segunda-feira, 28 de março de 2011

M.S.T. VIVE CRISE


1. MST VIVE CRISE E VÊ CAIR NÚMERO DE ACAMPADOS


2. FAMÍLIAS ESTÃO DESESTIMULADAS


3. PAUTA VAI FOCAR ÁREA AMBIENTAL E JÁ ASSENTADOS


4. A REALIDADE DO PAÍS MUDOU





1. MST VIVE CRISE E VÊ CAIR NÚMERO DE ACAMPADOS

Por Roldão Arruda e José Maria Tomazela, http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/artigo.aspx?cp-documentid=28157945

Às vésperas do início de sua jornada nacional de lutas, o chamado 'abril vermelho', o Movimento dos Sem Terra (MST), a maior organização do País dedicada à defesa da reforma agrária, enfrenta um dos desafios mais dramáticos de sua história: a contenção do rápido esvaziamento de seus acampamentos. No primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, existiam 285 acampamentos de sem-terra no País, de acordo com levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Em 2009 a quantidade despencou para 36. Em 2010 o número foi ainda menor, segundo dados preliminares do novo relatório da CPT que será divulgado nos próximos dias; e em 2011 as dificuldades de mobilização só aumentam. Dias atrás, o militante Luciano de Lima, um dos coordenadores do movimento no interior de São Paulo, teve dificuldade para reunir 27 pessoas na invasão de uma área da Ferroban, em Paraguaçu Paulista. O total de pessoas acampadas no País passou de 400 mil para menos de 100 mil entre 2003 e 2010, segundo estimativas da direção nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Para o secretário da coordenação nacional da CPT, Antonio Canuto, o esvaziamento é acentuado. Líderes do MST admitem o problema. A causa principal, na opinião deles, seria o crescimento do número de postos de trabalho no País, especialmente na construção civil. Em entrevista ao Estado (leia nesta página), Gilmar Mauro, que faz parte da coordenação nacional e é reconhecido como um dos principais ideólogos do movimento, observa que a construção civil absorve grande volume de trabalhadores egressos do campo, com pouca especialização profissional, que eram os primeiros a se mobilizar pela reforma, desejosos de retornar ao local de origem. Para Antonio Canuto é preciso considerar também a falta de empenho do governo na execução da reforma. 'Ninguém se dispõe a passar anos debaixo da lona de um acampamento se não houver uma perspectiva mínima de atendimento de suas reivindicações', diz. 'No início do mandato de Lula as pessoas acreditavam que ele faria a reforma e por isso foram para os acampamentos. Com o tempo percebeu-se que o empenho do governo não era tão forte como se havia prometido. Agora a situação é pior: a reforma não está no horizonte do novo governo.' O professor Bernardo Mançano Fernandes, do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma (Nera), ligado à Unesp, diz que é preciso considerar também a influência do Bolsa Família. Na sua avaliação, o programa deu mais opções de sobrevivência às famílias mais pobres, que relutam na hora de se deslocar para o acampamento, onde enfrentam muitas dificuldades. Tanto o representante da CPT quanto o professor acreditam que se trata de uma situação conjuntural. Para eles, a demanda pela redistribuição de terras ainda é forte e os movimentos de sem terra podem voltar a ganhar força. Mas também há quem acredite que essa tendência é irreversível e está ligada às enormes transformações que estão ocorrendo na área rural, com investimentos maciços em projetos agroindustriais, principalmente relacionados à produção de etanol. A área de terras disponíveis para a reforma tende a ficar cada vez menor. Por José Maria Tomazela, estadao.com.br - Em 28/3/2011.

Topo da Página

2. ''FAMÍLIAS ESTÃO DESESTIMULADAS", DIZ INTEGRANTE DE ACAMPAMENTO

Depois de passar sete anos sob a lona, o sem-terra Emerson Pascoal Gomes, de 22 anos, se diz cansado e com vontade de parar. Acampado com a mulher Andréia, de 19, na frente da Fazenda Santa Maria da Várzea, a 1,5 km da área urbana de Itapetininga, no sudoeste do Estado de São Paulo, ele só resiste porque sonha com o pedaço da fazenda que lhe tocará quando a terra sair. 'Vai dar de 7 a 10 hectares para cada família', diz. Das 40 famílias ali acampadas, Emerson é um dos poucos que restaram do grupo original, de 480 acampados. 'A maioria desistiu. Eu mesmo estou perdendo a esperança.' O desânimo é generalizado. No Estado, o número de famílias acampadas caiu de 6,8 mil em 2004 para cerca de 2 mil no final do ano passado, conforme números do movimento. A falta de contingente dificulta a obtenção de quorum para as invasões e marchas. Algumas ações já chegaram a ser suspensas ou adiadas. As lideranças regionais atribuem a queda no total de acampados à inoperância do governo em avançar com a reforma agrária. 'Temos áreas que estão liberadas há anos, mas o governo não faz o assentamento. As famílias que estão no portão, esperando para entrar na terra, acabam ficando desestimuladas', disse Ricardo Barbosa, liderança no Pontal do Paranapanema. Ele se referia à Fazenda Nazaré, de 4,8 mil hectares, em Marabá Paulista, em fase final de desapropriação. A área é disputada há dez anos. O MST mantém dois acampamentos na região de Itapetininga - metade do que possuía há cinco anos. No Santa Maria da Várzea, parte dos barracos não tem moradores fixos. São pessoas que trabalham na cidade e aparecem nos finais de semana, para marcar presença. Entre eles há pedreiros, serventes e vigias noturnos. Por Roldão Arruda, estadao.com.br – Em 28/3/2011.

3. PAUTA VAI FOCAR ÁREA AMBIENTAL E JÁ ASSENTADOS

Em sua mais recente jornada de lutas, no início do mês, o MST invadiu edifícios públicos para chamar a atenção da sociedade sobre o uso intensivo de agrotóxicos na agricultura. Essa estratégia tem se tornado comum. Em vez de se dedicar apenas a invadir fazendas e pedir a desapropriação para a reforma, o movimento se engaja na campanha ambientalista, de maior apelo social. O objetivo é mostrar que o modelo baseado na grande propriedade, com extensas áreas de monocultura, como a cana e a soja, é prejudicial para o meio ambiente. O modelo alternativo, com a redistribuição da terra e voltado sobretudo para a produção de alimentos, seria melhor do ponto de vista ambiental. A estratégia também atende à realidade atual do movimento. Com menos força para montar acampamentos em áreas distantes, volta-se para a ocupação de edifícios em áreas urbanas, com o apoio de pessoas já assentadas. O MST também vem dando cada vez mais ênfase às reivindicações feitas por assentados. É um sinal da mudança de paradigmas que ocorreu ao longo dos anos. Hoje a movimento atende a quase 300 mil famílias instaladas em assentamentos sob seu controle. O peso delas na estrutura vai ficando cada vez maior que o das famílias sem terra. Por Roldão Arruda, estadao.com.br – Em 28/3/2011.

Topo da Página

4. ''A REALIDADE DO PAÍS MUDOU''

ENTREVISTA - Gilmar Mauro, Membro da Coordenação Nacional do MST

Para Gilmar Mauro, da coordenação do MST, o Brasil precisa rediscutir o modelo agrícola. A que atribui a redução dos acampamentos? Isso está ligado ao mercado de trabalho? Sim. A realidade socioeconômica do País mudou. Houve um processo acentuado de geração de empregos nos últimos oito anos. A construção civil está bombando, mobilizando trabalhadores que costumo chamar, brincando, de primos pobres da cidade. O cara da construção é o ex-camponês, que, até algum tempo atrás, era o mais interessado na volta ao campo. Isso é conjuntural? Não sei até onde dura. O capitalismo ainda não saiu do período de crise internacional e é provável que o avanço brasileiro encontre limites uma hora dessa. E o Programa Bolsa Família? Muitas famílias encontram nele a possibilidade de ir sobrevivendo sem voltar para a terra. Isso significa o esvaziamento da bandeira da reforma? A reforma agrária precisa ser ressignificada, com um debate político. Se continuarmos essa lógica de exportação de commodities, com o uso intensivo de agrotóxicos, em menos de 50 anos teremos contaminado rios, lagos, terra. É o que desejamos? Queremos consumir alimentos contaminados? Se a sociedade responder sim, então não há espaço para reforma. Se disser não, precisamos rever o modelo agrícola atual. Topo da Página

sábado, 26 de março de 2011

PARÓQUIAS

ENDEREÇOS DAS PARÓQUIAS DA DIOCESE DE ALAGOINHAS E OUTROS







PARÓQUIAS


1. Alagoinhas


2. Acajutiba


3. Aporá

4. Araçás


5. Aramari


6. Cardeal da Silva


7. Catu


8. Cipó


9. Conde


10. Crisópoli


11. Entre Rios


12. Esplanada


13. Heliópolis


14. Inhambupe


15. Itamira


16. Itanagra


17. Itapicuru


18. Jandaíra


19. Litoral


20. Mata de São João


21. Nova Soure


22. Olindina


23. Pojuca


24. Ribeira do Amparo


25. Rio Real


26. Sátiro Dias


27. Teodoro Sampaio





Bispado – Dom Paulo Romeu Dantas Bastos
Rua Manoel Vitorino, 584 Terersópolis
48080-140 - Alagoinhas - BA
Telefone: (75) 3422-1841

Cúria Diocesana
Rua Manoel Vitorino, 368
Teresópolis
48.040-140 - Alagoinhas - BA
Telefone: (75) 3421-1842
Fax: (75) 3422 – 3209.

Centro Diocesano
Rua Manoel Vitorino, 368 Teresópolis
48080-140 - Alagoinhas - BA
Telefone: (75) 3421-1842.


Dom Jaime Mota de Farias (Bispo emérito)
Rua José Sobrinho da Silva, 127
Teresópolis
48.090-080 – Alagoinhas – BA.
Tel.: (75) 3423-1477.
Fax: (75) 34210996.

Cáritas Diocesana de Alagoinhas
Praça Amandina Ferreira Carvalho, s/n
Silva Jardim
48060-040 - Alagoinhas - BA
Telefone: (75) 3422-2380.

Cáritas da Paróquia de Santo Antônio de Alagoinhas
Praça Amandina Ferreira Carvalho, s/n
Silva Jardim
48060-040 - Alagoinhas - BA
Telefone: (75) 3422-5874


Casa Paroquial Santo Antônio
Rua Silva Jardim, 29 Silva Jardim
48.060-000 - Alagoinhas - BA .
Telefone: (75) 3421-3384.


Comunidade Taizé de Alagoinhas
Rua São Lázaro, 700 Santa Terezinha
48011-310 - Alagoinhas - BA
Telefone: (75) 3422-4748

Convento São Francisco de Assis - Capuchinhos
Rua Lauro Freitas, 262
48005-015 - Alagoinhas - BA. Telefone: (75) 3421-2054.
Diocese de Alagoinhas
Rua Manoel Vitorino, 368
48.080-140 - Alagoinhas - BA.
Telefone: (75) 3422-3209.


1. ALAGOINHAS

Paróquia Catedral de Santo Antônio
Praça Padre Alfredo, s/n
48.050-010 - Alagoinhas - BA. Telefone: (75) 3422-1843.
Caixa Postal 11.


Paróquia São Francisco de Assis
Rua Lauro Freitas, 262
48.030-010 - Alagoinhas - BA .
Telefone: (75) 3421-5251.
Padres: Frei Sebastião, Frei Everaldino Pires de Oliveira, Frei José Antônio, diácono permanente Pedrito.

Paróquia de Santa Terezinha
Rua Pe. Godinho, 56
48.030.070 – Alagoinhas - BA.
Tel.: (75) 3422-4748.
Pároco: Pe. Marcos Antônio.

Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Praça Santa Isabel, s/n
48.060-440 – Alagoinhas – BA.
Pároco: Pe. Carlos Alberto.

Pastoral do Menor de Alagoinhas Pastoral do Menor da Diocese de Alagoinhas
BR 101, Km 101
Caixa Postal 48
48.000-000 - Alagoinhas - BA
Telefone: (75) 3422-1948
Fax: 3422-2362.
Pe Freddy Goven - Tel.: (75) 3422-1948.



2. ACAJUTIBA


Paróquia Nossa Senhora das Candeias
Rua Pinto Dantas, 23 48.360-000 – Acajutiba - Ba.
Tel.: (75) 3434-2095.
Pároco: Pe. Jose Zaneti.

3. APORÁ

Paróquia N. Senhora da Conceição
Rua Cel Feliciano, s/n
48.350-000 – Aporá – BA
Tel.: (75) 3441-2151.
Pároco: Pe. José Braz.

4. ARAÇÁS

Paróquia Deus Menino
Praça da Matriz, 62
48.108-000 - Araçás - Bahia
Pároco: Pe. Genivaldo.

5. ARAMARI



Paróquia Deus Menino
Rua Castro Alves, 40 ( Centro)
48.130-000 - Aramari, BA
Telefone: (75) 3432-1253.
Pároco: Pe. José Luiz.


6. CARDEAL DA SILVA

Padroeira: Divina Pastora

Praça Divina Pastora, s/n
48.390-000 - Cardeal da Silva - BA.

7. CATU


Paróquia Nossa Senhora Sant’Ana
Rua Barão do Rio Branco, 43 (Centro)
48.110-000 – Catu – BA
Tel.: (71) 3641-1014.
Pároco: Pe. João Andrade; Pe. Pedro Jorge e Diacono Gildário.



8. CIPÓ



Paróquia Nossa Senhora da Saúde
Rua Sinhá Dantinha, s/n
48.450-000 – Cipó – BA
Tel.: (75) 3435-1140.
Pároco: Pe. Jaime Jongmans; Pe. Silvano.


9. CONDE



Paróquia Nossa Senhora do Monte
Pça Severino Vieira, 309
48.300-000 - Conde – BA
Tel.: (75) 3429-1131.
Pároco: Pe. Bernardo Kraus; Pe. Jorge Pettinger

10. CRISÓPOLIS

Paróquia do Bom Jesus
Pça Antônio Conselheiro, 640
48.480-000 – Crisópolis – BA
Tel.: (75) 3443-2113.
Pároco: Pe. Gilmar.



11. ENTRE RIOS

Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres
Pça Cônego Félix, 35
48.180-000 – Entre Rios BA
Tel.: (75) 3420-2071.
Pároco: Mons. Manoelito e Pe. Jailson.


12. ESPLANADA



Paróquia Nossa Senhora da Piedade Rua Dr. Armando da Costa Tourinho, s/n
48.370 – Esplanada – Bahia
Tel.: (75) 3427-1219 ; 3427-1073.
Pároco: Frei Albervan; Frei Alberto, Frei Antônio Bispo.

13. HELIÓPOLIS



Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Pça Pe. Mendonça, 141
48.445-000 – Heliópolis – BA
Tel.: (75) 3593-2142.
Pároco: Pe. João Bosco Maranduba.

14. INHAMBUPE



Paróquia do Divino Espírito Santo
Rua Prof. Mesquita, s/n
48.490 – Inhambupe – BA
Tel.: (75) 3431-2197; Fax 3431-2300.
Pároco: Pe. José Elzo - Diacono Pedro Monte


15.ITAMIRA



Igreja Matriz de Itamira
Paróquia de São José
Praça São José, s/n
Itamira
Pároco: Pe. João Primo de Carvaslho
http://itamiraparoquia.blogspot.com/
http://paroquiaitamira.webnode.com.br/

16. ITANAGRA



Padroeiro (a)....
Endereço...
Padre: Pe. Irivan.



17. ITAPICURU



Paróquia Nossa Senhora de Nazaré
Pça da Matriz, s/n
48.475-000 – Itapicuru – BA.
Tel.:(75) 3430-2270.
Pároco: Pe. João Matos - Pe. Luciano.



18. JANDAÍRA



Paróquia Nossa Senhora da Abadia
Pça Horácio de Faria, s/n
48.310-000 – Jandaíra – BA

Tel.: (75) 3445-2158.
Pároco: Pe. Marivaldo; Pe. Cosme.



19. LITORAL


- PARÓQUIA DO LITORAL (Praia do Forte - Mata de São João)

Padroeiro: São Francisco de Assis.
Rua da Igreja, s/n
Praia do Forte
48.280-000 -Mata de São João - Bahia
Pároco: Pe. Fernando Silva - Diacono Renato.



20. MATA DE SÃO JOÃO



Paróquia de São João Batista
Pça Amado Bahia, s/n
48.280-000 – Mata de São João – BA
Te.: (71) 3635-11-37.
Pároco: Pe. Ednaldo.



21. NOVA SOURE



Paróquia Nossa Senhora da Conceição
Pça. Nossa Senhora da Conceição, 18
48.460-000 – Nova Soure – BA.
Tel.: (75) 3437-2137.
Pároco: Pe. Jose Ilson - Pe. Edivânio.



22. OLINDINA



Paróquia Nossa Senhora da Conceição
Pça Dr. Pedro Ribeiro, 36
48.470-000 – Olindina – BA.
Tel.: (75) 3436-1131.
Pároco: Pe. Gilberto - Diacono Adriano

23. POJUCA



Paróquia Bom Jesus da Passagem
Rua Dr. José Joaquim Seabra, s/n
48-170-000 - Pojuca – Bahia.
Tel.: (71) 3645-1267.
Pároco: Pe. Cláudio Antônio - Pe. Marcos Santos .



24. RIBEIRA DO AMPARO



Paróquia Nossa Senhora do Amparo
Rua Nossa Senhora do Amparo, 32
48-440-000 – Ribeira do Amparo – BA.
Tel.: (75) 3439-2106.
Pároco: Pe. Jaime Jongmans - Pe. Silvano.

25. RIO REAL

Paróquia Nossa Senhora do Livramento
Pça da Bandeira, s/n
48.330-000 – Rio Real – BA.
Tel.: (75) 3426-1245.
Pároco: Pe. Antônio Ederaldo.



26.SÁTIRO DIAS



Paróquia Nossa Senhora do Amparo
Pça Juracy Magalhães Jr, 348
48.485-000 – Sátiro Dias – BA.
Tel.: (75) 3446-2409.
Pároco: Pe. Arnaldo.



27. TEODORO SAMPAIO

Paróquia Nossa Senhora da Ajuda e Santana
Av. Otávio Araújo, 220
44.280-000 – Teodoro Sampaio – BA
Tel.: (75) 3237-2138
Pároco: Pe. José Márcio.

segunda-feira, 21 de março de 2011

FREI LEÃO DE MAROTTA (FREI LEÃO RICCI)

Frei Leão de Marota (Frei Leão Ricci)

Frei Leão de Marotta (nome religioso que conservou até 1970, passando a ser chamado de Frei Leão Ricci), nasceu na cidade de Marotta (PE), Itália, no dia 2 de julho de 1914; seus pais: Giuseppe Ricci e Anunziata Gheti; no batismo, recebeu o nome de Sinibaldo Ricci; entrou no seminário capuchinho de Pêsaro (Itália) em 1923; em 1927, foi transferido para o seminário capuchinho de Fermo. Iniciou o noviciado no convento de Camerino (Itália) em 3 de julho de 1929, recebendo o nome de Frei Leão de Marotta (Fra Leone da Marotta); proferiu os votos temporários em 14 de julho de 1930 e fez a profissão solene (votos perpétuos) em 4 de agosto de 1935 na cidade de Loreto (AN) – Itália; cursou a Filosofia em ancona (AN) e Teologia em Loreto; recebeu o diaconato em 13 de março de 1937, pelas mãos de Dom Gaetano Malchiodi e foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho do mesmo por Dom Francesco Borgongini Duca, Núncio Apostólico da Itália.
Igreja e convento N.S. da Piedade - Salvador - Bahia

Terminados os estudos e ordenado sacerdote, veio para o Brasil como missionário em 1938. Residindo no Convento da Piedade, em salvador (BA), foi professor de Teologia Moral e Direito Canônico dos estudantes capuchinhos de 1940 a 1952; foi assistente da Custódia da Bahia e Sergipe de 1946 a 1948; em 1952 foi eleito Custódio Provincial, exercendo a função até 1956.
Terminada a missão de Custódio Provincial, Frei Leão foi transferido de Salvador para Alagoinhas – BA, sendo vigário da comunidade e pároco da Paróquia de Santo Antônio de 1952 a 1962.
Em 1963, volta ao Convento da Piedade em Salvador, como diretor da Escola Gráfica Nossa Senhora de Loreto, cargo que exerceu até 1965.

Igreja e convento capuchinho de Esplanada - Bahia

Transferido para o convento de Esplanada, exerce as funções de pároco e de diretor da Escola Agrícola de 1966 a 1968.

Em 1969, é transferido para fraternidade de Alagoinhas onde permaneceu pelo resto de sua vida, desempenhando uma missão muito importante nessa cidade, deixando pelo exemplo de vida e testemunho de fé, marcas inesquecíveis no coração das pessoas que o conheceram.

Igreja São Francisco de Assis (capuchinhos) - Alagoinhas - Bahia


Chega a Alagoinhas com a nomeação de superior e ecônomo da fraternidade – missão exercida até 1971; continuou como Diretor Assistente da Ordem Franciscana Secular (OFS) e Vigário Paroquial; de 1978 a 1980, foi Vigário da Fraternidade; de 1981 a 1986, foi novamente Superior da fraternidade; de 1986 a 1987, foi Vigário Paroquial.

Frei Leão celebrando a Eucaristia

Somando os anos passados por Frei Leão em Alagoinhas, temos um total de 29 anos.
Quando foi superior a primeira vez, inaugurou o altar mor e os laterais da igreja de São Francisco, dando por concluías a obas daquele templo.
Durante toda sua permanência em Alagoinhas, ele soube conciliar o seu zelo de pastor que cuida a parte religiosa com o seu zelo pela parte social. Sua visão não era a de “salvar a alma” das pessoas, mas a pessoa toda – corpo e alma; matéria e espírito.
Quando foi pároco – a cidade toda era uma paróquia -, não havia água encanada na cidade; as pessoas pobres tinham dificuldades em conseguir água para o uso. Foi então que o pároco teve a iniciativa de construir um chafariz no bairro então denominado Favela (hoje, Santo Antônio).
Também, nem todos os alunos conseguiam matriculas nas escolas públicas, não havia escolas municipais. Logo, o Frei fundou as escolas paroquiais; a primeira funcionava em uma sala ao lado da sacristia da antiga igreja matriz; depois, fundou uma escola paroquial no referido bairro da Favela; deu continuidade ao Rosário da Caridade – instituição de caridade fundada por Frei Caetano de Altamira.
Foi obra sua o início da construção da nova igreja matriz de Santo Antônio, deixando quase concluída – hoje Catedral.
Deixando a função de pároco, não parou com as atividades sociais: Como Vigário Paroquial da Paróquia são Francisco de Assis e responsável pela comunidade de Alagoinhas Velha, organizou cursos profissionalizantes, como corte e costura, bordado, culinária e artesanato. Para esses cursos, contou com a ajuda de uma religiosa franciscana imaculatina, Irmã Laura, italiana; depois, fundou uma creche para crianças filhas de mães de baixa renda. Para expandir as atividades, fundou o Centro Comunitário de Alagoinhas Velha.

Lar Franciscano Emma Barbetti.


Frei Leão sempre se preocupou com os mais pobres e com os idosos abandonados. Como diretor assistente da Ordem Franciscana Secular (OFS), vendo entre elas muitas ancas desamparadas, penou em fundar uma instituição para abrigá-las na velhice. Com a ajuda da OFS e de pessoas amigas, adquiriu uma casa e aí começou a abrigar as franciscanas idosas desamparadas, dando o nome de Lar Franciscano. Como foi aparecendo a procura de abrigo por parte de outras idosas desamparadas que não eram franciscanas, surgiu a necessidade de ampliar as acomodações, construindo outro galpão no quintal da antiga casa. Por exigência das leis foi preciso legalizar essa instituição dando-lhe estatutos próprios. Assim nasceu legalmente o “Lar Franciscano Emma Barbetti”. Uma “sociedade civil, de fins filantrópicos, de caráter beneficente, educativo, cultural de assistência social, que tem por finalidade assistir à velhice em geral e, de modo especial, a velhice pobre e desamparada”. Sua fundação oficial data de 20 de setembro de 1971. O nome Emma Barbetti é em homenagem a uma italiana cunhada de Frei Leão que muito o ajudou na construção e manutenção da obra.
Não só a população alagoinhense em geral reconhecia o amor e dedicação do religioso a sua gente, mas também os poderes públicos. A Câmara Municipal de Vereadores de Alagoinhas concedeu ao Frei Leão o título de Cidadão Honorário de Alagoinhas, em reconhecimento do seu compromisso com a comunidade.
Frei Leão não dirigia automóvel. Suas andanças na cidade, pelos bairros e até zona rural eram feitas, de início, em bicicleta. Depois, deram-lhe de presente um motociclo denominado “motoneta”, um tipo de “mobilette”. Anos depois, deram-lhe uma motocicleta italiana tipo “Lambretta”. A “lambretta de Frei Leão” tornou-se popular em Alagoinhas.
O religioso querido de todos veio a falecer no Hospital São Rafael em Salvador no dia 24 de outubro de 1987. Sua morte foi causada por um acidente de trânsito, justamente no dia e no momento em que ele se deslocava do convento para a inauguração da creche, por ele fundada, no bairro de Alagoinhas Velha. Um carro que vinha saindo de uma rua transversal colidiu com sua “lambretta”. No choque, ele fraturou o fêmur. Sendo conduzido ao Hospital em Salvador, passou por uma intervenção cirúrgica bem sucedida; mas, dois dias depois, começou a passar mal, deixando os médicos preocupados com o seu estado, nada puderam fazer para evitar o óbito. Suas exéquias foram realizadas na igreja de São Francisco, em Alagoinhas.

Igreja de Santo Antônio - Alagoinhas Velha


Seu corpo foi sepultado no interior da Igreja de Santo Antônio em Alagoinhas Velha. Uma multidão imensa assistiu pesarosa as últimas homenagens prestadas a esse religioso que tanto amou e serviu a Alagoinhas. Faleceu aos 73 anos de idade e 50 de sacerdócio.

domingo, 6 de março de 2011

VIAGEM À ALEMANHA

MINHA VIAGEM À ALEMANHA



Às 13 horas do dia 20 de junho de 2009, saímos em dois microônibus de Alagoinhas com destino ao Aeroporto Dois de Julho – Salvador-BA, de onde pegaríamos o avião com destino a Frankfurt (Alemanha). Nosso destino era Passau - Alemanha. Motivo da viagem: comemoração dos 40 anos de parceria e solidariedade missionária entre as dioceses de Alagoinhas e Passau.

Éramos ao todo 24 pessoas representates das comunidades onde os padres alemães trabalharam ou que, de algum modo, estiveram envolvidas com as atividades pastorais realizadas por esses missionários. Eram elas:

Ana Rita - Praia do Forte
Aylton e Meire - Alagoinhas
Dom Paulo Romeu- Alagoinhas
Eliaci - Acajutiba
Elinaldo - Rio Real
Elizângela - Conde
Fabrício - Alagoinhas (Pinto de Aguiar)
Gildásio (diácono Gil) - Alagoinha
Ir. Maria Clara - Itamira
João Paulo - Nova Soure
Laína - Itamira
Mário - Alagoinhas (S. Teresinha).
Marlon - Acajutiba
Pe. Bernardo Kraus(alemão) - Praia do Forte
Pe. Edvânio - Alagoinhas
Pe. Irivan - Alagoinhas
Pedro (seminarista) - Alagoinhas
Poliana - Abadia
Rítler - Aporá
Silvani - Abadia
Tiago - Alagoinhas
Valdirene - Inhambupe
Veriscléide -Crisópolis .






O embarque estava previsto para as 17h. Duas horas antes já nos preparávamos para o protocolo de embarque (check in). Às 17 horas e pouco, já estávamos prontos para o embarque, mas o voo só aconteceu às 19h05 h. A empresa foi a Condor, subsidiária da Luftansa.
Viajamos na classe econômica. Vôo tranqüilo. Às 05h30 do domingo 21/07 (10h30 – hora local do destino), aterrissávamos em solo alemão, no aeroporto internacional de Frankfurt (Alemanha).
Terminado o protocolo de desembarque, saímos do aeroporto e logo fomos recepcionados pelo senhor Josef Talhammer – alemão, nosso velho conhecido e companheiro de trabalho em Alagoinhas nos ano 70. Ele estava com uma comitiva de representantes da Diocese de Passau (Alemanha) com posta por jovens e adultos.

Às 12h (horário local), pegamos o ônibus especial que estava à nossa espera para nos conduzir a Passau. Tínhamos 444 quilômetros de estrada pela frente. Durante a viagem, foram feitas as apresentação dos visitantes e dos que nos recebiam. O senhor Josef e Pe. Bernardo serviam de intérpretes. Fizemos somente uma parada para o lanche em um restaurante, às 14 horas.
Pouco antes das 17 horas, passamos pela cidade de Niederalteich, onde mora o casal Josef e Marlis Talhammer. Ele é o prefeito da cidade. Sua esposa – que também trabalhou em Alagoinhas e tem dois filhos brasileiros – já nos esperava com um lanche. Foi grande a emoção e alegria para mim, Aylton e Meire que, jovens ainda nos conhecemos e trabalhamos juntos com esse casal aqui em Alagoinhas. Encontramos também uma jovem senhora, morena que eles adotaram como filha aqui em Alagoinhas, quando criança. Hoje ela já é mãe.
Após o lanche, continuamos viagem com destino a Passau. Não estava longe. Chegamos às 17:25h. Uma comitiva nos esperava diante do Spectrum Kirche – local onde nós adultos ficamos hospedados. De dentro do ônibus eu já via nossos queridos amigos e companheiros de trabalho de outrora, Pe. Casemiro e Pe. Luis.

Dia 20/06/2009 - Fomos recebidos com alegria, mas sem beijos nem abraços – os alemães não são disso. Mas ao nos aproximar de Casemiro e Luiz, não podemos nos conter aos costumes alemães. O abraço foi à brasileira mesmo... Logo em seguida apareceu Pe. Geraldo que compunha a primeira leva de alemãs à diocese de Alagoinhas. Hoje ele continua trabalhando na Diocese de Guarabira – PB. Estava de férias em sua terra.
O Spectrum Kirche é um centro de treinamento da Diocese de Passau.
Nós adultos fomos conduzidos aos aposentos reservados para nós. Depois fomos conduzidos ao refeitório, onde fomos recepcionados pelo bispo diocesano Dom Guilherme, com palavras de boas vindas. Foi servida a janta. Depois, os jovens tomaram outro destino com o padre Bernardo (alemão que trabalha na Paróquia do Litoral, com sede em Praia do Forte - Ba).



Dia 22/06/09 – Os jovens seguiram outro roteiro e nós adultos fomos convidados a visitar os organismos da diocese de Passau: cúria diocesana, Casa são Maximiliano, seminário e outras. Visitamos uma instituição que comercializa produtos pequenos produtores de paises pobre; havia inclusive suco de laranja produzido em Rio Real - Ba. Visitamos a cervejaria da diocese. Ao lado da cervejaria há uma espécie de restaurante onde as pessoas se reúnem para beber, bater papo e comer. Seguindo o costume, jantamos aí. Fora há um lugar ao ar livre muito aprazível com muitas árvores, mesas por toda parte. Mas a tarde estava chuvosa, ficamos dentro mesmo. Conosco estavam muitos alemães nossos conhecidos que trabalharam na diocese de Alagoinhas. A conversa foi animada onde relembrávamos tantos fatos e pessoas de nossa juventude. Saímos às 21h.


Dia 23/06/09 – Pela manhã, Dom Paulo foi com Aylton e Meire para uma entrevista com a mídia. Eu com Guilherme, Maria clara e Eliaci fomos dar um giro pela cidade. O tempo estava chuvoso. Visitamos a catedral. Depois chegou Pe. Bernardo com o grupo dos jovens e nos juntamos e o cicerone foi nos mostrando as obras de arte e contando história relativas. Foi então que chegou o Pe. Geraldo e se juntou a nós. Os jovens seguiram outro roteiro e as mulheres voltaram pra casa. Fiquei com Guilherme para assistir um concerto de música clássica na catedral. Isso acontece todos os dias ao meio dia. É pago. A catedral ficou repleta de turistas para assistir ao concerto. Assistimos de cortesia por sermos convidados especiais da diocese. O órgão da Catedral de Passau é o maior órgão cristão do mundo.
Após o concerto, Pe. Casimiro veio nos pegar e levar para o Spetrum Kirche. A turma já estava no refeitório almoçando.

À Tarde, tivemos um encontro com o prefeito de Passau. Saindo da prefeitura, participamos de uma romaria organizada pelos jovens ao santuário de Mariahilf (Nossa Senhora da Ajuda – tradução em português). Este é o santuário Mariano mais antigo da Alemanha. Fica numa colina dentro da cidade, às margens do Rio Danúbio que corta a cidade. Umas escadarias de 310 degraus levam os peregrinos da margem do rio ao topo da colina. Foi um momento de espiritualidade dos jovens e nós adultos acompanhamos. Enquanto se subia, faziam-se paradas para leituras bíblicas, reflexão e cânticos religiosos. Leituras e cantos eram alternados em alemão e português.
Chegando ao topo, entramos no santuário; foi narrado em português um resumo da história do santuário. Dom Paulo, que já estava lá com Pe. Edvânio na cadeira de rodas, deu a bênção. Fomos levados ao refeitório do convento onde moram uns monges paulinos. Estão aí de pouco tempo, pois até 2002, eram os capuchinhos que moravam nesse convento e cuidavam do santuário Mariahilf. Jantamos aí. Quem leu para nós o resumo da história do santuário foi uma jovem senhora que já estivera no Brasil como missionária leiga. Voltamos para a pousada.
Eram mais do 20h. O sol ainda estava alto. Como não éramos galinha para dormir com o sol fora, Guilherme e eu pegamos um táxi e fomos ao centro da cidade. O destino era um shopping que havia inaugurado fazia pouco tempo. O taxista nos informou em inglês que faltavam somente 10 minutos para o shopping fechar – eram 20h50. Diante disso, pedi ou taxista que nos levasse a um restaurante italiano (são muitos) onde não se devesse pagar muito caro. Fomos atendido no pedido. O restaurante era italiano, mas só gerente falava italiano. Era um italiano nato. A noite estava chuvosa, fazia um friozinho gostoso. Primeira coisa que pedi ao gerente (em italiano) era onde se podia “fare la pipi” – modo infantil de dizer que queria fazer xixi. Depois da “pipi”, nos sentamos á mesa e pedimos “um bichierotto di um buon vino” (um copinho de um bom vinho). Fomos servidos com uma bela taça de vinho e ficamos bebericando e conversando. De vez em quando, bisbilhotando alguma coisa em italiano. Guilherme tentava se comunicar com o inglês dele. Após o vinho, pedimos um café expresso. Na hora de pagar, esnobei pedindo a conta em alemão. Se falei certo, não sei, mas ele entendeu muito bem o que eu queria.
Qual não foi nossa surpresa, ao vermos na prateleira do restaurante uma garrafa de cachaça da marca Pitu, fabricada em Pernambuco.


Saindo dali, ficamos andando pelo calçadão olhando e comparando os preços dos objetos nas vitrines. Não por economia, mas decidimos voltar à pousada a pé. Atravessamos a ponte do rio Inn (um dos 3 rios que cortam Passau) e tivemos que subir uma longa ladeira, como algumas de Salvador. Passava de 11 horas da noite. Nenhum receio tínhamos de andar por ruas desertas àquela hora. Estávamos em um pais de primeiro mundo, onde não há grade nas portas e muito menos cerca elétrica nos muros. Nenhum policial nas ruas.
Não há porteiro na pousada. A porta é fechada depois do movimento, mas a própria chave do nosso apartamento, abre a porta de entrada da pousada. Depois das atividades do dia, sentei na cama e escrevi essas linhas.

Dia 24/06/09 – Após o café – que acontecia sempre às 8h30 – um ônibus já nos esperava para irmos a Salzburg, na Áustria. A fronteira Alemanha e Áustria está ali pertinho de Passau. Mas Salzburg está a 120 km de Passau.
Salzburg é uma cidade muito antiga da Europa. Famosa por ser a terra natal de Mozart. As ruas estão sempre cheias de turistas... A 1h da tarde foi difícil encontrar vagas em um restaurante para almoçar. Tivemos que nos afastar um pouco do centro para encontrar onde comer. Almoçamos em um restaurante italiano – pizza e macarrão ao molho de tomate. Pena que ao invés de vinho, tomamos cerveja. Uma cerveja ótima; parecia chope.
O dia esteve sempre chuvoso e o rio Danúbio, que também banha esta cidade, estava com grande volume de água.
Durante a viagem, podiam-se ver campos verdejantes cultivados de trigo, cevada e milho (milho só pra forragem dos animais durante o inverno). Pelos campos, muitos rolos de feno prontos para a silagem. Algumas vacas pastando ao ar livre e, aqui e acolá, veados também pastando pelos campos. Ao longo da estrada, muitas placas chamando a atenção dos motoristas: “Cuidado!Veados na pista”.
Chegamos às 19h e não tivemos janta porque o pessoal de serviço já tinha ido embora. O senhor que nos acompanhava providenciou salame, lingüiça, queijo e pão; fomos para a adega (cantina) e lá improvisamos um lanche acompanhado de vinho ou cerveja. Na cantina não há funcionário. Os clientes pegam as bebidas e outros coisas e deixam o dinheiro num cestinho que fica em cima do balcão. Era dia de São João Batista. Ficamos até tarde comendo, bebendo e conversando.
Na cantina havia também um grupo de jovens alemães bebericando e conversando. O que nos chamou a atenção foi o número pequeno de garotas entre eles. Mesas só com rapazes; e as mesas onde havia moças, elas se comportavam como irmãs. Muito diferente da nossa juventude nessas ocasiões. Nada de “agarra-agarra”, carícias ou galanteios.
Nossa despesa foi paga pela organização do evento. Quem quis algo mais do que foi oferecido, pagou o que consumiu, segundo o costume da terra (dinheiro no cestinho).

Dia 25/06/09 – Tivemos dois compromissos neste dia. O primeiro, pela manhã, foi em Niederalteich – onde mora o casal Josef e Marlis Talhammer e onde ele é prefeito da cidade. O segundo, à tarde em Eichendorf (antiga paróquia de Pe. Bernardo, hoje vigário em Praia do Forte - Bahia).

Em Niederalteich, fomos recebidos pelo prefeito no salão nobre da Prefeitura. Fomos apresentados e ouvimos a narração histórica da cidade; visitamos uma escola (universidade) de formação agrícola e assistimos uma palestra sobre uma organização chamada Eins Welt (Um só Mundo) que dá assistência e solidariedade com os países do Terceiro Mundo e aos países em desenvolvimento. Além das autoridades, estava presente uma deputada federal filha da região e uma senhora peruana que mora há 32 anos na Alemanha. Esta senhora intermédia o comércio de produtos de comunidades pobres de vários paises em via de desenvolvimento em todos os continentes e lança no mercado alemão. Almoçamos no refeitório da universidade.
À tarde, fomos à cidade de Eichendorf, antiga paróquia de Pe. Bernardo. Toda a comunidade estava representada e participou da missa celebrada por Dom Paulo. Após a missa, houve um jantar para todos, acompanhado de um concerto onde foram executadas músicas brasileira e alemãs. Foi apresentado um vídeo narrando a caminhada dos Missionários (padres e leigos) da Diocese de Passau e na Diocese de Alagoinhas durante os 40 anos de parceria e solidariedade missionária entre as duas dioceses.
Finalizando, os jovens improvisaram um forró e os alemães caíram nele, todos desengonçados, mas se divertiram bastante. A turma teve que se virar para ensinar os passos do forró o do samba aos nossos anfitriões. Chegamos a Passau a 01h da manhã.
Dia 26/06/09 – Pela manhã, visitamos a casa onde Bento 16 nasceu – Marktl e a igreja onde ele foi batizado. Daí, fomos a Altötting, cidade natal de Pe. Casimiro e de sua irmã Anna Spielmann. Fomos recepcionados pelo prefeito da cidade e autoridades. Foi-nos contada a história da cidade e a ida dos missionários de Altötting para a Alagoinhas. A comunidade preparou para nós um almoço na Casa da Juventude. Seguiu-se a visita ao santuário de Nossa senhora de Altötting, santuário mariano mais antigo da Alemanha. Esta cidade é tida como o coração da Baviera. Visitamos ainda a igreja dos padres capuchinhos onde se encontram os restos mortais de São Conrado de Parzham – OFMCap. Aí, dom Paulo celebrou a missa participada pela comunidade. A comunidade nos levou a um restaurante onde jantamos e depois foi apresentado o vídeo da caminhada dos 40 anos dos missionários da Diocese de Passau em Alagoinhas e cidades da Diocese. Os jovens brasileiros fizeram uma apresentação de nossa música e dança populares. Chegamos de volta a Passau às 23 horas.

Dia 27/06/09 – Pela manhã, assistimos na Catedral a ordenação de cinco novos padres. Após a ordenação, foi servido um almoço no refeitório do Seminário Maior.
À tarde, Pe. Casimiro levou a mim, Aylton e Meire para Altötting. Fomos recebidos em sua casa. Ele morava com sua irmã Anna, mas essa havia morrido alguns meses antes. Ele agora mora sozinho. Conversamos muito lembrando nossos velhos tempos na Paróquia Santo Antônio em Alagoinhas. Os trabalhos sociais e religiosos na sede da paróquia e nas comunidade. Lembramos muitas pessoas que foram nossas companheiras de atividade.
Aylton havia levado um álbum com fotos das atividades desenvolvidas naquela época. Vimos muitas fotos das pessoas que trabalhavam conosco. Todos nós jovens ainda. Lembramos histórias e fatos de cada um. Casimiro lembrou muito de Anna e nós igualmente. Mostrou fotos de seus pais e irmãos ainda pequenos em Altötting e narrou fatos ocorridos durante a Guerra da guerra de 1945. Fomos até o cemitério e visitamos a sepultura de Anna.
Depois Casemiro nos levou ao Hotel Planck onde jantamos em companhia de Pe. Geraldo que havia chegado naquele momento. Nós três visitantes ficamos hospedados naquele hotel onde dormimos duas noites.

Dia 28/06/09 – Hoje Pe. Casimiro era esperando em Unter neu Kirche, uma cidade que foi sua primeira paróquia antes de ir ao Brasil. Fomos com ele de Altötting até lá. A comunidade já o esperava em frente à prefeitura. Foi recebido pelo prefeito e, depois, em cortejo, dirigimo-nos igreja antiga onde ele celebrava e de lá para a nova igreja e lá ele celebrou a missa de seus 50 anos de sacerdócio. Ao som do órgão, foram executados o Kyrie, Gloria, Credo, Sactus e Agnus Dei em gregoriano e em latim. São cantos antiqüíssimos mais muito conhecidos pela comunidade católica romana.
Após a missa, houve o almoço para toda a comunidade em mesinhas espalhadas pela pracinha e num amplo refeitório de uma escola aí situada. No final prestaram uma homenagem ao padre festejado, onde pessoas adultas e crianças ofereceram ramalhetes de flores e presentes. Conosco estiveram o padre Geraldo e um casal conhecido – Matias e Vilma. Ele alemão e ela de Alagoinhas. Moram na Alemanha, perto de Munique. Encontramos Catarina, uma moça alemã que trabalhou em Acajutiba e no Conde. Voltamos a Altötting e ficamos no hotel onde dormimos e, no dia seguinte.

Dia 29/06/09 - Casimiro nos levou de volta a Passau. Aqui, os outros do grupo dos adultos nos esperavam. Com o senhor Carmelo e Pe. Jorge, visitamos uma obra mantida pela Cáritas Diocesana de Passau em Grubweg, perto de Passau. É um colégio – Shule St. Severin - para crianças e jovens com deficiência, onde são usados os meios de reabilitação mais modernos. Fomos recebidos com uma apresentação de cantos pelos próprios alunos. Diretores e professores fizeram uma exposição de todos os trabalhos ali desenvolvidos e nos mostraram as oficinas e salas de aula. Foi-nos oferecido um lanche, ocasião em que aproveitamos para trocas de idéias. Pessoal muito alegre e comunicativo.
Depois, o grupo se dividiu. Alguns foram à paróquia de padre Jorge e outros voltamos para Passau e fomos almoçar em um restaurante ao ar livre com vista para o Rio Danúbio. O sol brilhava e não fazia muito frio.
Às 17 horas, fomos à catedral para uma missa com os benfeitores alemães da Diocese de Alagoinhas. Dom Paulo presidiu a celebração na Capela Santo André, tendo como concelebrantes os padres Casimiro, Geraldo e outros alemães. Após a missa houve um jantar em companhia dos benfeitores, no refeitório do seminário maior. Mais uma vez foi passado o filme das atividades dos missionários de Passau na Diocese de Alagoinhas durante os 40 anos de parceria.

30/06/09 - Hoje cedo, fomos a Frauenau onde Pe. Roberto é pároco. Ele é um dos padres alemães que trabalharam na Diocese de Alagoinhas juntamente com os padres Jorge e José Göppinger, após o retorno à Alemanha dos padres Casimiro, Geraldo e Luís. O padre Roberto aniversariava neste dia. O almoço foi em um restaurante. Pe. Casimiro nos acompanhava.
De Frauenau, fomos a Tittling, local onde Pe. Luís trabalhou depois de sua volta do Brasil. Hoje, ele mora em um abrigo de idosos aí mesmo em Tittling, um local muito bonito, confortável e aconchegante. Foi uma alegria enorme esse encontro para todos nós, principalmente para mim, Aylton e Meire que acompanhamos de perto todo o seu trabalho social na Diocese de Alagoinhas. Muita coisa e muitas pessoas foram relembrada durante os momentos que passamos juntos. Pe. Luís nos apresentou um livro escrito por ele, contando sua vida e suas atividades missionárias no Brasil. Pena que não está ainda traduzido para o português.
Após revivermos o passado juntos, fomos a um restaurante próximo a um pequeno lago, onde jantamos. Lembramos que todos esses almoços e jantares não eram só momentos de comer e beber, mas de muita conversa e recordações e saudades.
Logo que chegamos, visitamos uma importante fábrica de cristais da Alemanha, instalada em Tittling.
Terminada a visita ao querido amigo Pe. Luís, voltamos a Passau.

Dia 01/07/09 - Ás 7 horas da manhã, fomos de trem a Munique (München); visitamos a parte antiga da cidade, mercado popular, a catedral onde Bento XVI exerceu o seu episcopado antes de ser eleito papa, e a Vila Olímpica. Almoçamos em um dos parques da cidade – semelhante ao Hyde Park de Londres. Por toda parte viam-se pessoas com trajes típicos indicando a região do planeta de onde proviam: mulheres de saris, de burcas e de outras vestes orientais.
Em Munique nos deslocamos sempre de metrô – meio de transporte muito organizado e rápido. Como tive toda minha infância e adolescência ligadas à estrada de ferro, curti bastante a viagem de cerca 200 quilômetros de Passau a Munique. Viajamos em um trem popular, porém muito veloz e confortável. Chamou-me a atenção a facilidade que as pessoas têm em entrarem na classe do trem com suas bicicletas e cadeiras de roda, sem causar nenhum incômodo aos passageiros.
Às 22 horas, já estávamos de volta ao Spectrum Kirche, local em Passau onde estávamos hospedados.

Dia 02/07/09 – Tempo livre pela manhã. Com Aylton e Meire fomos ao Shopping de Passau, andamos pelas praças e jardins, e, ao ar livre, tomamos um chopinho; fazia sol e o dia estava lindo. Guilherme também estava conosco, mas tomou outro rumo. Dom Paulo, lá pelas 12 horas, apareceu com mais alguns do grupo. Voltatos de taxi para o Spectrum Kirche onde almoçamos. Tempo livre até às 17 horas.
Às 17 horas, na capela do Spectrum, realizou-se a missa de despedida, concelebada por Dom Paulo, Dom Guilherme (Wilhelm), bispo de Passau, e outros padres presentes. Após a missa, foi a assinado um temo confirmando a parceria de solidariedade missionária entre as duas dioceses: Passau e Alagoinhas.
Logo após, Os dois grupos brasileiros, o grupo alemão que organizou o encontro, as pessoas que nos acompanharam durante esses dias, o bispo de Passau e o de Alagoinhas e padres reunidos em um salão do Spectrum, fizemos uma avaliação do encontro, onde muitos depoimentos individuais de ambos os lados foram apresentados, destacando os frutos colhidos dessa parceria Brasil e Alemanha durante os 40 anos transcorridos. Foi servido um lanche regado àquela cervejinha típica e outras bebidas não alcoólicas, salgadinhos e outros. Despedida coletiva e individuais num clima de alegria e fraternidade. Depois, silêncio, arrumação de malas para o retorno e repouso. No dia seguinte, tínhamos que partir com destino a Schoellnach, cidade onde Pe. José Göppinger é pároco. De lá, seguiremos para Frankfurt, onde no outro dia, pegaremos o avião de volta ao Brasil.

Dia 03/07/09 – Pela manhã, deixamos Passau e seguimos para Schoellnach, onde Pe. José já nos esperava. Era festa na cidade; uma festa civil típica que acontece todos os anos nesta época do ano. Participamos dos festejos, assistimos os desfiles e, depois, fomos para uma espécie de clube da cidade. Muita comida e bebida eram servidas, música, dança, animação ao estilo e gosto da população local. Muitas pessoas adultas, jovens e crianças vestidas com trajes típicos regionais e locais. Enquanto tudo acontecia, sempre sobrava um espaço de tempo para relembrar, com Pe. José e com outras pessoas alemãs que estiveram trabalhando aqui no Brasil, amigos, amigas, fatos e situações agradáveis vividas em nossa terra.
Quem teve disposição ficou na festa até o fim; nós outros, aproveitamos para tirar um cochilo na casa paroquial até a saída do ônibus que nos levou a Frankfurt nas primeiras horas da manhã.

Dia 04/07/09 – Do aeroporto de Frankfurt, levantamos vou em direção ao Brasil no avião da Condor. Viagem maravilhosa. À noitinha do mesmo dia, já estávamos de volta em Alagoinhas.