domingo, 20 de abril de 2014

BA: PESSOAS SÃO COAGIDAS A FAZER CADASTRO NA FUNAI

Foto: jornaldoradialista.com.br

Moradores eram recrutados para se inscreverem como se fossem índios para engrossar invasões de terra no sul da Bahia

Do Jornal da Bandpauta@band.com.br


Apesar de a constituição proibir a ampliação de áreas indígenas desde 1988, a Funai faz vista grossa e há quatro anos demarcou uma área de quase 50 mil hectares que abrange três municípios.

A área pretendida pela Funai fica numa região conhecida como Costa do Cacau e do Dendê. São terras ocupadas tradicionalmente há séculos por mestiços, descendentes de índios, brancos e negros que povoaram o Brasil desde os tempos do descobrimento.

Enquanto o Ministério da Justiça não dá a palavra final, mais de 100 propriedades já foram invadidas por grupos armados liderados por caciques que se dizem índios Tupinambá. Mesmo quem tem mandados de reintegração de posse é obrigado a aguardar o efetivo da polícia que é escasso na região.

Os conflitos aumentaram desde que uma base da Polícia Federal foi atacada no início do ano. Os índios são apontados como autores dos disparos. No início do mês, um agricultor foi morto a tiros e teve a orelha cortada. Quatro suspeitos são procurados, mas até agora ninguém foi preso.

Para aumentar o exército de invasores, os caciques fora da lei forjam cadastros de não índios. E em bairros da periferia de Ilhéus a lista já passa de oito mil.

Depois que o escândalo dos registros falsos veio à tona, mais de 300 pessoas procuraram voluntariamente a Funai para se descadastrar. Procurada, a Funai disse que não tutela índios e que não vai comentar a denúncia. O juiz e a procuradora responsáveis pela investigação e pelo julgamento do assassinato do líder dos produtores de cacau reclamam da ausência do estado na região.

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Uma reportagem exibida com exclusividade pelo Jornal da Band, na noite da última quarta-feira (26), revelou mais um suposto esquema fraudulento, envolvendo um órgão do Governo Federal: A Fundação Nacional do Índio – FUNAI. Dezenas de pessoas estão se dirigindo à Fundação Nacional de Saúde para exigir a retirada dos seus nomes de um cadastro que vem sendo utilizado pela FUNAI para forjar o “nascimento” de aproximadamente oito mil falsos índios, na região onde pretende demarcar 47.376 hectares nas cidades baianas de Ilhéus, Una e Buerarema.
 

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