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sexta-feira, 26 de julho de 2013

O Poder do Papa


A visita do Papa Francisco ao Brasil, traz consigo diversos elementos aliados a imagem e a mensagem que o líder religioso e a Igreja Católica pretendem transmitir. Saber ouvir e se comunicar, são exemplos não só a serem seguidos por nossos governantes mas por todos os agentes públicos.

Março foi um mês especial para dois líderes mundiais. A presidenta Dilma alcançou a maior aprovação do seu governo e o cardeal Jorge Bergoglio foi eleito o primeiro Papa do continente americano, adotando o nome de Francisco. Passados quatro meses de tais feitos, ambos alcançaram projeções bem diferentes no cenário nacional, enquanto a aprovação do mandato de Dilma está em queda, conforme comprovam as pesquisas de opinião pública, o novo Papa conseguiu imprimir seu estilo e vem causando uma simpatia coletiva, até por parte de quem não professa a fé cristã.
 

Com a visita do Papa Francisco no Brasil, os brasileiros puderam se sentir mobilizados pela terceira vez este ano, e diferentemente das manifestações sociais e da copa das confederações, que representavam respectivamente sentimentos de mudança e paixão, desta vez, a primeira visita do novo pontífice ao maior país da América Latina, fez com que brasileiros se envolvessem pela fé e fraternidade.
 

Porém, mais do que a crença religiosa, o Papa traz consigo diversas mensagens incorporadas à sua imagem através da interdiscursividade e semiótica. Seu posicionamento, contrastando com o excesso de protocolos do vaticano, impõe uma nova fase marcada pela simplicidade e pelo carisma pessoal, demonstrando que o novo líder da Igreja Católica gosta e quer estar junto ao povo, se misturando por diversas vezes à multidão.


Logo após a escolha do novo Papa, o Vaticano anunciou que seu nome seria Francisco, uma referência a São Francisco de Assis, o padroeiro dos pobres. Assim, estava em construção uma nova imagem e mensagem, digna do religioso latino-americano, que estava cercado de declarações e atitudes coerentes com seu passado de cardeal na Argentina, quando morava em um apartamento modesto, circulava de transporte público e preparava as próprias refeições, aliado ao seu grande carisma e poder de comunicação.


O novo papa recuperou o estilo de simplicidade, também traduzidos em sua própria vestimenta. Optou por permanecer com seu antigo crucifixo em latão, em substituição aos rubis e diamantes utilizados por outros pontífices, dispensou a estola preta e dourada e recusou o manto vermelho forrado com pele de arminho utilizado pelo seu antecessor, preferiu um anel papal de prata e não de ouro, além de mandar retirar o tapete vermelho do gabinete e mudar o trono dourado por uma cadeira de madeira.


Seu carisma pessoal e sua oratória simples, de fácil alcance, recheada de palavras como perdão, misericórdia, bondade e ternura, acompanhadas de histórias cotidianas, é destinada à todos os ouvintes, independente de crença ou religião, provando que a intenção de Francisco é o fortalecimento e a renovação do catolicismo. "Como muitos de vocês não pertencem a Igreja Católica, outros não são religiosos, dou está benção a cada um de vocês respeitando a consciência de que cada um de vocês é filho de Deus", destacou em um de seus primeiros pronunciamentos.
 

Até mesmo seu histórico de conflitos políticos na Argentina, não abalou a reputação do novo líder da Igreja Católica. Temido pelos Kirchner, o novo papa tem a seu favor a característica de que todo líder dever ser amado e respeitado.


O Papa Francisco não vai estar presente em diversos Estados em sua visita pelo Brasil, apenas no Rio de Janeiro e uma breve passagem por Aparecida em São Paulo, mas assim como ocorreu nas manifestações populares e na copa das confederações, sua mensagem está percorrendo corações por todo o Brasil e suas lições servindo de inspiração para muitos governantes e agentes públicos.

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