Terezinha Nunes |
O Estábulo Sagrado, templo do século 17 localizado na cidade Nikko, no Japão, exibe em sua entrada três macacos considerados pelos japoneses como “sábios” e cujas posturas ganharam o mundo, sendo os mesmos reproduzidos em todos os países através de esculturas simples ou sofisticadas.
O primeiro macaquinho tapa os ouvidos com as mãos, o segundo usa as mãos para tapar a boca e o terceiro para tapar os olhos. Os japoneses dizem que os três são sábios porque fazem isso para evitar ouvir coisas más, falar o que não devem e ver o que não é correto.
No Brasil, os principais líderes petistas têm usado a postura dos macaquinhos japoneses não para se afastar do mal mas para tentar tapar o sol com a peneira ou fazer de conta que nada têm a ver com os malfeitos dos seus governos.
Primeiro foi o presidente Lula que, no auge do mensalão, afirmou que “não sabia de nada”, ou seja, que, apesar de advertido por várias pessoas como o governador Marconi Perillo e o deputado Roberto Jefferson – só para citar os que assumiram publicamente terem advertido o presidente – não tinha conhecimento de que, ao lado seu gabinete, o ministro José Dirceu acertava o pagamento mensal de propina a deputados da base governista.
Esta semana foi a presidente Dilma que admitiu, através de nota, ter assinado enganada a autorização para que a Petrobrás comprasse em 2006 a refinaria de Pasadena, no Texas, inicialmente avaliada em US$ 360 milhões mas adquirida pela estatal por US$ 1, 18 bilhão, um sobrepreço de cerca de 300%. Um escândalo sem tamanho.
Na época, ministra-chefe da Casa Civil, Dilma tinha assento e voto no Conselho de Administração da Petrobrás ao qual caberia autorizar a transação e a ata da reunião autorizativa, segundo o jornal O Estado de São Paulo, registra que a decisão foi tomada por unanimidade e que a ministra estava presente.
Pega de calças curtas esta semana quando o escândalo veio à tona e a oposição propôs a instalação de uma CPI para apurar o ocorrido, Dilma afirmou através de nota ao jornal, que apoiou a medida porque recebeu “informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho”.
Assim como Lula no episódio do mensalão, Dilma agiu como os macaquinhos japoneses só que, no caso, os dois contiveram os sentidos da fala, da audição e da visão não para se livrar do mal mas para fazer de conta que não tinham nada a ver com ele.
Na mesma nota o Palácio do Planalto diz que o erro de avaliação só foi descoberto dois anos depois não sendo mais possível fazer qualquer correção. Jogou-se a sujeira, portanto, para debaixo do tapete e Dilma acabou presidente.
Quem vai pagar a conta da insensatez? Mais uma vez o erário. No caso do mensalão pelo menos alguns dos principais líderes foram para a cadeia. Muitos dos que erram na Petrobrás ainda continuam no governo e em altos postos.
Dilma, que tapou os olhos, o nariz e a boca, além de envolvida no escândalo mostrou que não tem a competência nem o respeito ao erário que afirmava possuir.
Por Terezinha Nunes, deputada estadual pelo PSDB
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