sábado, 24 de novembro de 2018

DILMA PODE SER CONDENADA A 8 ANOS DE CADEIA. A ÍNTEGRA DA DECISÃO DO JUIZ QUE TORNOU A PETISTA RÉ NO QUADRILHÃO DO PT


A ex-presidente Dilma Rousseff se tornou ré na 10ª Vara Federal do Distrito Federal, acusada de integrar uma organização criminosa, juntamente com outros membros do PT. O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira acolheu nesta 5ª feira uma denúncia contra Dilma Rousseff, Lula e outros integrantes do PT. Com a medida, os dois ex-presidentes petistas se tornaram réus no caso que pode render condenações com penas que vão de 3 a 8 anos de reclusão.

Segundo a denúncia original, os integrantes do PT utilizaram órgãos da administração pública para arrecadar propina, como Petrobras, BNDES, e Ministério do Planejamento. O ex-presidente Lula foi apontado como o líder da organização. O esquema teria permitido que os denunciados recebessem, a título de propina, pelo menos, R$ 1,5 bilhão, segundo a procuradoria. Acompanhe abaixo a íntegra da decisão do juiz federal que mandou o núcleo duro do PT para o banco dos réus:


sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Juiz torna réus Lula, Dilma, Palocci e Mantega por “quadrilhão do PT”

Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Eles passarão a responder como réus por suspeita de organização criminosa.

Por Cris Beloni

O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal (DF), abriu ação penal contra integrantes da cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT), logo após uma denúncia de suposta organização criminosa.

Agora todos estes passam a ser réus: os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, os ex-ministros Antônio Palocci e Guido Mantega, além do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Em setembro do ano passado, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou também ao Supremo Tribunal Federal (STF), além dos nomes citados, Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, Edinho Silva, ministro de Comunicação Social e a senadora Gleisi Hoffmann, que atualmente ocupa a presidência do PT.

Segundo ele, a cúpula do PT recebeu R$ 1,48 bilhão de propina em dinheiro desviado dos cofres públicos. O juiz considerou a denúncia “idônea e formalmente apta” e determinou que os cinco réus sejam intimados a apresentar defesa por escrito no prazo de 15 dias. Somente Gleisi Hofmann e o marido, Paulo Bernardo, permaneceram como investigados no Supremo.

O caso é conhecido como “quadrilhão do PT”, porque se originou de um inquérito no qual integrantes de diversos partidos eram investigados por organização criminosa, mas depois foi dividido por partidos. Entre os crimes estão corrupção e lavagem de dinheiro relacionados com o Ministério de Minas e Energia, Petrobrás, Construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e UTC, e J&F/BNDES.

Lula, Palocci e Vaccari atualmente cumprem pena de prisão por causa de outros processos da Lava Jato. Janot afirmou que Lula “foi o grande idealizador da constituição da presente organização criminosa” e pediu que sua pena seja maior que a dos demais.

sábado, 17 de novembro de 2018

As origens dos "médicos" cubanos: a formação restrita e o curso de pequena duração


16/11/2018

Na antiga União Soviética (URSS) existia uma figura no serviço público de saúde denominada "Feldsher", ou Feldscher em alemão, cujo significado literal era "aparador do campo".

Os feldsher soviéticos eram profissionais da saúde, formados em "saúde básica", que intermediavam o acesso do povo à medicina oficial, em especial nas áreas remotas, rurais e periferias soviéticas, sendo uma espécie de práticos de saúde, ou paramédicos como são chamados hoje em dia, e exerciam cuidados básicos em clínica, obstetrícia e cirurgia às populações dessas regiões.

Sua inspiração e nome derivavam dos feldscher alemães que surgiram no século XV como operadores de saúde (cirurgiões barbeiros) e com o tempo se espalharam ao longo do que foi o império prussiano e territórios eslavos, compondo a linha de frente também nas forças militares, sendo uma espécie de força militar médica nesses exércitos eslavos e saxões.

Em vários países foram adotados como profissionais da linha de frente, atuando sempre nos cuidados básicos e em alguns casos chegando a se especializar em alguma prática específica, como optometria, dentista e otorrinolaringologia. Na Rússia começaram a se popularizar a partir do século XVIII.

Diferentemente dos médicos, os feldsher possuíam uma formação mais curta e limitada. A duração do curso era em 4 anos e envolvia basicamente treinamento em ciências básicas e treinamento simples em ciências médicas clínicas, em especial medicina interna, serviço de ambulância e emergência pré-hospitalar e sempre tinha um espaço para treinamento militar, em campo de treinamento do exército, pois os feldsher estavam na linha de frente da nação, nas fronteiras.

Eram 8 anos de colégio mais 4 em treinamento prático, considerados, portanto de nível técnico.

Era um treinamento um pouco melhor que a de enfermeira, cujo foco era mais os cuidados básicos de saúde e técnicas/procedimentos de enfermagem.

Os médicos soviéticos, ao contrário, levavam pelo menos 10 anos de colégio mais 7 anos de faculdade com carga horária total pelo menos duas vezes maior (estudavam todos os sábados). Apesar do tamanho valor de formação, seus salários eram ridículos, pois o regime socialista os considerava "servos do povo".

O sistema cubano de ensino médico reproduziu, a partir do encampamento da Revolução Cubana pela URSS em 1961, esse sistema de formação em saúde. Os médicos cubanos, de verdade, ficam lá em Cuba, em sua maioria. O que Cuba "fabrica" aos milhares, todos os anos, com projetos como a ELAM e demais faculdades, em cursos de 4 anos, não são nada além da versão cubana dos "feldsher" soviéticos. São paramédicos treinados para atuar em linha de guerra, campos remotos e áreas desprovidas em geral.

A diferença é que Cuba "chama" esses feldsher de "médicos", inflando artificialmente a sua população de médicos. Com essa jogada, Cuba possui um dos maiores índices de médicos por habitante do planeta. E isso permitiu outra coisa ao regime cubano: Usar esses feldsher como agentes de propaganda de sua revolução e seus interesses não apenas dentro, mas fora de seu território.

Ao longo de décadas o regime cubano vem fazendo uso do empréstimo de mão-de-obra técnica, paramédica, porém "vendida" como médica, para centenas de países a um custo bilionário que fica todo com o regime cubano. Literalmente, como na URSS, os feldsher são "servos do povo" (no caso, leia-se "povo" como Partido Comunista de Cuba).

A ex-presidente Dilma lançou o demagógico e absurdo projeto de "resgate da saúde" do povo brasileiro às custas apenas da presença de "médicos" em locais desprovidos do mesmo, aliás, por culpa do próprio governo.

Ao invés de pegar os médicos nacionais, recém-formados ou interessados, e criar uma carreira pública no SUS e solidificar a presença do médico nesses povoados, ela resolveu importar feldsher cubanos a um preço caríssimo, travestidos de médicos, ao que seu marketing chamou de "Mais Médicos". Diante da recusa inicial, simulou-se uma seleção de nacionais, dificultada ao extremo pelo governo, para depois chamar os feldsher.

O objetivo estava claro: O alinhamento ideológico entre os regimes, o uso de "servos do povo" para fazer propaganda do governo, encher o bolso dos amigos cubanos de dinheiro e evitar a criação de uma carreira pública que poderia ser crítica e demandadora de recursos. Como não podiam se assumir como fedlsher, jogaram um jaleco, os chamaram de médicos e os colocaram para atuar como médicos de verdade.

Por isso as cubanadas não param de crescer. Por isso os erros bizarros, os pânicos diante de pacientes sintomáticos. Os cubanos não são médicos, são feldsher - agentes políticos com treinamento prático em saúde - que vieram ao Brasil cumprir uma agenda política e, segundo alguns, eventualmente até mesmo militar.

São paramédicos. Isso explica as "cubanadas". Se houvesse decência no Ministério da Saúde da gestão petista, retirariam o termo "médico" desse programa, e seria mais honesto. Mas honesto não ganha eleição nesse país."

Fonte: Portal do Conselho Federal de Medicina

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Mais Médicos foi mais generoso com Cuba do que BNDES


7,1 bilhões de reais para Cuba

De acordo com o UOL, o Brasil pagou a Cuba 7,1 bilhões de reais, entre 2013 e 2017, no âmbito do programa Mais Médicos. “É mais do que o BNDES emprestou para construir o Porto de Mariel e o aeroporto de Havana”

“Pelas regras, o Ministério da Saúde transfere ao órgão o valor de R$ 11.520 por profissional. A Opas repassa aos contratados cubanos cerca de R$ 3.000. A diferença fica com o governo de Cuba.”

O acordo assinado entre o governo brasileiro e a Organização Pan-Americana de Saúde prevê a rescisão imediata em caso de descumprimento ou mudança das regras, como propôs o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Sem isso, o prazo mínimo para a quebra do contrato tem antecedência necessária de 60 dias.

O circo de Lula


Sem argumentos para rebater acusações no processo do sítio de Atibaia, Lula perde a compostura e acaba sendo repreendido pela juíza Gabriela Hardt: “O senhor está intimidando a acusação. E eu não vou permitir”.

Wilson Lima 15/11/18 

Os processos que pesam contra o ex-presidente Lula, o que envolve o sítio de Atibaia é sabidamente o mais consistente. Para responder sobre o imóvel, na quarta-feira 14, Lula deixou pela primeira vez sua sala-cela na sede da Polícia Federal em Curitiba, desde que foi preso. Constituiu sua estreia frente-a-frente com a juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro, futuro ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Logo no início do depoimento, o clima esquentou. Inadvertidamente, Lula quis lançar uma ironia num tom que resvalava para a agressividade, mas acabou fortemente repreendido pela juíza. “Doutora, eu só queria perguntar para meu esclarecimento. Eu sou o dono do sítio?”, questionou Lula. “Isso é o senhor que tem que responder”, retrucou a juíza para, em seguida, emendar: “Senhor ex-presidente, esse é um interrogatório. E se o senhor começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema”. Ao agir com firmeza, a substituta de Moro exibiu uma face até então desconhecida do grande público: a de uma magistrada séria, pouco ou quase nada afeita a manobras diversionistas, expediente usado em geral pelos réus na tentativa de ludibriar o juízo. “A Gabriela Hardt é uma juíza linha Hard(t)”, brincam quem a conhece de perto.

LINHA HARD(t) Em depoimento na quarta-feira 14,
a juíza Gabriela Hardt não se dobrou às manobras de Lula
(Crédito:Divulgação)

Durante o depoimento, Lula admitiu que passou a frequentar o sítio a partir de 15 de janeiro de 2011, após deixar a presidência da República, conforme consta na denúncia do MPF. Lula disse que em 12 de janeiro ficou sabendo que Jacó Bittar havia adquirido a propriedade. Bittar é um ex-petroleiro, sindicalista e integrante à época do Conselho de Administração da Petrobras. Depois, tomou conhecimento que o dono do imóvel seria Fernando Bittar, filho de Jacó.

Quando questionado sobre as razões de utilizar o quarto principal do sítio em vez do de hóspedes, o que seria o procedimento usual para pessoas que estão abrigadas em residências de terceiros, Lula alegou ter se valido de prerrogativa presidencial. “Quando me davam (o quarto principal), eu ocupava. Isso era uma deferência que eu recebia tanto lá na chácara, quanto era recebido no palácio da rainha da Inglaterra, da rainha da Suécia, em vários lugares que eu frequentei, inclusive no Kremlin. Eu não sei o que o Ministério Público achou de absurdo nisso”, declarou o ex-presidente. Não consta, porém, que a rainha Elizabeth II ou o presidente Puttin tenham deixado seus aposentos para que Lula repousasse neles.

Assim como aconteceu no processo do tríplex, dona Marisa foi novamente alçada à condição de responsável pelos detalhes mais incriminatórios, como a aquisição de itens de lazer. “O pedalinho foi ela (Marisa) que comprou”.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Lava Jato, na verdade, jamais afirmou peremptoriamente que a propriedade do sítio era do ex-presidente Lula. Mas sim que foi reformado e recebeu diversas melhorias feitas por empreiteiras para que ele desfrutasse do imóvel. Tais melhorias são entendidas pelos procuradores como uma forma de pagamento de propina proveniente de seis contratos firmados entre a Petrobras, a Odebrecht e a OAS. De acordo com os procuradores, as melhorias no imóvel totalizaram R$ 1,02 milhão. Sobre isso, Lula pouco respondeu.

“Senhor ex-presidente, esse é um interrogatório. E se o senhor começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema” Gabriela Hardt, juíza da 13ª Vara Federal do Paraná

Bravatas

Durante as três horas de depoimento, Lula recorreu a ironias e bravatas para tentar negar sua relação com a Odebrecht e a OAS. Também não conseguiu explicar o fato de ter feito aproximadamente 270 visitas ao local durante os anos de 2011 e 2016 nem o motivo pelo qual foram encontradas notas fiscais sobre reformas no sítio no apartamento do ex-presidente, durante busca e apreensão ocorrida em 2016. Sobre o tema, Lula foi lacônico: “Bom, primeiro eu não sei se foi encontrado no meu apartamento. Eu tô sabendo disso agora”. Depois, emendou. “Eu nunca soube de nota de obra na minha casa”. A surrada e já reprovada tática do “não sei de nada” de novo não deve surtir efeito. As provas contra o ex-presidente são tão ou mais robustas que aquelas que o levaram à condenação no processo do tríplex.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Moro: Lula é mentor do esquema criminoso da Petrobras. O tríplex é a ponta do iceberg

O SENHOR JUSTIÇA Sergio Moro quer dar continuidade no
ministério ao trabalho que desempenhou à frente da Lava Jato
(Crédito: Caio Guatelli)

Na primeira entrevista concedida a um veículo impresso desde que aceitou o convite para integrar o governo Bolsonaro, o futuro ministro da Justiça Sergio Moro diz que, apesar de o STF já permitir, ele vai propor que o cumprimento da prisão em 2ª instância assuma força de lei. Sobre as acusações de perseguição política ao ex-presidente petista, o juiz foi taxativo: “Lula é o mentor do esquema criminoso na Petrobras. O tríplex é a ponta do iceberg”.

Germano Oliveira

O juiz demonstrava descontração. Nem parecia o magistrado sisudo das audiências tensas e, não raro, acaloradas com o ex-presidente Lula e os maiores empreiteiros do País. Chegou a esboçar leves risadas, como a que soltou ao rememorar ações envolvendo escuta de celulares num presídio, “onde os presos falavam tanto que os policiais se confundiam até sobre quem falava o que”. Depois de uma hora e meia com os repórteres da ISTOÉ, brincou: “Vocês já têm histórias para escrever um livro”.

Em sua primeira entrevista exclusiva para um veículo de comunicação impresso, após ter sido escolhido ministro da Justiça e Segurança Pública pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, o juiz Sergio Moro ainda utilizou a antiga sala da 13ª Vara Federal do Paraná, em Curitiba, que ocupa há 15 anos. A partir de agora, deve passar a concedê-las somente no Palácio de Justiça, em Brasília, suntuoso prédio onde está instalado o ministério que comandará a partir de janeiro. Sua mesa na Justiça Federal é o que podemos chamar de bagunça organizada – aquela em que só o dono é capaz de se encontrar no meio dela, mais ninguém. Repleta de papeis em desalinho, um em cima do outro, cercada por estantes amontoadas por livros comprados por ele mesmo.

Mas, claro, ali no meio daquela aparente anarquia se transpira seriedade. É onde se batalhava a faina diária de um dos magistrados mais competentes do País, responsável pela Lava Jato, a mais profunda operação de combate ao crime organizado desenvolvida no Brasil. Para o novo gabinete, ele ainda não sabe se levará os livros. Uma hipótese é deixá-los mesmo em Curitiba para não sobrecarregar a mudança. O mesmo provavelmente fará com sua esposa Rosângela e os dois filhos adolescentes, só que por outras razões, obviamente. A mulher cuida de um escritório onde é advogada especialista em casos de pessoas com doenças raras. Os filhos adolescentes preferem não trocar de escola. “Irei para casa nos finais de semana”, promete. Quem ele vai levar quase que a tiracolo é Flávia Blanco, sua chefe de gabinete na Justiça Federal, uma espécie de faz-tudo do juiz e a quem ele tem em mais alta conta. Moro tem pressa. Terá pouco mais de um mês para definir também quem levará para Brasília para integrar a nova equipe. Um de seus desejos era reforçar o time com integrantes da Lava Jato, mas enxerga “óbices” difíceis de transpor. “Seria um tolo se não levasse gente da Lava Jato, que já comprovaram competência e dedicação, mas muitos teriam que abandonar suas carreiras para me seguir”.

Na verdade, a maior angústia de Moro não é deixar para trás livros, amigos e colegas de trabalho, mas as dezenas de processos da Lava Jato ainda não encerrados. Quando desencadeou a operação em 17 de março de 2014, Moro não imaginava chegar tão longe. Mas, quando decretou a prisão do doleiro Alberto Youssef, e com ele encontrou o documento da compra de uma Range Rover Evoque em nome de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, percebeu que o caso poderia atingir proporções muito maiores. Preso, Costa revelou em delação que a Petrobras era usada pelo governo Lula para o pagamento de propinas a políticos tanto do PT, como do PP e PMDB. Era apenas o fio de um extenso novelo que alcançaria o maior esquema de corrupção da história recente do País. A Lava Jato evoluiu de tal maneira que levou o juiz a condenar importantes dirigentes do PT, o mais importante deles o ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde o começo do ano por ter recebido vantagens da OAS, entre as quais um tríplex no Guarujá, em troca de polpudos contratos na Petrobras.

Ao responder à ISTOÉ sobre o inconformismo do ex-presidente em relação à condenação imposta a ele, Moro lembrou que a sentença foi “extensamente fundamentada” e acrescentou: “As provas indicam que Lula é o mentor desse esquema criminoso que vitimou a Petrobras. E não se trata só de um tríplex. Nós falamos de um rombo de R$ 6 bilhões. O tríplex é a ponta do iceberg”. Sobre as acusações de perseguição política, e eventual relação de causa e efeito com a campanha presidencial deste ano, Moro reavivou que a sentença no caso do tríplex foi proferida em meados de 2017. “O que existe é um álibi de Lula, baseado numa fantasia de perseguição política”. Ademais, a decisão de condenar o petista a nove anos e meio de prisão, reforçou juiz, foi mantida pela Corte de apelação (TRF-4), que não apenas endossou as suas fundamentações jurídicas como ampliou a pena para 12 anos e um mês. “A partir daí, a decisão não é mais minha”, disse.


Os demais processos que Sergio Moro deixará prontos para julgamento, envolvendo o ex-presidente, como o caso do apartamento São Bernardo do Campo e de um terreno para o Instituto Lula, doado como propina pela Odebrecht, estarão sob a batuta da juíza substituta Gabriela Hardt. A sentença deverá ser proferida ainda este ano. A julgar pela audiência de estreia (leia mais às págs 32 e 33), que lhe rendeu o apelido de “juíza linha Hard(t)” pela maneira firme como arguiu e enquadrou o ex-mandatário petista durante depoimento sobre o sítio de Atibaia, tudo indica que Lula deve ser condenado novamente por corrupção e lavagem de dinheiro. “Esses processos já fazem parte do meu passado”, esquiva-se Moro.

O foco do futuro ministro da Justiça agora é na preparação dos projetos de combate à corrupção e ao crime organizado que serão submetidos ao Congresso já em fevereiro. Entre as mudanças propostas estão as que possibilitam prever em lei o cumprimento da prisão após condenação em segunda instância e a redução da maioridade penal para 16 anos, “mas apenas para crimes de sangue”. Moro pretende endurecer ainda medidas contra os cabeças do tráfico, não permitindo as famigeradas saidinhas durante o cumprimento das penas. Uma de suas ideias é proibir inclusive as tradicionais visitas íntimas a presos. Atendendo a uma promessa de campanha de Jair Bolsonaro, Moro trabalhará para flexibilizar o porte de armas, mas apenas dentro de casa: “Não vamos autorizar que as pessoas saiam armadas nas ruas”. Para quem ainda acha que ele largará a carreira de magistrado para mergulhar na política, Sergio Moro adverte: “Não serei candidato a presidente da República. Não tenho nenhuma pretensão de participar de campanhas eleitorais, nem de subir em palanques”.

O senhor vai apresentar um plano de combate à corrupção e ao crime organizado?

Nos últimos anos houve um avanço muito grande de políticas anticorrupção. A Justiça começou a mudar. Está começando a enfrentar com mais rigor os casos de corrupção. O que nós temos visto na Lava Jato é uma agenda anticorrupção forte, mas o governo federal foi muito tímido. Então a prioridade vai ser as medidas anticorrupção. E o embate contra o que já é uma coisa de segurança nacional, que é o crime organizado. A ideia é a apresentação de um plano ao Congresso já em fevereiro.

E quais serão as primeiras medidas?

O projeto que vamos apresentar ainda está em estudo e seria imprudente de minha parte anunciar todo o plano agora. Ele ainda terá que ser submetido ao presidente Jair Bolsonaro. Então é prematuro colocá-lo em detalhes neste momento. Mas, por exemplo, em matéria de crime organizado quero proibir o condenado de poder progredir de regime de cumprimento de pena se houver vínculo com organizações criminosas. Em matéria anticorrupção há a execução da pena a partir da condenação em segunda instância, que é uma questão que deverá constar no projeto a ser encaminhado ao Congresso. O entendimento do Supremo, que predomina desde 2016, é que a Constituição já permite a execução em segunda instância. O mais prudente, neste momento, é apresentar um projeto para deixar isso mais claro na legislação ordinária.

O senhor teme a mobilização das bancadas de parlamentares que estão sendo investigados pela Lava Jato, como Renan Calheiros, contra o seu projeto anticorrupção?

O novo governo traz uma expectativa de mudança. Os eleitores deram recado claro nas eleições de que há uma insatisfação com a corrupção e com a segurança pública. Isso sem ingressar na parte econômica, que também é muito importante, mas não é da minha área. Imagino que os parlamentares serão sensíveis a esses anseios dos eleitores. Mas nós pretendemos dialogar e construir uma agenda que possa ser aprovada pelo Parlamento em tempo razoável.

O senhor disse que apesar do esforço gigantesco da Lava Jato a corrupção continua. O senhor quis dizer que a corrupção não acabará?

É impossível eliminar a corrupção, como é impossível eliminar a atividade criminal. Agora, o que é intolerável é a tradição da impunidade que nós tínhamos no Brasil. Isso acabava sendo estímulo para a prática de novos crimes. Tanto assim que se chegou à uma situação, considerando os casos já julgados, de corrupção disseminada. Se não é possível eliminar a corrupção por completo, é possível reduzi-la a patamares menores do que temos atualmente.

Os governantes montaram verdadeiras máquinas de dilapidação dos cofres públicos. No governo Bolsonaro é possível que dizer que isso não se repetirá?

Crime de corrupção é muito difícil ser descoberto e investigado, porque é um crime praticado em segredo. Tem que se criar sistemas de controle e prevenção para detectar esses fatos. Agora, o que eu posso assegurar, porque isso me foi afirmado pelo presidente eleito, é que ninguém será protegido. Identificado os casos de corrupção no governo, ninguém será protegido. Esse é um compromisso meu. Não vou assumir um cargo desses para proteger alguém.

Se o senhor descobrir alguém se locupletando do governo, vai pedir que o presidente demita essa pessoa?

Sim, certamente. Se houver provas nesse sentido, e forem consistentes, vou levar ao presidente eleito para tomar uma decisão que ele entenda apropriada.

O ex-presidente Lula usa a sua nomeação para o ministério da Justiça do governo Bolsonaro para solicitar novo habeas corpus. Como vê as acusações do PT de que o senhor usou a Justiça apenas para perseguir o ex-presidente?

Essa é uma questão que agora pertence à Justiça. Eu proferi um julgamento em 2017, em que a decisão é extensamente fundamentada. As provas indicam que Lula é o mentor desse esquema criminoso que vitimou a Petrobras. E nós não tratamos apenas de um tríplex. Nós falamos de um rombo estimado de R$ 6 bilhões. O tríplex é a ponta do iceberg. A opção do Ministério Público foi apresentar a acusação com base nesse incremento patrimonial específico, que foi fruto da corrupção. Mas eu proferi essa decisão em meados de 2017 e a decisão foi mantida pela Corte de apelação. A partir do momento em que a Corte de apelação mantém a decisão, a decisão passa a ser dela. Não é mais nem minha.

O que existe é um álibi de Lula, baseado numa fantasia de perseguição política. Vamos analisar a Operação Lava Jato. Nós temos agentes políticos que foram do Partido Progressista condenados, temos agentes do PMDB e de figuras poderosas da República, como foi o caso do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, considerado adversário figadal do PT. E, claro, condenamos também agentes do Partido dos Trabalhadores. O esquema de corrupção na Petrobras envolvia a divisão de dinheiro entre executivos da estatal e agentes políticos que controlavam a empresa. É natural que o esquema criminoso dessa espécie, quando descoberto, com políticos envolvidos, impliquem majoritariamente aqueles partidos que estavam no poder e controlavam a empresa e não legendas que se encontravam na oposição.

O senhor deixou pronto para ser julgado um novo processo que envolve o ex-presidente Lula. Sobre um apartamento em São Bernardo e um terreno destinado ao Instituto Lula, em que ele é acusado de receber os imóveis como forma de propina distribuída pela Odebrecht. 

O ex-presidente deve ser condenado outra vez? 

Essa é uma questão da Justiça, a cargo da doutora Gabriela Hardt, que me substitui na 13ª Vara Federal e não seria apropriado comentar. Ela é uma magistrada muito séria e muito competente. No entanto, está em suas mãos diversos casos criminais em relação à Lava Jato, que demandam atenção dela. Então não sei se ela vai ter tempo hábil para julgar esse caso ainda este ano.

O presidente eleito Jair Bolsonaro disse que, se a polícia subir morro e numa operação dessas morrerem até 20 bandidos, não haverá problema algum. A polícia terá passe livre para matar na sua gestão?

Não existe isso. Às vezes essa questão é mal colocada. O objetivo do trabalho de investigação policial e do trabalho dessas operações contra o crime organizado é que o criminoso seja preso e o policial vá a salvo para a sua residência. O trabalho de enfrentamento das organizações criminosas é baseado em inteligência, investigação, prisão dos líderes, isolamento dos líderes e confisco de seus bens para desmantelar essas facções. Agora, existem algumas organizações que muitas vezes se valem da força e de seus armamentos para intimidar determinadas comunidades, muitas vezes carentes, utilizando armas ostensivamente. Nesse contexto pode eventualmente haver situações de confronto entre criminosos e polícia. Podem surgir incidentes, como óbitos, mas isso tem que ser evitado ao máximo, porque o risco de danos colaterais é muito grande. A situação ideal não é o criminoso morto. A situação ideal é o bandido preso.

O presidente Bolsonaro disse que policial que mata bandido em combate tem que ser condecorado. Pode haver um aumento indiscriminado de mortes por policiais?

Temos que ver em que contexto isso foi dito. Estratégia de confronto não é um objetivo. O confronto é uma possibilidade dentro do contexto de violência que existe. Não haverá o desejo de se buscar o confronto como resolução dos problemas criminais.

As facções que dominam o crime de dentro das cadeias transmitem ordens por meio de advogados ou familiares. O senhor pensa em restringir a atuação de advogados e familiares nos presídios?

Isso está sendo estudado. É evidente que tem se preservar a ampla defesa, mas as prisões de segurança máxima têm que servir como elemento para inibir novos crimes. Se o condenado mesmo assim consegue transmitir ordens, essa é uma situação em que o trabalho dos advogados tem que ser reavaliado.

As visitas íntimas deveriam acabar?

Isso está sendo estudado. É uma possibilidade.

O senhor já disse que concorda com a redução da maioridade penal para 16 anos. Não corremos o risco de se encher ainda mais as prisões com jovens que na verdade deveriam estar na escola e não presos?

A minha avaliação é que a redução da maioridade penal para 16 anos seja relacionada apenas a crimes graves. E quando falo em crimes graves, estou falando em crimes com resultado de morte ou lesão corporal gravíssima. Crimes de sangue. O que envolve um número não tão significativo desses adolescentes. Pode se dizer que isso não resolve o problema da criminalidade. E não resolve. Mas existem questões relativas à Justiça individual. Se você é parente, um pai de alguém que foi assassinado por um adolescente nessa faixa etária, você quer ver a Justiça sendo realizada. Um jovem de 16 a 18 anos já tem consciência de que não pode matar.

O que o senhor acha da proposta do presidente Bolsonaro que prevê que o cidadão possa ter uma arma em casa. O senhor não acredita que corremos o risco de ter crimes em massa como acontece nos Estados Unidos? 

É uma questão de plataforma eleitoral. Uma das promessas de Bolsonaro foi a possibilidade do porte de armas, mas em casa. Havia uma política restritiva para a pessoa obter uma arma para guardar em casa e a promessa eleitoral é que isso seria flexibilizado. A meu ver isso tem que ser cumprido, já que foi parte de uma promessa eleitoral. Mas é algo bem diferente de autorizar as pessoas a saírem armadas nas ruas. Por outro lado, não estamos falando em autorizar porte em casa de armas automáticas, de fuzis. É uma situação diferente da que acontece nos Estados Unidos. Agora, teremos que tomar muito cuidado, e isso eu conversei com o presidente eleito, de permitir que essa flexibilização seja uma fonte de armamento para o crime organizado.

“A situação ideal não é o criminoso morto. A situação ideal é bandido preso e policial vivo em casa” .

Se houver invasões a propriedades rurais ou ocupação de sem tetos a prédios públicos, como o senhor vai se comportar?

Já existe a lei que protege a propriedade privada. Esses movimentos sociais têm direitos e liberdade de manifestação, de protesto, é algo natural. Mas existem limites para esse tipo de coisa, como invasão, prejuízos à propriedade privada, perturbação da ordem, fechamento de vias públicas com queima de pneus, incomodando as pessoas. Isso não é comportamento aceitável. Isso foge da regra e tem que ser apurado na forma da lei, responsabilizando as pessoas que provocaram danos ao patrimônio. Eles não são inimputáveis.

Se houver discriminação e ataques contra gays, negros, mulheres, quilombolas, o senhor pensa em punir quem levar a cabo essas ações? 

Não há nenhuma chance disso acontecer. Não há nenhuma iniciativa de discriminação às minorias. O próprio presidente eleito declarou isso sucessivas vezes e no que se refere ao Ministério da Justiça, em especial, o meu entendimento é que todos têm direito a igual proteção da lei, seja maioria, seja minoria. Eu conheço vários homossexuais, alguns deles são pessoas fantásticas, das melhores que conheço, e não vejo a menor perspectiva de que venham a ser perseguidos.

O senhor ainda tem como meta chegar ao Supremo, que sempre foi seu sonho na carreira de magistrado? 

Não existe uma vaga no Supremo. Ela ocorrerá só em 2020. Seria indelicado de minha parte pensar numa nomeação para o Supremo agora.

O senhor chegou a negociar essa possibilidade com o presidente? 

Eu não apresentei nenhuma condição ao presidente eleito. A questão foi levar a ele uma pauta para ver se tínhamos convergências e, no que se refere às divergências, se elas seriam razoáveis.

O senhor prefere a Justiça ou pretende ser candidato a presidente da República em 2022? 

Não existe candidatura a presidente. Eu prometi e já fiz declarações expressas de que não ingressaria na política. Esta ida para o ministério foi interpretada por alguns como uma quebra dessa promessa. Mas na minha avaliação, estou indo para o governo para implementar uma agenda anticorrupção e anticrime organizado, num papel eminentemente técnico. Eu não tenho nenhuma pretensão de participar de campanhas eleitorais, de subir em palanque.

MORO: SE DEPENDESSE DA VONTADE DE LULA E DILMA, O POVO JAMAIS SABERIA DA ROUBALHEIRA DO PT


Há cerca de sete anos e meio, o juiz federal Sérgio Moro se deparou com uma investigação que revelaria um dos maiores esquemas de corrupção do país. De acordo com o Ministério Público Federal, a Lava Jato começou em 2009 com a investigação de crimes de lavagem de recursos relacionados ao ex-deputado federal José Janene, em Londrina, no Paraná.

Além do ex-deputado, estavam envolvidos nos crimes os doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Chater. Alberto Youssef era um antigo conhecido dos procuradores da República e policiais federais. Ele já havia sido investigado e processado por crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro no caso Banestado.

Em julho de 2013, a investigação começa a monitorar as conversas do doleiro Carlos Habib Chater. Pelas interceptações, foram identificadas quatro organizações criminosas que se relacionavam entre si, todas lideradas por doleiros. A primeira era chefiada por Chater (cuja investigação ficou conhecida como “Operação Lava Jato”, nome que acabou sendo usado, mais tarde, para se referir também a todos os casos); a segunda, por Nelma Kodama (cuja investigação foi chamada “Operação Dolce Vita”); a terceira, por Alberto Youssef (cuja apuração foi nomeada “Operação Bidone”); e a quarta, por Raul Srour (cuja investigação foi denominada “Operação Casa Blanca”).

O monitoramento das comunicações dos doleiros revelou que Alberto Youssef, mediante pagamentos feitos por terceiros, “doou” um Land Rover Evoque para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Em 17 de março de 2014, foi deflagrada a primeira fase ostensiva da operação sobre as organizações criminosas dos doleiros e Paulo Roberto Costa. De lá para cá, foram mais de trinta fases da investigação que revolucionou o combate à corrupção no Brasil.

Ciente de que estava diante de um monstro, Sérgio Moro percebeu que toda a investigação poderia sucumbir diante da força de políticos e empresários poderosos. Só havia uma forma de subjugar os interesses poderosos por trás do gigantesco esquema de corrupção que corroía a economia do país em favor de um grupo doente e degenerado: convocar um gigante para combater o monstro: o povo brasileiro.

Moro compreendeu que apenas com o apoio da população poderia prosseguir enfrentando os interesses dos poderosos empresários, da presidência da República, do chefe da organização criminosa e do partido que controlava todo o esquema de corrupção. A publicidade é a principal arma da Lava jato.

Os que demonstram maior receio com a publicidade sobre o caso são os políticos. O coro dos descontes é formado sobretudo por pessoas ligadas ao PT, como a presidente afastada, Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e todos os políticos ligados ao assalto à Petrobras.

Não acredite no que eles dizem.

Os insatisfeitos com o andamento das investigações recorrem à expressão "vazamentos seletivos" ao se referirem à divulgação dos fatos trazidos à tona pela operação. Referem-se à cobertura da imprensa sobre as prisões e pronunciamentos da Força Tarefa como "espetáculo midiático".

Em primeiro lugar, o termo "vazamento seletivo" é capcioso, uma vez que seu emprego tem o claro propósito de insinuar que existam outros investigados ocultos ou acobertados pela Força Tarefa liderada pelo juiz federal Sérgio Moro. Não tem. Todos os fatos ficam disponíveis para qualquer cidadão nos sites da justiça. A imprensa simplesmente vai lá e os publica. Não há "vazamento seletivo".

Em segundo lugar, não existe a menor possibilidade de que ocorram "vazamentos seletivos" numa investigação onde absolutamente todos os fatos são divulgados com extrema "transparência". Outras investigações protegidas por segredo de justiça, à pedido dos investigados, permanecem em segredo.

E em terceiro e último, o termo correto é "PUBLICIDADE" e não "vazamentos seletivo" ou "espetáculo midiático", conforme Lula e a cúpula comprometida do PT tentam classificar.

As pessoas que usam a expressão "vazamento seletivo" sabem de tudo isso. Se mesmo assim, insistem em confundir o povo, é por que temem algo e podem ser direta ou indiretamente atingidos pelos escândalos. Ninguém saberia, por exemplo, que Lula movimentou R$ 52 milhões em sua conta.

Amparado pela lei.

O Juiz Sérgio Moro se ampara na Lei de Improbidade Administrativa Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992, que obriga a administração pública direta, indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecer aos princípios da legalidade, impessoalidade, eficiência, moralidade, PUBLICIDADE e todos os demais deveres previstos na Constituição.

A Constituição exige publicidade em crimes contra a administração pública. Quando não é mais exigido o sigilo, o conteúdo das investigações deve ser tornado público. Deve ser dada visibilidade à todo o processo por meio de ampla PUBLICIDADE ou se preferir, de um "espetáculo midiático".

O sigilo é o sonho de consumo daqueles que temem os fatos revelados na Operação Lava Jato.

Eles possuem bilhões para gastar, comprar e corromper. Somente protegidos sob o manto do sigilo, os políticos, empresários e advogados de defesa poderiam lançar mão de recursos disponíveis para desacreditar o juiz Sérgio Moro. Com os fatos sendo mantidos em sigilo pela justiça, os políticos poderiam usar as tribunas do congresso para desfilar bravatas e insinuações.

Os empresários poderiam usar a imprensa e os meios de comunicação para se defenderem perante a opinião pública. A presidente poderia fazer pronunciamentos em cadeia nacional defendendo os suspeitos. Os partidos poderiam usar horários na TV para atacar a idoneidade dos promotores com o intuito de inverter os papéis, onde os promotores se tornariam os vilões e os doleiros, laranjas, diretores da Petrobras e políticos se tornariam as vítimas.

Sob a sombra do sigilo, seria possível promover verdadeiras campanhas de marketing para salvar o pescoço dos corruptos. Com sigilo, o povo brasileiro jamais tomaria conhecimento sobre os autores e a dimensão da maior roubalheira da história do país.

O povo é a principal arma de Sérgio Moro.

Sabiamente, Juiz Sérgio Moro se ampara e na Constituição para oferecer ao povo a "PUBLICIDADE" mais ampla possível sobre todo o processo de investigação que lidera. Esta inciativa tem por objetivo garantir que haja maior "TRANSPARÊNCIA" sobre tudo que acontece no âmbito da Operação Lava Jato, além de impedir que o povo seja mais uma vez ludibriado pelos bandidos que roubam o país há décadas. Seria mais fácil para o juiz atender aos interesses dos poderosos, mas ele optou por se aliar ao lado do povo e trazer à tona todos os fatos, munindo a população de informações preciosas sobre os criminosos..

Quanto mais "PUBLICIDADE" e maior "TRANSPARÊNCIA" for dada à investigação, maiores serão as chances do Brasil se ver livre da pior geração de corruptos de todos os tempos. O poder está na informação. Um povo informado e consciente é um povo poderoso.

O juiz Sérgio Moro e todos os demais integrantes da Força Tarefa que integram a Operação Lava Jato estão lutando para garantir ao povo o acesso pleno à todas as informações passíveis de "PUBLICIDADE". Cabe á cada um fazer a sua parte e procurar se manter informado o máximo possível para garantir que a justiça seja feita e impedir que o povo seja novamente manipulado.