quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Ao contrário do que diz PT e extrema-esquerda, Dilma foi citada em várias delações.
Inclusive pela Odebrecht


Gleisi recebeu R$ 4 milhões da Odebrecht atendendo a pedido de Dilma Rousseff

Ao contrário do que o Partido dos Trabalhadores e outros setores da extrema-esquerda, a presidente cassada Dilma Rousseff também está entre os citados pelas delações de Marcelo Odebrecht. Quem cita Dilma é o próprio Marcelo Odebrecht.

No caso de Dilma Rousseff, pesam ainda as delações de Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, que já afirmaram que a presidente sabia de todo o esquema de corrupção operado pelo Partido dos Trabalhadores na Petrobras. Cerveró detalha ainda a participação de Dilma na compra fraudulenta da refinaria de Pasadena.

Outro delator é o senador cassado Delcídio Amaral, que acusa Dilma de ter ordenado a fracassada tentativa de dar fuga ao delator Nestor Cerveró, à época preso na carceragem da Polícia Federal. Todas as acusações são graves, e implicam Dilma em um esquema de corrupção onde ela seria a principal beneficiada, já que foi eleita duas vezes com dinheiro de propinas. Mesmo sua base aliada também era mantida com esses recursos. Isso invalida a tese de que ela não foi citada em delações.

As delações que já foram divulgadas são apenas trechos vazados e divulgados pela imprensa, fato que já motivou até a suspensão da delação do executivo Leo Pinheiro delatando o ex-presidente Lula. O procurador geral da República Rodrigo Janot já afirmou publicamente que um dos principais desafios agora é conter a onda de vazamentos de delações.

Relembre aqui um dos episódios, noticiados aqui na sexta-feira.

Marcelo Odebrecht revelou para a força-tarefa da Operação Lava Jato que fez um pagamento de R$ 4 milhões para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Detalhe: o pagamento atendeu um pedido feito pessoalmente pela presidente cassada Dilma Rousseff. As informações foram obtidas pela revista IstoÉ.

Gleisi havia pedido ajuda para Dilma para pagar dívidas de sua campanha ao governo do Paraná. Derrotada na disputa (Gleisi obteve apenas , apenas 14,87% dos votos), a petista ficou atrás do senador Roberto Requião (PMDB) e do governador Beto Richa (PSDB). Sem poder contar com o PT, Gleisi recorreu diretamente a Dilma Rousseff. Dilma pediu a Marcelo Odebrecht que ajudasse sua ex-ministra. O dinheiro saiu da Diretoria de Operações Estruturadas da Odebrecht, o setor de propinas da empreiteira.

Está lá na revista:

"O enredo foi confirmado à ISTOÉ por pessoas ligadas ao PT e Dilma. O primeiro passo da presidente foi procurar o intermediador da negociação: o tesoureiro de campanha, Edinho Silva (PT), hoje prefeito eleito de Araraquara (SP), e homem forte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no seio da campanha presidencial. Na conversa com Edinho, Dilma explicou a situação de Gleisi e disse que não haveria outra saída senão procurar a Odebrecht. E que caberia a ele a tarefa. Edinho cumpriu as ordens da chefe sem titubear, como era de costume. 

Negócio fechado 

Dias depois de ter relatado a história aos executivos da empreiteira, a mando de Dilma, Edinho recebeu a visita de Fernando Migliaccio Silva. Ali, tudo ficou resolvido. A aparição de Fernando era sempre sinônimo de repasse de dinheiro graúdo. Ele era um dos executivos responsáveis por comandar o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, alcunha pomposa para denominar o metodicamente organizado departamento de distribuição de propina da empreiteira, responsável por irrigar as arcas de ao menos 300 políticos brasileiros. Com autorização da chefia, leia-se Marcelo Odebrecht, Fernando Migliaccio entrou em contato com a turma de Gleisi e do publicitário de sua campanha, a fim de agendar uma reunião.
O encontro foi marcado no escritório da Odebrecht em São Paulo. O publicitário Oliveiros não quis ir pessoalmente ao compromisso. Preferiu enviar em seu lugar um dos seus sócios Bruno Martins Gonçalves Ferreira. Mas Bruno não iria só. Antes de comparecer à sede da empresa, foi orientado pelo marqueteiro a ir buscar no aeroporto de Congonhas (SP) Leones Dall’Agnol, que fora chefe de gabinete de Gleisi Hoffmann na Casa Civil e também serviu, na mesma função, o marido dela, o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo. Ao entrar no carro de Bruno, da Sotaque Brasil Propaganda, Leones orientou o motorista a tocar para o escritório da Odebrecht. Ao chegar lá, os dois selaram o acerto com Fernando Migliaccio, qual seja, o repasse de R$ 4 milhões não declarados para a campanha de Gleisi. São esses os pormenores que Marcelo Odebrecht se comprometeu a revelar no complemento de sua delação.

A revelação da revista torna ainda mais sustentável a posição de Gleisi Hoffmann, que já é réu no âmbito da Operação Lava Jato e da Operação Custo Brasil, junto com seu marido e também ex-ministro Paulo Bernardo. Gleisi já foi condenada a devolver R$ 2 milhões aos cofres públicos, em decisão tomada pelo ministro Teori Zavascki. A senadora que se diz inocente ainda não devolveu os valores. Se perder o mandato por cassação, Gleisi pode até ser presa pela Polícia Federal.


12 DE DEZEMBRO DE 2016


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