Ministro José Eduardo Cardozo (Marcelo Camargo/ABr) |
Antes da discussão sobre impeachment, é preciso urgentemente falar sobre a imprescindível demissão de Cardozo
O que você vai ler aqui é de estarrecer até mesmo os mais estoicos e niilistas. É algo que só encontra precedentes na atual Argentina kirchnerista e na Venezuela chavista. Um trecho da matéria “As conversas impróprias do ministro da Justiça”, da revista Veja, diz que:
Assim como já divulgado pela revista, as construtoras acusadas de ligação com o petrolão estão prometendo incriminar a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula se não forem defendidas. Por esse motivo, o ex-deputado pelo PT e candidato há anos a uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Eduardo Cardozo, iniciou uma ofensiva para tranquilizar os ânimos das construtoras.
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Mas por que diabos esse sujeito estaria puxando conversa com os investigados? Leia a seguir:
Em companhia do ex-deputado petista Sigmaringa Seixas, o advogado Sérgio Renault, defensor da UTC, foi recebido em Brasília pelo ministro Eduardo Cardozo.
Quer dizer, quebrando a autonomia da Polícia Federal ele usou suas informações privilegiadas para falar com os investigados.
Políticos e empresários denunciados por se favorecer dos recursos desviados da Petrobras sentiram como um alento a descrição do diálogo entre o advogado e o ministro, que atravessou os gabinetes de Brasília e os escritórios de advocacia. Claro. O sufoco passado pelos suspeitos de delitos como corrupção e lavagem de dinheiro seria atenuado, porque o curso da Operação Lava-Jato seria alterado drasticamente, segundo disse Cardozo a Renault ao longo da reunião, que não foi mencionada na agenda oficial. De acordo com a história da política nacional, a costura de um conchavo para que todos escapem seria favorecida pelo envolvimento de nomes de oposicionistas que teriam surgido nas investigações, conforme afirmou o ministro.
“Costura” para que todos escapem? Quer dizer que nesta altura do campeonato um ministro da justiça está influenciando pessoas para que elas consigam arrumar um jeito de afundar a Lava Jato? E tudo com base em brechas. Crime.
Cardozo dissuadiu a UTC de firmar um acordo de delação premiada, após fazer algumas ponderações sobre os passos seguintes. Isso era justamente o que os outros presentes à reunião queriam ouvir. Dois milhões de reais será o quanto o escritório de Renault ganhará para livrar a UTC, de acordo com provas colhidas pela polícia. E mais um milhão e meio de reais se tiver êxito em cancelar as provas e as delações premiadas que dificultam a vida de seu cliente. Segundo Renault, a coerção de investigados é só uma das várias anormalidades da operação Lava-Jato. Esta é uma análise jurídica, aliás, que vem sendo repetida pelos líderes petistas, e agora também no encontro entre Cardozo e Renault.
Note aí, leitor, que a intenção dessa gente é anular as delações premiadas até o momento.
Nos diálogos com o Ministério Público, representantes da UTC e Camargo Corrêa voltaram atrás quanto a um acordo de delação premiada, após a realização da reunião no ministério. A mesa de negociação não teve a presença da OAS. Um dos advogados do caso confessou que foram aconselhados, na quarta-feira (um dia após a reunião em Brasília) a adiar as conversas com os procuradores. Isso não aconteceu meramente pelos esforços de Cardozo. Outro advogado de uma empreiteira disse que a esperança de que o governo não deixará as empresas em apuros cresceu depois que chegou a notícia de que Lula entrará para valer no caso e assumirá o comando.
É o suficiente. A menor influência de um ministro de justiça em uma situação dessas é o encerramento da instituição do ministério da justiça. É coisa digna de merecer fechamento de portas. E ainda tem o envolvimento direto de Lula, o que só faz tornar tudo mais grotesco.
Considerada por Cardozo, Renault e Sigmaringa como um simples bate-papo entre amigos sobre assuntos corriqueiros, eles não conseguiram explicar à VEJA, sem se atrapalhar nas próprias contradições, por que aconteceu a reunião no Ministério da Justiça. Primeiro, Cardozo disse que não se encontrou com Renault. Depois, admitiu o contrário. Sigmaringa fez a mesma coisa, primeiro negou depois recuou. Segundo Cardozo, o encontrou ocorreu por acaso. Sigmaringa era seu amigo de há muito tempo e tinha ido fazer-lhe uma visita. Renault, que estava em Brasília e tinha um almoço marcado com o ex-deputado, tomou a decisão de se encontrar com Sigmaringa também no ministério. Então, por uma coincidência gigantesca, o advogado da UTC, empresa investigada pela Polícia Federal, teria se encontrado com Renault no gabinete de Cardozo.
Em um país sério, Cardozo já deveria estar respondendo inquérito por vazamento de informações sigilosas e tráfico de influência.
Antes da discussão sobre impeachment, é preciso urgentemente falar sobre a imprescindível demissão de Cardozo. Enquanto ele estiver em seu cargo, a instituição do ministério da justiça está sob suspeita.
Simplesmente, enquanto a Polícia Federal trabalha, um ministro vai dando dicas e distribuindo informações privilegiadas, o que constitui influência em órgão autônomo, uso dessas informações privilegiadas para benefício do partido, e abuso do poder estatal, de modo tirânico, para evitar que delatores digam o que sabem.
Hoje é um dia para todos os brasileiros não ficarem apenas indignados, mas apavorados, pois um ministro da justiça desceu a um ponto onde nenhum outro jamais havia feito.
Editado por Epoch Times
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