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domingo, 8 de fevereiro de 2015

O fim do PT está próximo.



“Their way”. 
Ou: O fim do PT está próximo. Ou mais claramente: O PT está morto! 

Não encontrei a explicação, mas deve ser boa, para Pedro Barusco chamar Renato Duque, o petista que comandava a diretoria de Serviços da Petrobras, de “My way”. Para refrescar a memória, como se preciso fosse: em depoimento prestado à Justiça Federal em novembro, Barusco afirmou que João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, deve ter amealhado em propina algo entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões só na diretoria de Duque. O acusador, como sabemos, fez acordo de delação premiada e aceitou devolver US$ 97 milhões.

Pois é. Esse é o jeito deles: “their way”. A música “My Way”, uma versão de Paul Anka, ganhou o mundo na voz daquele que era conhecido, metonimicamente, como “A Voz”: Frank Sinatra. A letra é eloquente e poderia servir como uma crônica do, como direi?, “jeito” petista de fazer as coisas.




A música original é do francês (nascido no Egito) Claude François. Não tem aquele tom, digamos, existencialista da versão americana. Os franceses são mais dramáticos e desesperados tanto no amor como na revolução. Vejam aí.




Pois é, meus caros. O fim do PT está próximo, como na versão celebrizada por Sinatra. O partido começa a se defrontar com a sua própria história. É claro que não estou aqui a anunciar a desaparição do Partido dos Trabalhadores. Eu anuncio aqui, isto sim, a morte daquele “ente de razão” que tentou se organizar como o imperativo categórico.

Eu anuncio aqui a morte daquela legenda que ambicionou dominar todo o espectro político, da extrema direita à extrema esquerda.

Eu anuncio aqui a morte daquele partido que sonhou substituir a sociedade por um aparelho burocrático.

Eu anuncio aqui a morte daquele partido que ousou imaginar uma reforma política que o eternizasse no poder.

Eu anuncio aqui a morte daquele partido que planejava o “controle da imprensa”.

Eu anuncio aqui a morte daquele partido que, enquanto acenava com a escatologia socialista, conspirou para manter o empresariado debaixo do seu cabresto.

Eu anuncio aqui a morte daquele partido que fez da trapaça, da mentira e do estelionato eleitoral categorias de pensamento.

Eu anuncio aqui a morte da sociedade sonhada pelos petralhas.

No fim de “Comme d’habitude”, o eu-lírico diz que, como de costume, ele se deitará na cama com a parceira e até farão amor. Mas será tudo fingimento — “como de costume”.

A era do fingimento acabou. O PT se organizou para golpear a democracia. Como de costume. E estamos cansados disso.

O nosso jeito é a democracia. E isso quer dizer que o PT não tem jeito. E chegou ao fim.


(Os destaques são nossos)

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