Jornal do Brasil - Rogério Castro
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso parece que agora pode descansar em paz. Após dois mandatos sob forte oposição do PT, que o acusou de acobertar casos de corrupção e de levar a cabo privatizações de empresas e serviços públicos, ele sabe agora que os seus ex-oposicionistas – no poder – fizeram tudo aquilo que diziam censurar. E isso – para os que irão registrar o momento presente do nosso país daqui a alguns anos – já pode ser dado como certo. À exceção de ingênuos e mal-intencionados, ninguém mais espera guinada ou mudança de rumo no PT. Destarte, a pergunta é: e depois do PT, o que teremos?
É essa a principal disputa de nossos dias. A saída estaria pela esquerda, ou pela direita? Qual o fardo que fica para a esquerda brasileira após um decênio de governo petista? Pois bem. O PT transitou até a sua chegada ao poder, em 2003, da defesa do socialismo até o lema (último) da “ética na política”. Após os julgamentos e as recentes condenações do STF sobre o escândalo do mensalão, essa – que talvez tenha sido uma das últimas bandeiras empunhadas pelos petistas – já não pode mais ser desfraldada. As privatizações alcunhadas de entreguistas outrora foram “repaginadas” com nomenclaturas “suaves”, que mudam na forma mas não no conteúdo. “O ‘demônio’ (das privatizações) não é tão mau assim”, teria se reconfortado – com razão (pela ironia) – FHC. O projeto da esquerda, então, teria sido reduzido a pó?
Vista do plano histórico, a esquerda brasileira não pode ser reduzida ao PT. Ela não começa no ABC paulista nem está fadada a acabar no banco dos réus (caso do mensalão)... (Continue lendo - AQUI).
Nenhum comentário:
Postar um comentário