O Brasil teve um total de 1.277 conflitos no campo em 2013 – 87 a menos que em 2012. 34 pessoas foram assassinadas, sendo 15 delas indígenas. O número de índios mortos nessa circunstância é o maior já registrado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), que desde 1985 divulga esse tipo de estatística. Os dados foram divulgados segunda-feira, 28, na sede da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.
O grande palco dos conflitos continua sendo a Amazônia – onde estão concentrados 20 dos 34 assassinatos e 55% dos episódios de violência de qualquer tipo contra populações tradicionais.
A maior parte dos óbitos de índios (5) ocorreu em Roraima, com Yanomamis. Em seguida, vem a Bahia (4), onde uma disputa antiga entre fazendeiros e Tupinambás no sul do estado obrigou o governo federal a enviar a Força Nacional para conter a violência.
Mato Grosso do Sul registrou três mortes de guaranis. Amazonas, Pará, Paraná tiveram uma morte de indígena cada. As demais vítimas, um total de 19, são posseiros, sem-terras, trabalhadores rurais, pescadores e assentados.
Os conflitos, segundo o relatório, ocorrem principalmente com madeireiros, mineradores, grileiros, além do próprio governo federal, com a instalação de grandes obras de infraestrutura.
Para o Presidente da CPT, Dom Enemésio Lazzaris, os índices, além de não mostrarem melhora da situação, chamam a atenção para falhas observadas no Executivo e no Poder Judiciário.
“Se a gente pode dizer alguma coisa, é que a partir da reforma agrária fraca, que funcionou pouco nesses últimos anos, o campo de certo modo foi abandonado. Investem-se bilhões e bilhões no agronegócio e pouco dinheiro na agricultura familiar”, afirmou.
O bispo de Balsas, no Maranhão, também criticou a morosidade nos julgamentos dos responsáveis pelos crimes cometidos no campo. “A impunidade provoca mais violência, mais crimes e conflitos. Pune-se os pequenos, o lavrador, os pequenos infratores, o executor. Mas o mandante, o chefão, não aparece nunca”, acrescentou.
Já Cleber Buzzato, secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), confirma que o não prosseguimento das demarcações de terras para os índios é um dos motivos, mas ressalta que a realização de discursos inflamatórios que incitam a violência contra as populações de diversas etnias é outra causa.
O relatório da CPT é divulgado anualmente, a partir de dados apurados mediante fontes de pesquisa primária e secundária.
Fonte: Rádio Vaticano
Local: Brasília
Fonte: www.catolicanet.com.br
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Fonte: www.catolicanet.com.br
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