Barbosa pode tirar sigilo de ação que investiga se Lula praticou autopromoção com cartas para idosos se endividarem no crédito consignado do BMG
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Assim que assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal, a partir de 18 de novembro, o herói nacional Joaquim Barbosa deverá retirar o estranho segredo de Justiça sobre o Processo Investigatório 2.474. Os 77 volumes em sigilo apuram as supostas irregularidades em convênio entre o Banco BMG e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com a participação da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), para a “operacionalização de crédito consignado a beneficiários e pensionistas”. O caso dormita “blindado”, desde 2007, no Supremo.
Foi com as mesmas informações desse caso em segredo que o Ministério Público Federal em Brasília entrou com uma ação na Justiça Federal, por improbidade administrativa, contra o ex-presidente Lula e seu então ministro da previdência Social, Amir Lando. Além de suspeitos de favorecimento ao banco BMG (envolvido com as operações de Marcos Valério), o MPF denunciou Lula e Lando por prática de “autopromoção”. Ambos assinaram as cartas a aposentados e pensionistas oferecendo crédito consignado via BMG.
Luiz Inácio Lula da Silva, marginalmente apontado pelo publicitário Marcos Valério como o verdadeiro chefão do Mensalão, está mesmo com o dele na reta. Sem foro privilegiado, Lula pode ser um dos alvos preferenciais da nova investigação. O Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, já avisou ontem que pretende destravar outras frentes de investigação sobre o escândalo, logo após o veredicto no STF – previsto, de maneira muito otimista, para outubro. Somados os 38 acusados que começaram a ser julgados pelo STF em agosto, o mensalão tem 118 réus investigados em outras instâncias do Judiciário.
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