Não é porque gosto do poeta, mas encontrar intelectual de esquerda com opinião lúcida hoje em dia tem sido mais raro do que encontrar garimpeiro rico! Ferreira Gullar tem 82 anos. É raro haver quem não o considere o maior poeta vivo da língua portuguesa e um dos grandes da literatura contemporânea. Já foi militante de esquerda, filiado ao Partido Comunista Brasileiro, mas se rendeu à realidade. Concedeu uma entrevista de impressionante lucidez a Pedro Dias Leite, nas Páginas Amarelas de VEJA. Leia trechos:
O senhor se considera um direitista?
Eu, de direita? Era só o que faltava. A questão é muito clara. Quando ser de esquerda dava cadeia, ninguém era. Agora que dá prêmio, todo mundo é. Pensar isso a meu respeito não é honesto. Porque o que estou dizendo é que o socialismo acabou, estabeleceu ditaduras, não criou democracia em lugar algum e matou gente em quantidade. Isso tudo é verdade. Não estou inventando.
E Cuba?
Não posso defender um regime sob o qual eu não gostaria de viver. Não posso admirar um país do qual eu não possa sair na hora que quiser. Não dá para defender um regime em que não se possa publicar um livro sem pedir permissão ao governo. Apesar disso, há uma porção de intelectuais brasileiros que defendem Cuba, mas, obviamente, não querem viver lá de jeito nenhum. É difícil para as pessoas reconhecer que estavam erradas, que passaram a vida toda pregando uma coisa que nunca deu certo. (Leia na ítegra - AQUI).
Fonte: umasno.com.br
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