O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse na noite desta segunda-feira, em entrevista ao programa 'Roda Viva', da TV Cultura, que caso vença a eleição de outubro, apresentará no primeiro dia de governo uma nova estrutura para o Estado brasileiro. “Cortaremos pela metade o número de ministérios”, prometeu Aécio, assim como Eduardo Campos, pré-candidato do PSB, havia feito no mesmo programa, na semana passada.
Aécio disse que irá constituir uma secretaria extraordinária para simplificar o sistema tributário, que será o primeiro passo para uma profunda reforma nesse campo.
Também citou três pontos do que chamou de reforma política: retorno da cláusula de desempenho, que reduziria o quadro de 22 para sete partidos; o voto distrital misto, que, segundo disse, aproxima o representante do representado; e o fim da reeleição, com a adoção de um mandato de cinco anos para todos os mandatos eletivos.
Sobre rumores que circulam a respeito da vida pessoal do pré-candidato na internet, Aécio as classificou como objeto da ação de quadrilhas, de um “submundo da internet”. “A internet é a maior revolução do nosso tempo. Mas ela não impede a atuação de quadrilhas virtuais, de terrorismo. Há nesses casos o cometimento de crimes. Robôs eletrônicos são usados para propagar mentiras. São os absurdos de sempre, afirmou.”
Aécio disse que espera encontrar na disputa eleitoral “todo tipo de leviandade e acusações. Essa guerrilha vai continuar”, segundo o pré-candidato. O senador tucano afirmou ter visto “outro dia” uma notícia de que 20 mil pessoas estão sendo contratadas para atuar na internet. “Imagino o que essas pessoas vão colocar na internet”, afirmou.
O pré-candidato do PSDB respondeu à questão direta, feita por um dos entrevistadores, sobre o suposto uso de cocaína, respondendo que jamais fez uso da droga. “Claro que não. Tenho uma vida da qual eu me orgulho muito. Os que me conhecem, vêm me reelegendo há 30 anos. O que me move é algo tão maior, que é buscar restabelecer a ética no país, a eficiência na gestão pública, a coragem para fazer as reformas que vão melhorar a sua e a nossa vida”, respondeu Aécio.
Aécio se referiu às acusações sobre uso de cocaína como “infâmias e calúnia” sobre as quais não “vale a pena perder tempo”, derivadas do “submundo da internet”.
Questionado sobre a posição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a respeito de descriminalização de drogas, Aécio respondeu que FHC está à vontade para fazer esse debate, mas que a sua posição não é a mesma do ex-presidente. “Não acho que o Brasil deva ser o laboratório para esse tipo de experiência. Vamos observar o que está acontecendo no mundo. Nós precisamos, sim, de uma política nacional de segurança, que não existe no Brasil, que vai permitir o combate ao crack e ao tráfico.”
Sobre segurança pública, Aécio afirmou que os recursos da segurança deveriam ter o mesmo destino que os recursos da educação. “Hoje os recursos são contingenciados pelo governo para cumprir as metas de superávit. O diagnóstico e a prática nesse governo são muito distantes. O fundo nacional de segurança teve apenas 35% executados. Portanto, temos propostas, que a base do governo não permite que sejam aprovadas e que reduziriam a sensação de impunidade e o crescimento da violência no Brasil a partir do tráfico de drogas”, disse ele. (Valor Econômico)
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