terça-feira, 24 de março de 2015

Cúpula do PT vende tese de Dilma como vítima de massacre midiático que voltará a ser popular em breve

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Dilma Rousseff tem chance de recuperar sua imagem popularmente negativada - por incompetência, denúncias de corrupção no desgoverno e péssima condução política? A resposta mais otimista é: milagres acontecem no mundo político... O PT tentará três táticas desesperadas para fazer Dilma virar o jogo adverso: 1) reformular a ação midiática, botando seus soldados fanáticos e a mídia amestrada por muita grana para falar bem dela, com novas promessas de um futuro melhor; 2) judicializar a guerra contra adversários e inimigos, enquanto tenta diminuir a velocidade de ações judiciais contra membros de sua cúpula; 3) renegociar a sobrevivência com a inconfiável e predatória base política. Dilma tem apenas 19% de popularidade - segundo diferentes enquetes...

O mais tragicomômico neste cenário de impopularidade, resistentes corrupção & impunidade e agravamento de impasse institucional - tudo que pode destronar um governante - é o argumento usado pela cúpula do PT para tentar justificar o caos. Como de costume, a responsabilidade pelos erros nunca é da condução das lideranças do partido-seita. A "culpa" é jogada na ação da mídia "golpista e oposicionista". O líder do governo na Câmara, deputado cearense José Guimarães, comprovou que seu estado tem mesmo um DNA propício para grandes humoristas. Ontem, ele defendeu a tese de que Dilma é vítima de um "massacre midiático" que promove uma "lavagem cerebral" na população.

Irmão do lendário José Genoíno (lembra daquele condenado e "perdoado" no Mensalão?), Guimarães explica como é feita a tal lavagem cerebral: É feita por um processo midiático sem precedência. Se avaliar as manifestações de sexta e de domingo (...), só dá visibilidade ao que é contra o governo. Mas temos que conviver com isso. Cabeça fria, coração quente para enfrentar as turbulências, as dificuldade e botar o Brasil para funcionar". O hilário Guimarães acrescenta: "O cidadão vive com esse massacre todo dia. Você acha que isso não repercute na opinião pública? Ás vezes, até o que é a favor, fica torto. É porque é uma verdadeira lavagem cerebral. Acho que esse processo todo está em consonância com clima do país, com a super valorização das manifestações que a mídia fez, o processo em curso, isso tudo repercute".

Guimarães também teve a coragem de proclamar uma tese belicosa. Segundo ele, aqueles que lutaram contra a ditadura e a favor da democracia “não podem se assustar com a voz das ruas”. Ou seja, na avaliação dele, protestos gigantescos como os de 15 de março, que devem se amplificar em 12 de abril, não assustam os autodenominados "guerreiros do povo brasileiro". Na visão de José Guimarães, Dilma rapidamente dará a volta por cima: "Qualquer governo tem altos e baixos. O momento político não é bom e todos são afetados. A presidente Dilma está segura. Já já, no segundo semestre, retomamos o crescimento econômico".

Contrariando Guimarães, a expectativa de quem entende um pouco de economia é exatamente contrária. A crise brasileira veio para ficar, porque o governo não mexe em suas bases estruturais: impostos elevados, juros altíssimos, gastança pública, a corrupção de sempre (velha ou nova, pouco importa), junto com a falta de investimentos fundamentais em infraestrutura (energia, transporte e logística), além do mais amargo problema: nossa histórica deficiência do sistema de ensino, cada vez mais formando analfabetos funcionais - inclusive com diploma de "nível superior".

Sem a mudança desse modelo, agravado pela insistência no sistema Capimunista de questionável produtividade, o Brasil não vai a lugar algum, a não ser à periferia do mundo, onde sempre esteve desde que foi descoberto quinhentos anos atrás. Refém de tudo e de todos, Dilma ficará do jeito que está, podendo até piorar, até a hora de um "juízo final" - se, por algum milagre, isto acontecer no Brasil da Impunidade ampla, geral e irrestrita.

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