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sábado, 12 de agosto de 2017

Papa Francisco reage contra a ideologia de gênero, "Deus criou homem e mulher", revoltando ativistas LGBT


O Papa Francisco disse que ensinar crianças a escolher seu próprio gênero é "terrível" e o "exato oposto" da criação de Deus.

Na presença de bispos poloneses durante a Jornada Mundial da Juventude na semana passada , Francisco falou de forças poderosas na cultura que financiam o avanço da "teoria de gênero". O papa também teria falado sobre este assunto com seu antecessor, o Papa emérito Bento XVI, que lhe disse: "Sua Santidade, vivemos na era do pecado contra Deus, o Criador".

De acordo com o Catholic Herald na quarta-feira, Francisco disse aos bispos: "Hoje, as crianças são ensinadas na escola: que todos podem escolher seu próprio sexo. E por que eles ensinam isso? Porque os livros são provenientes dessas pessoas e instituições que dão dinheiro".

"Deus criou homem e mulher, Deus criou o mundo dessa forma e estamos fazendo exatamente o oposto", disse ele, chamando a escolha de gênero feita por crianças como algo "terrível".

As instituições influentes que apoiam isso estão explorando a criação de Deus, continuou dizendo o Papa, e o problema é global.

"Estamos vivendo em um momento em que a humanidade como a imagem de Deus está sendo aniquilada", continuou o papa, conectando o abuso do mundo natural com o abuso de seres humanos.

Ele sugeriu que ambos decorrem de uma "falta de apreciação da dignidade dada por Deus da humanidade", como relatou o Catholic Herald.

O grupo católico LGBT DignityUSA ficou chateado com as palavras do papa, com sua diretora executiva, Marianne Duddy-Burke, dizendo em uma declaração que a linguagem de Francisco era "lamentável" e que "coloca vidas em risco", de acordo com o jornal The Washington Post .

"O que muitos, incluindo o papa Francisco, ainda não entendem, é que as pessoas não "escolhem" seus gêneros. Um gênero é atribuído no nascimento, e algumas pessoas descobrem que foram "classificadas incorretamente", disse ela.

Logo após ser nomeado Papa, Francisco disse: "Quem sou eu para julgar?", quando foi perguntado sobre sacerdotes homossexuais, palavras vistas por muitos católicos liberais e LGBTs como sinal de uma mudança nos ensinamentos da igreja.

Tais crenças foram reforçadas pelo posicionamento do padre James Martin, um jesuíta, que ocupa um importante cargo de comunicação do Vaticano. Seu recente livro, "Building a Bridge: como a Igreja Católica e a Comunidade LGBT podem entrar em um relacionamento de respeito, compaixão e sensibilidade", argumenta a favor de uma maior inclusão LGBT e sugere que o catecismo oficial da igreja seja reformulado.

Ainda no início deste ano, o Papa Francisco publicou o seu tão aguardado artigo sobre a vida familiar e outras questões sociais. O documento pediu aos sacerdotes que fossem misericordiosos quando considerassem quem deveria receber comunhão, incluindo católicos divorciados e ressurgidos, mas rejeitou categoricamente a ideia de casamento entre pessoas do mesmo sexo.

"Não há absolutamente nenhuma razão para considerar as uniões homossexuais de qualquer forma semelhantes ou mesmo remotamente análogas ao plano de Deus para casamento e família", diz o documento. Da mesma forma, em sua encíclica papal Laudato Si, publicada em junho de 2015, o Papa associou a "teoria do gênero" com a exploração econômica.

Embora a encíclica tenha se concentrado na ameaça das mudanças climáticas e da degradação ambiental, Francisco também escreveu criticamente no documento sobre o desejo de "cancelar a diferença sexual", observando que "pensar que nós desfrutamos do poder absoluto sobre o nosso próprio corpo gira, muitas vezes subtilmente, no pensamento que desfrutamos do poder absoluto sobre a criação".

Comentário:

As declarações do Papa Francisco contra a ideologia de gênero, bem como contra o casamento homossexual, surge como um alívio para muitos católicos e líderes religiosos de modo geral, incluindo outras religiões.

Para os católicos, por não terem que lidar com um líder herege da própria doutrina, capaz de ignorar fatos óbvios não apenas no âmbito da sua fé, mas também da ciência. Para os líderes das demais religiões, devido à representatividade e influência que Francisco possui na sociedade mundial como um todo.

O posicionamento do Papa Francisco veio tarde. Diga-se de passagem, muito tarde. Em todo caso, antes tarde do que nunca. Com isso, o líder da Igreja Católica Romana parece ter compreendido a gravidade do contexto cultural pelo qual a civilização está passando, no que diz respeito a concepção de família principalmente.

Com essas declarações, o Papa deixa claro que inclusão, respeito e tolerância não devem ser confundidos com a aceitação incondicional de tudo que se apresenta como "normal". No âmbito da doutrina religiosa, a barreira da aceitação incondicional esbarra no ensino doutrinário, que, no caso do cristianismo bíblico, se trata do que a Bíblia ensina como a Verdade revelada por Deus acerca da criação.

Ainda que muitos não considerem o "peso" do posicionamento de Francisco pela perspectiva religiosa, por serem, por exemplo, ateus, sua fala encontra respaldo também na ciência, visto que a ideologia de gênero não possui fundamentação científica, motivo pelo qual é tratada apenas como uma "ideologia". Sendo assim, quer pela religião ou pela ciência, o Papa Francisco acerta.

Finalmente, a diretora do grupo LGBT "DignityUSA" mente ao afirmar que pessoas são "classificadas incorretamente". Isso, porque, não há erro em associar os gêneros "homem" e "mulher" aos sexos "macho" e "fêmea", exatamente porque eles correspondem aos únicos dois sexos que existem e que são diferentes. Em outras palavras, ninguém nasce com o cérebro feminino em um corpo masculino, por exemplo. A ciência já refutou essa falácia.

A definição de "homem" e "mulher" é uma convenção linguística, como qualquer outra, baseada na necessidade de classificar a realidade.

Essa definição está baseada, sim, nas diferenças dos dois sexos, que são biologicamente irrefutáveis. Dessa forma, quando se afirma que esses gêneros estão associados ao sexo biológico, não se pretende negar a influência da cultura e o papel social desempenhado por ambos os gêneros, mas sim dizer que é natural e necessário que a classificação e - orientação - de gênero exista, compatível com o sexo, porque corresponde à sua natureza biológica, e não apenas com o produto de uma cultura.


Comentário: Will R. Filho

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