sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Petismo levou Petrobrás a uma situação de caos, com uma dívida de quase 250 bilhões de dólares

José Eduardo Dutra e Sergio Gabrielli: dois presidentes que contribuíram para a grande crise da Petrobrás
Nossa petroleira, criada no governo de Getúlio Vargas, em outubro de 1953, é hoje uma sexagenária com muitos achaques. Quase todos foram adquiridos na última década, isto é, nos governos petistas. A Petrobrás experimentou acidentes graves em suas plataformas marítimas, inclusive com várias mortes (como na enorme plataforma P-36, que afundou), mostrando falhas na manutenção. Sua cotação internacional foi rebaixada na semana passada, pela centenária agência de “rating” Moody’s. As suas ações estão valendo apenas 60% do valor patrimonial, sinal de que os investidores a veem com desconfiança. Amargou, em trimestre recente, prejuízo pela primeira vez, e sua rentabilidade vem caindo, apesar da contabilidade “criativa”.

Há uma pendência com a Receita Federal, já julgada nas instâncias inferiores, que aponta um débito próximo a 7 bilhões de reais em tributos não recolhidos. A produção de óleo, sempre crescente desde sua fundação, agora diminui, apesar dos investimentos. A Petro­brás caiu do 5º para o 18º lugar entre as maiores em­presas petrolíferas do mundo, atrás da Ecopetrol colombiana, que ficou na 14ª posição.

A Bolívia bolivariana confiscou a pescoções suas refinarias naquele país, sem que ninguém a defendesse. A Venezuela também bolivariana (e põe bolivariana nisso!) deu-lhe um enorme calote, não cumprindo e afinal renegando seus compromissos na parceria tratada e acertada para construção da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco. Com isso, obrigou-a a uma escolha de Sofia: paralisar as obras, arcando com os prejuízos, ou conseguir recursos adicionais para investimento na refinaria, quando seu programa de obras já enfrenta dificuldades de financiamento.

Devido a entraves burocráticos e políticos imensos, está saindo da Argentina, onde vinha investindo. Seguramente, terá grandes prejuízos nessa saída. E ela se dá em meio a conflitos ambientais, denúncias de corrupção e demissões de altos funcionários.

A empresa viu seu endividamento passar, em menos de três anos, de cerca de 110 bilhões de dólares para quase 250 bilhões, no limite razoável de sua capacidade. A conta petróleo está, e o ano está longe do fim, deficitária em quase 12 bilhões de dólares, como “nunca antes na história deste país”.

Os escândalos que enfrenta são de magnitude dez na escala Richter, como a da compra da refinaria Pasadena, nos EUA, que deu prejuízo superior a 1 bilhão de dólares. Cheira a grossa corrupção.

A Petrobrás poderia ter um alívio nas contas externas, se aumentasse o preço dos combustíveis que vende (e paga mais caro lá fora, como a gasolina), mas o governo, mirando a reeleição, não permite. Teve, em sua existência, presidentes responsáveis, quando não grandes executivos, como Juracy Magalhães, Janari Nunes, Ozires Silva, Ernesto Geisel, Shigeaki Ueki, Armando Guedes. No reinado petista teve, aparelhada, como presidentes duas nulidades irresponsáveis: José Eduardo Dutra e Sergio Gabrielli.

Nenhuma grande empresa privada se atreveu a participar dos leilões do pré-sal realizados no mês passado, sinal claríssimo da insegurança na rentabilidade das jazidas, ou suspeita de intervenção política indevida no setor. Candidato a presidente nas próximas eleições (Aécio Neves) já faz chacota com a situação de aparelhamento da empresa: “Precisamos reestatizar a Petrobrás”. Continua valendo — mas agora só para o PT — o velho slogan: “O petróleo é nosso”.

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