado”.
Por David Ramos
REDAÇÃO CENTRAL, 26 Nov. 16 (ACI).- Muitas organizações promotoras do aborto usam a nova disposição do Papa Francisco – permitir que todos os sacerdotes absolvam este pecado – para renovar seus esforços a fim de legalizar esta prática em países de maioria católica. Têm sentido suas reclamações?
Em declarações ao Grupo ACI, o Pe. Mario Arroio Martínez Fabre, doutor em filosofia pela Pontifícia Universidade de Santa Cruz de Roma, advertiu que quem promove a legalização do aborto defendendo-se na recente disposição do Santo Padre realiza uma “tergiversação” e “uma utilização falaciosa das palavras e do conteúdo do texto”.
Em sua Carta Apostólica “Misericordia et Misera”, publicada no dia 21 de novembro, o Papa Francisco determinou: “De agora em diante concedo a todos os sacerdotes, em razão do seu ministério, a faculdade de absolver a quantos cometeram o pecado de aborto”.
O Santo Padre assinalou também: “Quero reiterar com todas as minhas forças que o aborto é um grave pecado, porque põe fim a uma vida inocente; mas, com igual força, posso e devo afirmar que não existe algum pecado que a misericórdia de Deus não possa alcançar e destruir, quando encontra um coração arrependido que pede para se reconciliar com o Pai”.
O Pe. Arroio disse que aqueles que promovem o aborto manipulando as palavras do Papa, “não se preocupam pelo tema da graça de Deus nem o tema do que é um pecado e, sobretudo, é uma tergiversação do sentido das palavras”.
Pe. Arroio disse que a gravidade do aborto, tal como o assinala o Santo Padre, é que “estou acabando com uma vida humana inocente, é algo muito sério”.
“E se para mim acabar com uma vida humana inocente não é algo muito sério, significa que não valorizo a vida humana, e prefiro o capricho do que a vida humana”.
O sacerdote assinalou que o Papa deu “esta facilidade” para absolver o pecado do aborto “porque tristemente se difundiu muito o crime do aborto”.
Entretanto, advertiu, “não é para banalizar o pecado do aborto, o Papa insiste com muita força”.
“Eu simplesmente diria às pessoas que não se deixem enganar, ou seja, estão utilizando algumas palavras do Papa para dar um sentido totalmente contrário ao que o Papa pretende ressaltar”.
O Pe. Arroio sublinhou que “o Papa quer ressaltar que a misericórdia de Deus é maior do que o pecado, não quer dizer que o aborto não seja um pecado”.
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