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quarta-feira, 4 de junho de 2014

EUA investigam remessa de US$ 3 milhões, intermediada pelo doleiro Youssef, para Raul Castro


Uma remessa de US$ 3 milhões do Brasil para o presidente de Cuba, Raul Castro, chamou a atenção de agentes do Drug Enforcement Administration (a agência anti-drogas dos EUA) que acompanham o desenrolar da Operação Lava Jato no Brasil. A DEA suspeita que o dinheiro possa ter a ver com alguma operação de tráfico de drogas, supostamente tolerada pelo governo cubano. Agentes admitem que as verdinhas também podem ser um mero investimento de integrantes do governo brasileiro em parceria com a família Castro.

O dinheiro foi repassado ao mandatário cubano através do esquema do doleiro Alberto Youssef, investigado pela Polícia Federal e processado pela Justiça Federal, no Paraná. O caso de remessa de dólares aos cubanos pode ganhar contornos politicamente explosivos. Segundo as investigações, a ordem para o envio dos recursos teria partido de Gilberto Carvalho, Secretário Geral da Presidência da República – e um dos ilustres membros da chamada “República de Londrina” – cidade paranaense onde Youssef tinha uma de suas bases. A grana para Raul teria vindo das Ilhas Seychelles.

Durante um jantar sábado à noite, na residência de um executivo de transnacional no Rio de Janeiro, o affair cubano foi revelado por um deputado federal filiado a um dos principais partidos da base aliada do governo. Descontente com o governo Dilma, e praticamente pronto para saltar fora da coalizão com o PT, o parlamentar cometeu outra “inconfidência empresarial” que pode abalar a cúpula petista. Os EUA monitoram uma atípica troca milionária do volume de ações de uma megaempresa do ramo alimentar. A operação foi feita por um bilionário brasileiro em favor da família de um ilustre político petist

O assunto é acompanhado por uma força-tarefa de 150 funcionários norte-americanos do FBI, SEC (Securities and Exchange Comission) e do Departamento de Justiça. Desde final de abril, eles investigam como membros da cúpula do governo brasileiro interferem na gestão de grandes empresas brasileiras cotadas na Bolsa de Nova York. O alvo dos americanos é entender a atuação de apadrinhados políticos (principalmente petistas e peemedebistas) nos maiores fundos de pensão de estatais, que gerenciam mais de US$ 600 bilhões em ativos de várias companhias listadas na Nyse. A atuação do BNDES, seu braço de investimentos BNDESpar, Banco do Brasil e Caixa é monitorada pelos “pesquisadores” do Tio Sam

Depois da Copa do Mundo, com a Seleção Brasileira ganhando ou perdendo, bem no meio da campanha reeleitoral, o governo Dilma pode ter uma surpresa muito desagradável com o resultado dessa “pesquisa” feita pelos norte-americanos. A confusão promete ser impactante política e economicamente, porque um dos alvos analisados é a BM&F Bovespa, onde os negócios se consolidam. Oficialmente, os auditores norte-americanos tentam obter mais informações para embasar pelo menos três processos sancionadores abertos na SEC, um outro aberto na Nyse, além de inquéritos tocados pelo FBI – a Polícia Federal dos EUA.

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