Na noite de sexta-feira, 29/03, a Câmara de Vereadores de Alagoinhas realizou uma sessão especial para debater o tema da Campanha da Fraternidade 2012 (CF 2012). Compareceram vários vereadores, a representante do Prefeito, representante do Secretário de Saúde do Estado, um deputado estadual ex-prefeito de Alagoinhas, vários padres de cidade e de cidades vizinhas, lideranças religiosas da Igreja Católica e de outras denominações, e representantes de vários seguimentos da sociedade.Pe. Carlos Alberto, representando o bispo diocesano de Alagoinhas Dom Paulo Romeu Dantas Bastos que estava em outro evento, falou da importância tema da CF 2012; relembrou seus objetivos além de destacar a importância do tema “Fraternidade e Saúde Pública” para o Brasil em geral e especialmente para Alagoinhas, pois “ainda somos um país doente, no qual a saúde é prioridade no papel, mas não na prática”; lembrou que há muito para se fazer em nível de governo, como de família e comunidade; lembrou o que diz a Constituição Federal a respeito da saúde como um direito de todos e dever do estado, conforme seu Artigo 196; lamentou que “o povo, particularmente os mais pobres, ainda está à margem de ter um tratamento preventivo, curativo e emergencial de qualidade”; parabenizou a Câmara de Vereadores por vir dando continuidade ao costume de, todo ano, realizar essa assembleia por ocasião da CF.
Os vereadores, que usaram da palavra, bem como os que estavam representando os governos municipal e estadual, em suas exposições, não pouparam elogios à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pela escolha do tema Fraternidade e Saúde Pública, reconhecendo que a saúde pública em Alagoinhas, como no Brasil em geral, é apontada como o principal problema que mais aflige a sociedade carente; em termos de Alagoinhas, insinuaram que a culpa era da atual gestão municipal e, quanto ao Estado, tudo vem melhorando. Nesse ponto, os discursos tomaram um aspecto de propaganda eleitoreira partidária.O representante do Secretário de Saúde do Estado, um jovem, que, por sinal, mostrou ter razoável conhecimento do Texto Base da CF 2012, discorreu sobre os conceitos básicos do sistema Único de Saúde (SUS), sem deixar de propagar o que o atual governo do estado e seu secretariado vêm realizando no sentido de melhorar o atendimento no setor da saúde pública na Bahia; lembrou Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e os hospitais que foram construídos em diversas cidades do estado; os projetos da Secretaria de Saúde do Estado para melhorar o atendimento à saúde na região de Alagoinhas, além de outras propagandas. Finalizou lembrando que a sociedade, através de seus representantes, é que deve reivindicar junto aos gestores o que estão carecendo, como também, é ela que deve fiscalizar e denunciar a má utilização e o desvio do dinheiro público que vem para a saúde do seu município.
Enquanto os políticos falavam, a platéia permanecia em silêncio, nenhum dos representantes de entidades presentes usou da palavra. Finalmente, Pe. Pedro Rocha, pároco da Paróquia da Catedral de Santo Antônio, interpretando o pensamento e os sentimentos da comunidade, e os seus próprios, foi ao microfone e desabafou apontando a real situação por que passam as pessoas mais pobres que necessitam de atendimento de saúde pública em Alagoinhas; a situação dos hospitais que ele conhece e onde já esteve como paciente e os postos de saúde da cidade; lamentou os baixos salários pagos aos profissionais de saúde (alguns têm que fazer “bicos” por fora para poderem sustentar a família); clamou veementemente contra a corrupção que há no mau uso do dinheiro público, desvio e roubalheira; apelou para que os políticos leiam o coração do povo que tem fome, não só de comida, mas de justiça; que respeitem as pessoas que precisam de atendimento de saúde e acabem com a corrupção.Lamentou-se a ausência do Prefeito, do Secretário Municipal de Saúde e de outros vereadores.
Fonte:PasCom - Pastoral da Comunicação da Diocese de Alagopinhas
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