quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sem foro privilegiado, Lula pode ser um dos alvos preferenciais da nova investigação


Barbosa pode tirar sigilo de ação que investiga se Lula praticou autopromoção com cartas para idosos se endividarem no crédito consignado do BMG

Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Assim que assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal, a partir de 18 de novembro, o herói nacional Joaquim Barbosa deverá retirar o estranho segredo de Justiça sobre o Processo Investigatório 2.474. Os 77 volumes em sigilo apuram as supostas irregularidades em convênio entre o Banco BMG e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com a participação da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), para a “operacionalização de crédito consignado a beneficiários e pensionistas”. O caso dormita “blindado”, desde 2007, no Supremo.

Foi com as mesmas informações desse caso em segredo que o Ministério Público Federal em Brasília entrou com uma ação na Justiça Federal, por improbidade administrativa, contra o ex-presidente Lula e seu então ministro da previdência Social, Amir Lando. Além de suspeitos de favorecimento ao banco BMG (envolvido com as operações de Marcos Valério), o MPF denunciou Lula e Lando por prática de “autopromoção”. Ambos assinaram as cartas a aposentados e pensionistas oferecendo crédito consignado via BMG.

Luiz Inácio Lula da Silva, marginalmente apontado pelo publicitário Marcos Valério como o verdadeiro chefão do Mensalão, está mesmo com o dele na reta. Sem foro privilegiado, Lula pode ser um dos alvos preferenciais da nova investigação. O Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, já avisou ontem que pretende destravar outras frentes de investigação sobre o escândalo, logo após o veredicto no STF – previsto, de maneira muito otimista, para outubro. Somados os 38 acusados que começaram a ser julgados pelo STF em agosto, o mensalão tem 118 réus investigados em outras instâncias do Judiciário.

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