O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Ueslei Marcelino/Reuters) |
Empresa de palestras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a LILS recebeu em conta nada menos do que 27 milhões de reais em quatro anos, entre abril de 2011 e maio de 2015, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. O valor citado foi arrecadado, segundo a prestação de contas da empresa, com as 72 palestras que o ex-presidente teria feito no período, a custo de 200.000 dólares (cerca de 650.000 reais em valores de hoje) cada.
Alvo de um pedido de bloqueio de valores feito pelo Ministério Público Federal (MPF), Lula, que é dono de 98% do capital da empresa, afirmou durante participação no Congresso do PCdoB não possuir o dinheiro cobrado pelo MPF: 24 milhões de reais. “Já provei minha inocência, quero agora que eles provem. O cidadão deveria ter a decência de dizer onde eu tenho 24 milhões de reais”, declarou.
Ao todo, a movimentação financeira da LILS chegou a 52 milhões de reais no período e provocou suspeitas do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda. O Coaf estranhou o fato que quase todos os valores que entraram na conta da empresa de palestras de Lula saiu no mesmo período, depositando em fundos de investimento uma quantia maior do que a arrecadada, pouco mais de 35 milhões de reais.
O bloqueio foi pedido pelo MPF ao juiz federal Vallisney de Souza Oliveira em um processo ao qual o ex-presidente e seu filho, Luís Cláudio Lula da Silva, respondem no âmbito da Operação Zelotes, da Justiça Federal em Brasília. O petista é acusado de tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro na compra de 36 caças da empresa sueca Gripen e na prorrogação de incentivos fiscais às montadoras de veículo
Antes de decidir sobre os valores, Vallisney determinou que o ex-presidente se manifeste sobre o bloqueio. Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou que a intenção do MPF “não tem qualquer base jurídica e materialidade” e que este processo é mais um que integra a “perseguição política” contra o petista.
“Não há no pedido apresentado pelo MPF indicação de provas a respeito das afirmações ali contidas, que partem de certezas delirantes sobre a ‘influência’ de Lula na compra de caças pelo País e na ausência de veto em relação a um dos artigos de uma medida provisória (MP 627/2013)”, argumentou o advogado.
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