"Quem não conhecia Frei Caetano em Alagoinhas? O’ lá! Como vai você? Desde os caminhoneiros vezeiros em lhe dar carona aos pobres moradores da periferia. Batina às vezes empoeirada, barba ruiva umedecida pelo suor, sempre destemido para as lides pastorais, foram nessas circunstâncias que o Sumo Pontífice Pio XII o escolhera para o múnus episcopal em Ilhéus". (Almir Simões) .
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Faleceu na madrugada do dia 12/11/14, aos 98 anos, o professor, escritor e membro da Academia Valadarense de Letras – AVL, Antônio Lima dos Santos (nome civil). Também conhecido como professor Lima, ele era viúvo e tinha câncer no pulmão. No mesmo dia, às 16h, foi celebrada a Missa de Corpo Presente, na Catedral de Santo Antônio, seguida do sepultamento, às 17h. Lima foi colunista no DIÁRIO DO RIO DOCE por mais de 30 anos, e sua vida foi uma grande contribuição para a história cultural de Governador Valadares.
O professor Lima nasceu no ano de 1916 em Altamira, distrito de Conde (BA). Ele era doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, além do doutorado em Teologia na Ordem dos Frades Capuchinhos no Collegio Internazionale S. Lorenzo da Brin-disi, em Roma.
Um homem de vasta cultura, era escritor, conferencista, poliglota e tradutor de obras do Inglês, Italiano e do Latim. As suas várias obras publicadas, eram todas voltadas para as relações familiares, auto-estima ou religião.
Ao todo foram 15 livros publicados, dentre eles: “Filosofando com o Mestre”, “O Santo Rosário e Suas Glórias”, “Jesus e o Verbo Encarnado”, “Sugestões e Apelos para uma Vida em Plenitude, “Em busca da Felicidade através do Ioga” , “O Sucesso através do Desenvolvimento Integral da Personalidade” e “ o Santo Sudário - Um desafio à Ciência e A Fé”.
Dentre os seus grandes feitos como bispo de Ilhéus fundou e era membro da Academia de Letras e co-fundador da Universidade de Direito.
O dinamismo do jovem bispo se traduziu em muitas peregrinações pastorais pela vasta diocese de Ilhéus que após a sua renuncia foi subdividida em quatro, com a criação das dioceses de Itabuna, Caravelas e Eunápolis. Na assistência às paróquias mais longínquas era um intinerante da fé viajando de carro, de canoa, à cavalo ou numa lambreta.
Com espírito franciscano deixou o trono e se inseriu no meio do povo. Entendeu que a evangelização passava pela promoção social e desta forma nasceu o Instituto São José em Itabuna no bairro da Conceição, a criação do ginásio Diocesano D. Eduardo em Ilhéus, a rádio Baiana onde diariamente enviava a sua mensagem gravada no programa “a voz do pastor”, a conclusão da Catedral São Sebastião – cartão postal da cidade de Ilhéus, cujas obras há anos estavam paralisadas – e a ampliação do Seminário Menor.
D. Caetano era um dos poucos padres conciliares remanescentes do Concilio Vaticano II. Após o seu casamento civil o papa deu autorização para o casamento religioso (do discurso de Almir Simões nos 90 anos de Dom Caetano – NR)
Já em Valadares, foi cidadão honorário e deu aulas de filosofia na FADIVALE durante muitos anos, a partir da década de 70. Fundou escolas de inglês e espanhol em Governador Valadares, Ipatinga e Resplendor.
O bispo casado, ao lado da esposa (centro) e com seus familiares na comemoração dos 90 anos. |
Junto com a esposa Profª Maria Villas Boas Almeida, ele criou a Fundação MariAn, para qualificar pessoas que se dedicam aos afazeres do lar e às prendas domésticas. A escola foi reconhecida como de utilidade pública nos níveis municipal, estadual e federal.
Membro da Academia desde 2006, ele ocupava a cadeira de número 8, que tem como patrono a poetiza Cecília Meireles.
Quem o conheceu e privou da sua amizade sabe que era um autêntico cristão e uma pessoa de virtudes admiráveis.
Fonte: DRD e Discurso que proferi nos seus 90 anos.
Enviado por Almir Simões, via
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