A presidente Dilma Rousseff discursa em Nova York, nos Estados Unidos (Mike Segar/Reuters) |
Não recua diante de nada.
Não recua diante de cabeças cortadas.
Não recua diante de fuzilamentos em massa.
Não recua diante da transformação de mulheres em escravas sexuais.
Não recua diante do êxodo de milhares de pessoas para fugir dos massacres.
Não recua diante da conversão de crianças em assassinos contumazes.
A delinquência intelectual e moral da política externa brasileira, sob o regime petista, não conhece paralelo na nossa história.
Não recua diante de cabeças cortadas.
Não recua diante de fuzilamentos em massa.
Não recua diante da transformação de mulheres em escravas sexuais.
Não recua diante do êxodo de milhares de pessoas para fugir dos massacres.
Não recua diante da conversão de crianças em assassinos contumazes.
A delinquência intelectual e moral da política externa brasileira, sob o regime petista, não conhece paralelo na nossa história.
A
delinquência intelectual e moral da política externa brasileira tem
poucos paralelos no mundo — situa-se abaixo, hoje, de estados
quase-párias, como o Irã e talvez encontre rivais à baixura na
Venezuela, em Cuba e na Coreia do Norte.
Nesta
terça, na véspera de fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral
das Nações Unidas, a ainda presidente do Brasil fez o impensável, falou o
nefando, ultrapassou o limite da dignidade. Ao comentar os ataques dos
Estados Unidos e aliados às bases do grupo terrorista Estado Islâmico,
na Síria, disse a petista:
“Lamento
enormemente isso (ataques aéreos na Síria contra o EI). O Brasil sempre
vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação
da ONU. Eu não acho que nós podemos deixar de considerar uma questão.
Nos últimos tempos, todos os últimos conflitos que se armaram tiveram
uma consequência: perda de vidas humanas dos dois lados. Agressões sem
sustentação aparentemente podem dar ganhos imediatos, mas, depois,
causam prejuízos e turbulências. É o caso do Iraque, está lá provadinho.
Na Líbia, a consequência no Sahel. A mesma coisa na Faixa de Gaza. Nós
repudiamos sempre o morticínio e a agressão dos dois lados. E, além
disso, não acreditamos que seja eficaz. O Brasil é contra todas as
agressões. E, inclusive, acha que o Conselho de Segurança da ONU tem de
ter maior representatividade, para impedir esta paralisia do Conselho
diante do aumento dos conflitos em todas as regiões do mundo”.
Nunca a
política externa brasileira foi tão baixo. Trata-se da maior coleção de
asnices que um chefe de estado brasileiro já disse sobre assuntos
internacionais.
A fala de
Dilma é moralmente indigna porque se refere a “dois lados do conflito”,
como se o Estado Islâmico, um grupo terrorista fanaticamente homicida,
pudesse ser considerado “um lado” e como se os EUA, então, fossem “o
outro lado”.
A fala de
Dilma é estupidamente desinformada porque não há como a ONU mediar um
conflito quando é impossível levar um dos lados para a mesa de
negociação. Com quem as Nações Unidas deveriam dialogar? Com facínoras
que praticam fuzilamentos em massa?
A fala de
Dilma é historicamente ignorante porque não reconhece que, sob certas
circunstâncias, só a guerra pode significar uma possibilidade de paz.
Como esquecer — mas ela certamente ignora — a frase atribuída a
Churchill quando Chamberlain e Daladier, respectivamente
primeiros-ministros britânico e francês, celebraram com Hitler o “Pacto
de Munique”, em 1938? Disse ele: “Entre a desonra e a guerra, escolheram
a desonra e terão a guerra”.
A fala de
Dilma é diplomaticamente desastrada e desastrosa porque os EUA lideram
hoje uma coalizão de 40 países, alguns deles árabes, e conta com o apoio
do próprio secretário-geral da ONU, Ban ki-Moon.
A fala de
Dilma é um sarapatel de ignorâncias porque nada une — ao contrário: tudo
desune — os casos do Iraque, da Líbia, da Faixa de Gaza e do Estado
Islâmico. Meter tudo isso no mesmo saco de gatos é coisa de uma mente
perturbada quando se trata de debater política externa. Eu, por exemplo,
critiquei aqui — veja arquivo — a ajuda que o Ocidente deu à queda de
Muamar Kadafi, na Líbia, e o flerte com os grupos que se organizaram
contra Bashar Al Assad, na Síria, porque avaliava que, de fato, isso
levaria a uma desordem que seria conveniente ao terrorismo. Meus posts
estão em arquivo. Ocorre que, hoje, os terroristas dominam um território
imenso, provocando uma evidente tragédia humanitária.
A fala de
Dilma é coisa, de fato, de um anão diplomático, que se aproveita de uma
tragédia para, uma vez mais, implorar uma cadeira permanente no Conselho
de Segurança de ONU. O discurso da presidente do Brasil só prova por
que o país, infelizmente, não pode e não deve ocupar aquele lugar. Não
enquanto se orientar por critérios tão estúpidos.
Ao longo
dos 12 anos de governos do PT, muita bobagem se fez em política externa.
Os petistas, por exemplo, condenaram sistematicamente Israel em todos
os fóruns e se calaram sobre o terrorismo dos palestinos e dos
iranianos. Lula saiu se abraçando com todos os ditadores muçulmanos que
encontrou pela frente — incluindo, sim, o já defunto Kadafi e o
antissemita fanático Mahmoud Ahmadinejad, ex-presidente do Irã. Negou-se
a censurar na ONU o ditador do Sudão, Omar al-Bashir, que responde pelo
assassinato de 400 mil cristãos. O Brasil tentou patrocinar dois golpes
de estado — em Honduras e no Paraguai, que depuseram legitimamente seus
respectivos presidentes. Endossou eleições fraudadas na Venezuela, deu
suporte ao tirano Hugo Chávez e ignorou o assassinato de opositores nas
ruas, sob o comando de um louco como Nicolás Maduro.
E, como se
vê, ainda não era seu ponto mais baixo. Dilma, nesta terça, deu o seu
melhor. E isso quer dizer, obviamente, o seu pior. A vergonha da
política externa brasileira, a partir de agora, não conhece mais
fronteiras.
Pois eu
faço um convite: vá lá, presidente, negociar com o Estado Islâmico. Não
será por falta de preparo que Vossa Excelência não chegará a um bom
lugar.
Por Reinaldo Azevedo
Fonte: http://aluizioamorim.blogspot.com.br
Por Reinaldo Azevedo
Fonte: http://aluizioamorim.blogspot.com.br
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