Em Bahia, Notícia
Em entrevista concedida nesta segunda-feira (02) ao programa “Na Polícia e nas Ruas” da
Rádio 100 FM, o coordenador do Sindicato dos Servidores Penitenciários da Bahia (Sinspeb),
Reivon Pimentel, disse que o Complexo Prisional da Bahia é a “Casa da Mãe Joana”.
A metáfora tem relação com algumas regalias, segundo ele, concedidas a detentos dentro
dos presídios e esta afirmação foi dada logo após a publicação de uma matéria no jornal
Folha de São Paulo, dando conta de que internos da Penitenciária Lemos Brito, em Salvador,
gozam de alguns privilégios como: facilidades para realizar churrascos e se exercitar, utilizando
equipamentos de ginástica, dentre outros benefícios.
A situação não é uma novidade e a denúncia já havia sido feita, com exclusividade, pelos
diretores do Sinspeb neste mesmo programa, no ano passado. No entanto, a publicação em
alcance nacional da Folha trouxe o caso, mais uma vez, para os holofotes da mídia baiana
e incitou um posicionamento da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e
Ressocialização (Seap).
Em nota, o Superintendente de Gestão Prisional, major PM Júlio César Ferreira dos Santos,
disse que após tomar conhecimento do fato em 2014, foram realizadas vistorias na unidade
prisional com o intuito de confirmar a situação, mas não foram encontrados os materiais
publicados hoje pelos meios de comunicação. Apesar disso, ele confirma a ocorrência de um
churrasco e acredita na possibilidade do envolvimento de servidores.
As declarações são tidas como mentirosas pelo sindicalista que reagiu com indignação. “Nada
do que ele falou é verdade. Nada foi feito para impedir essa prática delituosa e ele deveria ter
vergonha de falar uma coisa dessas. Tudo que acontece é porque a superintendência permite”,
afirmou Pimentel, acrescentando que existe a prática da permissividade adotada pela gestão
para evitar que haja rebeliões nas unidades prisionais.
Além disso, Reivon disse ao apresentador André Spínola que todas as unidades ligadas à Seap
apresentam fragilidades na segurança e não possuem monitoramento por câmeras. Com tanta
facilidade, ele relatou que é comum ver bandidos que estão em liberdade arremessar por cima
dos muros, drogas, celulares e vários objetos para os detentos. “Nossos agentes trabalham
em uma estrutura bastante arcaica. Falta gestão técnica e investimento em tecnologia e
capacitação”, comentou.
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