quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Dilma lavou as mãos

Raquel Landim
Folha de S.Paulo

A presidente Dilma Rousseff agora tenta remendar seu erro, mas ela sabia o que estava por vir quando mandou um orçamento deficitário ao Congresso.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's é clara em seu comunicado ao atribuir a "falta de habilidade e de vontade do governo de submeter um orçamento coerente com a mudança de rumo da política fiscal no segundo mandato".

Agora Dilma pode tentar voltar atrás, prometer um superávit de 0,7% do PIB, bradar que vai cortar gastos e elevar impostos... Pouco adianta. Ela já perdeu o benefício da dúvida que conquistou ao colocar Joaquim Levy na Fazenda.

Sem apoio no Congresso para aprovar as mudanças necessárias, não dá para negar que a presidente tinha que fazer uma dura escolha.

Dilma tinha R$$ 250 bilhões de gastos discricionários (que podem se reduzidos pelo governo com uma canetada). Para zerar o déficit, precisava cortar R$ 30 bilhões.

Esse dinheiro está distribuído entre educação (R$ 34,8 bilhões), saúde (R$ 90,8 bilhões), programas sociais (R$ 32,4 bilhões), PAC (R$ 42 bilhões), etc.


Ela preferiu não cortar nada e lavou as mãos. Só que não é isso que se espera do líder de um país. Presidentes precisam tomar decisões difíceis.

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